quinta-feira, 31 de março de 2011

Reforma da mídia como um passo na reforma democrática no Brasil



"Apenas 10 famílias são donas do conglomerado das mídias no país. Controlam TV, Rádio e Internet" sem "praticamente nenhuma regra". Mas, a sociedade está se mobilizando para a reforma desse cenário. Participe dessa mudança, conheça e lute por seus direitos!



Veja os demais vídeos da Série Reformas Democráticas do Portal Vermelho clicando aqui.


Conheça o site Donos da Mídia clicando aqui. Conheça as conlusões da Conferência Nacional de Comunicação, CONFECOM (2009) clicando aqui.

A TV é quem educa o seu filho?


A TV é quem educa o seu filho?

A televisão tem um poder extraordinário como veículo de comunicação. Nessa era de globalização, a sua força reside menos em suas características de movimento, som e imagem, do que na facilidade com que se coloca no interior dos lares, onde frequentemente ocupa o centro das atenções.

Cada vez mais, se cria uma falsa necessidade desse aparelho em nosso dia-a-dia. A tevê passa a ter a “verdade” global, a “vida” a ser imitada, e o “caminho” (canais e suas programações) que você deve percorrer todos os dias. Ela tem se tornado onipresente na vida da maioria das pessoas, principalmente de crianças. Recente estudo afirma que, no Brasil, as crianças passam, em média, de três a cinco horas diárias diante da TV. Considerando que, para muitas dessas crianças, esse tempo é maior do que o que ficam com os pais ou na escola, a televisão passa a desempenhar papel significativo na sua educação e na relação entre pais e filhos.

Formação do caráter

Os pais ou responsáveis não têm a exata dimensão do quanto essa onipresença da TV pode prejudicar o aparelho psíquico da criança. A infância é um tempo de formação, de experimentação do mundo para aprendê-lo e conhecê-lo.

Até os sete anos, a criança estará formando seu caráter no seio da família. Sob orientação segura e exemplo dos pais, ela aprende os limites de liberdade, respeito aos idosos, sentido do que é seu e do que é dos outros, a noção do permitido e do proibido, vida em comum, respeito aos direitos alheios, fraternidade, paz, estímulo para vencer as dificuldades, disciplina para os estudos e, sobretudo, aprende a amar.

Dentro de uma relação familiar saudável, a criança deve ocupar seu tempo com atividades que a mantenham sempre ativa e reflexiva. O mundo social da criança (a família) deve ser o facilitador do seu crescimento moral, intelectual, social e espiritual. É a família que deve gerenciar oportunidades para que a criança crie brincadeiras, exercite sua fantasia e criatividade, e desenvolva os conceitos de certo e errado.

Portanto, as mensagens de ética, fé e moral, sua dinâmica e valores, crenças, preconceitos, maneiras de ser, vivências e filosofia de vida de uma família moldam o caráter de seus membros.

A família é o referencial mais forte e seguro que o indivíduo pode alcançar. Lá estão as diretrizes de todas as batalhas e desafios. De lá surgem as possibilidades e as impossibilidades.

Com os referenciais que fornece, é a redoma familiar que incute a religião, mostra a face de Deus, aponta para os costumes e as tradições, preservando e guardando sua identidade e fazendo cada qual senhor do próprio destino. Daí, a necessidade e a importância de modelos adequados e saudáveis ao longo da infância.

Por Augusto César Maia . Psicólogo
Fonte: Vida e Saúde. Abril/09 p.48 e 49

Leia o texto completo no Blog Cama de Prego clicando aqui.

Leia também o artigo "Mídia - interferências sobre o aparelho psíquico", de David Léo Levisky clicando aqui.

Veja os dados de uma recente pesquisa de 2011 do Eurodata TV Worldwide clicando aqui.

Classificação Indicativa e Portarias do Ministério da Justiça


Classificação Indicativa e Portarias Ministério da Justiça

Em 1988 foi extinta Divisão de Censura de Diversões Públicas do Departamento da Polícia Federal — seguida da remoção gradual de toda e qualquer referência administrativa à censura exercida no âmbito do Ministério da Justiça.

Desde 1990, de acordo com a Portaria nº 773, de 19 de outubro de 1990, a competência de informar sobre a natureza das diversões e espetáculos públicos, as faixas etárias a que não se recomendem, bem como locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada para crianças e adolescentes é do Ministério da Justiça, classificando as obras como livres, exibição em qualquer horário; 12 anos, exibição após às 20 horas; 14 anos, exibição após às 21 horas; 18 anos, exibição após às 23 horas.

Com a publicação da Portaria nº 796, de 8 de setembro de 2000, foi acrescentada a faixa etária de 16 anos, exibição após às 22 horas; determinou-se que nos materiais de divulgação  de filmes, vídeos ou espetáculos públicos deve constar a Classificação Indicativa e que programas de “tele-sexo” só poderiam ser exibidos na madrugada. A mesma portaria reconheceu a atuação do Ministério Público na fiscalização da Classificação Indicativa.

Portaria nº 1.597, de 2 de julho de 2004, acrescentou a faixa de 10 anos somente para cinema, vídeo e DVD, assim como permitiu a entrada de crianças ou adolescentes dois anos menores do que a faixa etária classificada, quando acompanhados por pais ou responsáveis, excluindo filmes inadequados para menores de 18 anos. Os critérios utilizados para a classificação indicativa também passaram a se referir a imagens de sexo, violência e drogas, excluindo-se a inadequação por “desvirtuamento dos valores éticos e morais”.

Após várias consultas públicas, foi publicada a Portaria nº 1.100, de 14 de julho de 2006, que estabeleceu novos procedimentos da Classificação Indicativa, como o fim da análise prévia para diversões e espetáculos públicos ao vivo, como peças teatrais, shows musicais e espetáculos circenses. Outras novidades foram o acréscimo da Classificação de jogos eletrônicos e RPGs, a criação do “Manual da Nova Classificação Indicativa”, do Grupo Permanente de Colaboradores Voluntários e da faixa “especialmente recomendado”. A Portaria também estabeleceu que pais e responsáveis poderiam permitir o acesso de crianças e adolescentes a qualquer obra ou diversão públicas, desde que não classificada como “não recomendada para menores de 18 anos”.

No início de 2007 foi publicada a Portaria nº 264, de 9 de fevereiro de 2007, voltada para a Classificação Indicativa de obras audiovisuais destinadas à televisão e congêneres. Essa Portaria foi submetida a um intenso debate público, que levou à publicação da Portaria nº 1.220, de 11 de julho de 2007, que vige atualmente. Nas duas Portarias foram introduzidas modificações importantes, como a criação da faixa etária de 10 anos também para televisão, a exigência de informações de Classificação Indicativa antes e durante a exibição de obras audiovisuais, por intermédio de imagens e textos em Português e em Língua Brasileira de Sinais, além do respeito aos fusos horários locais para a veiculação de programas. O debate público que levou à publicação da Portaria nº 1.220 trouxe o fim da análise prévia para programas televisivos e a isenção de Classificação Indicativa para publicidade, programas jornalísticos, esportivos ou eleitorais.

Fonte: Ministério da Justiça . Classificação Indicativa

Leia mais sobre Classificação Indicativa em outros países clicando aqui, e "Classificação indicativa - informação qualificada" de Davi Ulisses Brasil Simões Pires clicando aqui.

Participe do debate online sobre a Classificação Indicativa, até 27 de abril, clicando aqui.


Veja abaixo as entrevistas com Davi Ulisses Brasil Simões Pires, Diretor do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça









Assista também o Faixa Pública Classificação Indicativa em 3 blocos, clicando aqui.

Consumismo e infância: rede social é lugar de criança?


Que as redes sociais podem ser um lugar perigoso para crianças, devido a questões como pedofilia e violência, todo mundo sabe. Mas e quando o assunto é publicidade e consumo? Só no mês de fevereiro cerca de 2,5 milhões de crianças de 6 a 11 anos circularam pelo Orkut e pelo Facebook no Brasil, segundo matéria da Folha de S. Paulo. No mesmo mês, teve destaque a notícia divulgada durante a Social Media Week de que o Facebook possibilitaria compras diretamente em seu site.

No Reino Unido, por exemplo, já é possível comprar produtos diretamente pela rede, estratégia que deve ser copiada em breve por empresas brasileiras. O Facebook divulgou essa semana que bane 20 mil crianças com menos de 13 anos por dia, que burlam suas informações pessoais para entrar na rede.

Mas, e as redes sociais feitas especialmente para crianças? Programas como o Club Penguin e o Habbo Hotel misturam vida real com virtual, confundindo os jogadores. As duas redes são gratuitas a princípio, mas estimulam as crianças a gastar dinheiro com funções específicas para assinantes pagos ou a comprar itens virtuais para o seu avatar, que custam dinheiro de verdade.

O Club Penguin, dirigido a crianças entre 6 e 14 anos,  é mantido pela Disney.  Além da anuidade paga por alguns usuários para poder acessar setores do site, o programa gera renda também na venda de produtos licenciados.  Para Susan Linn, especialista em consumismo infantil e fundadora do CCFC, sites como esse promovem valores distorcidos já “que a principal atividade das personagens virtuais é ir fazer compras no shopping”.

Já o Habbo contava, em 2010, com 178 milhões de personagens registrados - 28 milhões somente na versão em português. No jogo, crianças podem comprar virtualmente produtos com as fictícias “Habbo Moedas”, que custam dinheiro de verdade! Devido a essa confusão entre o real e o virtual, em 2007 o site foi denunciado pelo Projeto Criança e Consumo ao Ministério Público do Estado de São Paulo. A empresa Sulake, responsável pelo site, teve que firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MP, obrigando-se a, dentre outras ações, reembolsar os pais de menores de 18 anos que tinham realizado gastos no site sem sua autorização, bem como a promover jogos e atividades que não envolvam dispêndio financeiro. A empresa também foi obrigada a manter no site informação clara sobre a classificação indicativa do site.

Mas esses dois sites não são os únicos – e a quantidade de redes infantis deve crescer nos próximos anos. É estimado que, até 2012, mais de metade das crianças na internet pertençam a algum tipo de rede social infantil, o dobro da população atual de pertencentes do mundo virtual. E marcas, como a Disney e a Nestlé, por exemplo, começam a utilizar o meio como comunicação com o público infantil.

Redação Consumismo e Infância
31 mar 2011

Reproduzido de Consumismo e Infância

THE MEDIA LITERACY CONFERENCE 2011: Nottingham/UK


THE MEDIA LITERACY CONFERENCE . MLC 2011
21st - 23rd november 2001
East Midlands Conference Centre, Nottingham, UK

The Media Literacy Conference 2011 promises to be this year's most important event about education for media literacy. Over 200 delegates are expected from the UK and around the world. As at MLC2010, informative presentations of classroom practice will be available alongside the latest research evidence on teaching and learning, presenting a unique opportunity for everybody interested in media education for any age group in any context.

This year, a new residential setting will offer more opportunities for informal networking and social events, as well as for more programme sessions. Practising teachers are particularly welcome and bursaries will be on offer for those UK teachers who need help with fees, travel and accommodation.

MEA . Media Education Association
CSCYM . Centre for the Study of Children, Youth and Media

Preliminary timetable . clique aqui

Media Education Association (MEA) no Facebook, no Twitter, no Youtube.

Conheça o Centre for the Study of Children, Youth and Media/CSCYM, do Institute of Education/IoE, da Universidade de Londres clicando aqui.

Involução dos direitos humanos: quando a liberdade de expressão faz discriminação


"Discriminar pessoas não é um direito

O enunciado contido no título deste texto deveria ser um truísmo, verdade incontestável ou evidente por si mesma, coisa tão óbvia que não precisa ser mencionada, uma banalidade, uma obviedade. Mas, espantosamente, não é. Discriminar ainda é visto – e vendido – por alguns como um “direito”, ou, como gostam de dizer, “liberdade de expressão”.

Discriminar pessoas, porém, não é e jamais será um direito. Dá para discordar de premissa tão evidentemente legítima? Não são muitos, os que discordam. Mas existem e têm muito espaço para dizerem suas “idéias” por terem representantes de peso do ponto de vista de que discriminar seria “direito” ou “liberdade” de algum tipo.

Ninguém assume que discrimina outras pessoas, claro. A imagem do discriminador é negativa, de alguém intolerante e estúpido. As acepções do verbo discriminar, porém, quando analisadas, permitem enquadrar a todos aqueles que juram que não estão discriminando quando agem da forma que tais acepções detalham.
Discriminar é um verbo transitivo. Portanto, pede paciente da ação discriminatória. Segundo o dicionário Hoaiss, é perceber diferenças, distinguir, discernir. Mas não só. É, também, colocar alguém ou alguma coisa à parte por algum critério para especificar, classificar, listar.

E a amplitude da discriminação não pára por aí. Discriminar é não (se) misturar, é formar grupo à parte dos portadores de alguma característica étnica, cultural, religiosa etc., vedando sua presença em meios sociais e locais pré-especificados.

O recente episódio envolvendo o deputado Jair Bolsonaro em mais uma agressão à sociedade, agressão essa igual a todas aquelas que freqüentemente atira,  deixa ver em que a discriminação se traveste de forma a cumprir suas características intrínsecas.

Os insultos de Bolsonaro a Preta Gil, por exemplo, a discriminaram pela cor da pele e por uma sua suposta preferência sexual. Como a lei brasileira só criminaliza a discriminação por etnia, mas não criminaliza discriminação por ideologia, o deputado racista e homofóbico refugiou-se na homofobia."

Eduardo Guimarães. Blog da Cidadania
31 mar 2011

Leia o texto acima completo no Blog da Cidadania clicando aqui.

Leia "Marcelo Tas analisa declarações de Bolsonaro: "Há muito pouco debate sobre isso" no Portal Imprensa/UOL clicando aqui.



Leia também na página da ONU Brasil: "Unesco pede apuração de declarações de Bolsonaro" clicando aqui.

quarta-feira, 30 de março de 2011

O fim da televisão como a conhecemos está próximo?


“O fim da televisão brasileira como conhecemos é uma questão de tempo, ou de muito pouco tempo”.

A sentença é de Cacilda M. Rêgo, professora associada da Utah State University. Foi proferida (...) durante o Celacom 2010 – XIV Colóquio Internacional sobre a Escola Latino-Americana de Comunicação, evento que reuniu no Memorial da América Latina, em São Paulo, estudiosos de comunicação, principalmente da televisiva. O tema central do encontro foi “Televisão na América Latina: 60 Anos de Aculturação, Mestiçagem, Mundialização”.

A sobrevivência da televisão tal como conhecemos hoje é uma das grandes questões que afligem os acadêmicos da área. Autora de estudos sobre a telenovela e o cinema brasileiros, Cacilda M. Rêgo acredita que a TV digital e a convergência do televisor com outras mídias, principalmente o computador, vai mudar a TV. Segundo ela, a televisão do futuro será um “portal de televisão com convergência de mídias”. E vai surgir um novo telespectador, emergente e convergente. Ou seja, um telespectador que navega por várias mídias, que assiste a TV de diversas formas.

Paradoxo

O passado da televisão brasileira e seu futuro também dominaram a fala de Ana Carolina Rocha Temer, pesquisadora da Universidade Federal de Goiás e da Universidade Metodista de São Paulo. “O Brasil nunca esteve com tanto aparelho de televisão ligado. Tem TV ligada no supermercado, nas casas. O aparelho de TV é onipresente. Então é um paradoxo dizer que a televisão está em crise”, afirmou Ana Carolina. “O que acontece de importante no Brasil está na televisão. O brasileiro se vê na televisão como uma espécie de continuidade da vida. Está na televisão, é importante”, afirmou Ana Carolina.

A pesquisadora destacou que os reality shows são hoje os produtos-vedete, que o jornalismo mudou e que há mais programas híbridos (que misturam gêneros e formatos). Programas femininos que têm entradas ao vivo de repórteres são um exemplo atual de hibridização. “A TV precisa mostrar que está ligada na população”, justificou Ana Carolina.

Ao contrário de Cacilda M. Rego, Ana Carolina Rocha Temer não enxerga o fim da televisão como ela é hoje. Para a pesquisadora, o entretenimento oferecido pela TV tende a mudar, abrindo espaço para a interatividade, e a se tornar mais “transmídia”, virando vitrine para filmes, revistas e subprodutos telefônicos.

Mas a TV vai continuar visando ao lucro. “Você senta em frente ao televisor para relaxar. Portanto, a TV vai continuar sendo predominantemente entretenimento. O que vai mudar é o entretenimento, não a TV. O entretenimento terá mais reality shows, mais pessoas comuns”, afirma".

Leia o texto acima completo na página do Todo Canal . Audiência TV clicando aqui.

terça-feira, 29 de março de 2011

A África nos meios de comunicação social


"A África nos meios de comunicação

(...) Para os africanos, as palavras não são neutras. Elas fazem o que dizem. O contínuo chamar a África como uma terra de enfermidades, pobreza, corrupção e miséria, equivale a uma opressão perpétua. Chegou a hora de cantar para a África um canto novo, de rechaçar aquelas vozes que só podem falar das calamidades da África, inclusive quando querem falar bem da África. Não se pode prescrever um completo tratamento de uma enfermidade sem atacar suas causas. Para deter o diário massacre da África nos meios de comunicação, é absolutamente necessário identificar os responsáveis e as razões que os levam a isso. Por trás da falsa propaganda se sente que há um grande medo de que, se disser a verdade sobre isso, a África poderia levar a uma radical revisão de posições, pressupostos e crenças sobre a África, e em alguns casos poderia querer exigir compensação para a África. Mas a falta de verdade não beneficia a ninguém, nem aos que mentem nem àqueles a quem se mente. Pertencemos juntos à família humana. O que afeta um indivíduo ou uma nação afeta a inteira família humana. Se uma pessoa for super-rica e outra vive na extrema pobreza, o desequilíbrio afeta todos, pois ninguém resulta ser autenticamente humano.

A imagem da África nos meios de comunicação social (MCS) chama o mundo a um auto-exame. Se a África for um «continente escuro» quem está nessa escuridão precisa revisar seu esquema de cores, vendo que a África é a terra de flores, fauna e flora de extraordinárias cores, uma terra de gente morena, sorridente e feliz. Se a África for o continente esquecido, o peso desta lembrança recai sobre aqueles que a esquecem, de forma que eles também possam crescer em conhecimento libertador. Se a imagem é distorcida nos MCS, tais meios precisam mudar seus métodos, por seu próprio bem e integridade.

A África oferece ao resto do mundo sua vibrante existência, sua humanidade, seu perdão, sua compaixão, seu sentido de hospitalidade e seus muitos outros valores evangélicos inatos. A verdade liberta e proporciona nova energia para viver. A existência da África é um convite à comunidade mundial para reconsiderar sua atitude, fazer um repasse de sua memória, empreender uma purificação, reavivar seu sentido de verdade e justiça em favor de sua própria auto-libertação, em primeiro lugar. Que o mundo seja sincero e verdadeiro a respeito do conhecimento da África. Que lembre os incalculáveis lucros que extraiu e continua extraindo da África, o berço da humanidade, da ciência e da religião organizada, desde tempos imemoriais. Que fique claro então que o mundo não ganha nada ignorando este continente, raiz de sua própria origem, massacrando-o diariamente nos MCS e alimentando as pessoas com uma informação distorcida.

A verdade nos faz livres. Também faz alguém sentir-se bem por dentro e transmitir energia positiva. A pessoa racista, como a sexista, é sua própria vítima (vítima do racismo ou do sexismo respectivamente). Se o mundo estiver verdadeiramente interessado em conhecer e em dizer a verdade sobre a África e sua relação com ela (econômica, política e moralmente), comporá uma nova canção para o continente. As canções revelam algo de seus compositores. Que os meios componham novas canções para a África como um sinal de sua renovada consciência e desejo de crescer com a África para uma nova Humanidade. O mundo mesmo se beneficiará disso, pela verdade que libera. A África possui esta verdade, para que o mundo faça ressonar sua poesia – não sua elegia  nos MCS mundiais. Quando isto acontecer, o mundo deixará de utilizar o estereótipo de que na África tudo é mau. Então, o velho adágio «Pode algo de bom vir da África?» deixará lugar a um novo: «O que há de bom para a Humanidade, que não venha da África?».

Teresa OKURE, SHCJ
Lagos, Nigeria

Leia o texto acima complete clicando aqui.

Liberdade de expressão: A natureza bipolar da imprensa


"A natureza bipolar da imprensa

Não vem de hoje o debate no Brasil sobre liberdade de expressão e, mais especificamente, liberdade de expressão nos meios impressos. É oportuno recordar que os jornais dos primeiros tempos da burguesia em ascensão assemelhavam-se tão-somente a meros produtos artesanais de transmissão das informações mercantis dos viajantes e comerciantes, e somente no século 18 alcançaram o estatuto de imprensa de opinião em função da exigência do estabelecimento de um Estado constitucional burguês.

A propósito, Jürgen Habermas (1929- ), em seu Mudança Estrutural na Esfera Pública (Editora Tempo Brasileiro, l984) afirmava que a imprensa não podia deixar de se comprometer politicamente com o combate pela liberdade da opinião pública, pela publicidade e pela crítica enquanto princípios, porque a esfera pública não tinha ainda adquirido um estatuto legal e estável. O que a história mostra é uma longa caminhada dos jornais em busca de seu lugar na esfera pública.

Muitos foram os filósofos e pensadores que se debruçaram sobre a questão. Por exemplo, para Immanuel Kant (1724-1804) a liberdade de imprensa era o verdadeiro paladino da liberdade, batendo-se por uma imprensa livre que não existia; e mesmo na França, onde estava instituída essa liberdade, a imprensa inscrevia-se na ordem pedagógica da cidadania, no sentido de levar ao povo as luzes da verdade, como penhor e formação da uma vontade para sempre inibitória do retorno dos velhos fantasmas absolutistas.

Os animadores de notícias

E hoje, o que vemos? Muitas dessas "luzes da verdade" brilhando através de lâmpadas fabricadas pelo interesse corporativo, quando não meramente político-partidário. Não se trata mais de impedir o retorno dos "velhos fantasmas absolutistas" porque muitos desses, na verdade, nunca saíram de cena; ou pior, estiveram sempre muito próximos do fogo ateado pelas paixões políticas, pelas ideologias, pelos muitos "ismos": liberalismo, conservadorismo, socialismo.

É mais que evidente que a instituição da liberdade de expressão, como a dimensão cultural da natureza bipolar da imprensa, exigia o desenvolvimento da dimensão econômica, a liberdade de empresa, vista nos primórdios da atividade jornalística instituída como condição fundamental para o exercício do debate público. E não se pode descartar que a sobrevivência material e financeira aparecia como característica primeira da liberdade de imprensa para que pudesse manifestar, sem qualquer censura, coação ou violência, as opiniões e informações contrárias ao Estado ou ao poder político."

Washington Araújo . Observatório da imprensa
29 mar 2011

Leia o texto acima completo clicando aqui.

Artigo 19: Campanha Global pela Liberdade de Expressão


A "Artigo 19" é uma organização não governamental de direitos humanos que trabalha na promoção e defesa da liberdade de expressão e do acesso à informação. Fundada no ano de 1987 em Londres, seu trabalho é dividido em cinco programas regionais – África, América Latina, Ásia e Europa – e um programa jurídico. Atualmente a ARTIGO 19 tem sua sede em Londres, no Reino Unido, e escritórios regionais em Bangladesh, no Brasil, México, Nepal, Quênia e Senegal.

O nome da ARTIGO 19 vem da Declaração Universal de Direitos Humanos que em seu artigo 19 determina que “[t]odo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.”

As estratégias de atuação da ARTIGO 19 incluem advocacy e campanha pela implementação de padrões internacionalmente reconhecidos nas áreas de liberdade de expressão e informação; monitoramento e pesquisa; desenvolvimento jurídico; litígio e formação.

No Brasil, a ARTIGO 19 realiza atividades na área de acesso à informação desde 2005 e desde fevereiro de 2007 possui um escritório na cidade de São Paulo. Atualmente as atividades da ARTIGO 19 no Brasil dividem-se nos núcleos de acesso à informação e de liberdade de expressão.

Saiba mais e consulte os documentos disponibilizados na biblioteca virtual da ONG clicando aqui.

Acesse a Declaração Universal de Direitos Humanos clicando aqui.

INTERCOM 2011: quem tem medo da pesquisa empírica?


José Marques de Melo justifica o tema central do Intercom 2011

O jornalista, professor, pesquisador Doutor José Marques de Melo, mentor do tema central do XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, “Quem tem medo da pesquisa empírica?”, justifica sua importância para o desenvolvimento científico da área.

“A pesquisa em comunicação emerge, no panorama das ciências humanas, no ramo dos estudos empíricos, situando-se como área do conhecimento aplicado.  Sua natureza fenomenológica, servindo como fonte de referência para a tomada de decisões estratégicas, na retórica de Aristóteles ou na nova retórica de Schramm, não deixa dúvidas quanto à identidade adquirida na árvore mundial do saber.

Trata-se de acervo cognitivo acumulado seletivamente pela práxis, legitimado historicamente pelas corporações de artes e ofícios, e democraticamente transmitido às novas gerações, através da oralidade, típica da era artesanal. Tornou-se artefato impresso, na idade industrial, abrigando a teoria sistematizada pelos mestres dos ofícios respectivos. Socializado através de manuais destinados ao aprendizado dos novos profissionais, o saber comunicacional manteve-se circunscrito ao empirismo hegemônico no período que antecede sua apropriação pela universidade.

Isso ocorre efetivamente durante o século XX, quando as disciplinas que correspondem ao conhecimento vigente em cada uma das profissões socialmente estabelecidas – jornalismo, propaganda, cinematografia, relações públicas e outras – são reunidas em espaços contíguos – faculdades, escolas, departamentos – que constituem o campo emergente de ciências da comunicação.

Essa transição do saber fragmentado, enraizado na práxis, para o conhecimento holístico, demandado pelo campus, tem se caracterizado pela convivência, nem sempre harmônica, entre seus protagonistas, gerando idiossincrasias e nutrindo preconceitos mútuos. Esse conflito latente entre “pragmáticos” e “teóricos”, ou seja, entre os praticantes dos ofícios comunicacionais e seus pesquisadores acadêmicos, vem produzindo equívocos semânticos, como, por exemplo, a desqualificação do adjetivo “empírico”, convertido em antônimo de “teórico”.

Assim sendo, a pesquisa em comunicação, genuinamente instituída no universo empírico do fazer jornalístico, publicitário, cinematográfico, etc., passa a ser estigmatizada, desassistida e até mesmo obstaculizada. Rotulada como anacrônica, instrumental, mecanicista por seus antagonistas, adquire significado equivalente ao discurso do senso comum. Empírico resume-se, para tais exegetas, em conhecimento baseado apenas na experiência, destituído de caráter científico. Seus praticantes são anatematizados como charlatães, forjados pela prática e indexados como inimigos do racionalismo porque desprovidos de bagagem teórica.

Reagindo ao patrulhamento, os pesquisadores dos campos profissionais desqualificam as contribuições oriundas das disciplinas conexas, julgando-as inapropriadas porque eivadas de abstracionismo e classificando seus autores como “teóricos” incapazes de por os pés na terra, meros fabricantes de conhecimento inútil.

Desde a sua fundação, a INTERCOM tem procurado instituir uma “terceira via”, promovendo o diálogo entre “empíricos” e “teóricos”, na tentativa de superar essa falsa dicotomia.

Este é o desafio que os atuais dirigentes da nossa comunidade científica decidiram enfrentar. Através de uma manchete provocativa, pretendem criar uma espécie de glassnost acadêmica.  Ensejando oportunidades, durante o XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, para desarmar os espíritos, ambicionam chegar a soluções de compromisso capazes de integrar teoria e práxis.

Se desse debate pluralista resultar a superação de preconceitos e a produção de estudos compartilhados, a INTERCOM sairá engrandecida. Pois estará colhendo os frutos da árvore utopicamente plantada pelos seus fundadores em terreno fértil, diligentemente irrigado pela sua vanguarda para beneficiar as novas gerações de pesquisadores.”

José Marques de Melo . Fundador e Presidente de Honra da INTERCOM

Reproduzido do Blog da Intercom 2011 UNICAP

Para saber mais sobre as Intercom regionais clique aqui.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Debate: o papel da mídia na atualidade


Deputados debatem “mídia e democracia”


Nesta sexta-feira, dia 1º, às 19 horas, no auditório do Sindicato dos Bancários de São Paulo (Rua São Bento, 413), o Centro de Estudos Barão de Itararé promoverá o debate “Mídia, regulação e democracia”. Já estão confirmadas as presenças de cinco deputados federais: Emiliano José (PT/BA), Luiza Erundina (PSB/SP), Brizola Neto (PDT/RJ), Jandira Feghali (PCdoB/RJ) e Ivan Valente (PSOL/SP).

O evento tem três grandes objetivos. O primeiro é de aprofundar o debate sobre o papel da mídia e urgência de um novo marco regulatório. Este tema ganhou impulso no segundo mandato do presidente Lula, com a realização da 1ª Confecom e a montagem de um grupo de estudo, sob comando do ex-ministro Franklin Martins, para formular um projeto inicial de regulação da mídia. As propostas já foram encaminhadas à presidenta Dilma Rousseff, que se comprometeu em abrir um processo de consulta democrática na sociedade.

Fortalecer a frente parlamentar

O segundo é fortalecer a recém-criada Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação. Constituída no início de março, esta articulação está na reta final da coleta de assinaturas para a sua formalização no Congresso Nacional. Mas há consenso entre os parlamentares de que ela só terá eficácia se contar com a intensa participação e pressão dos movimentos sociais.

O terceiro objetivo é lançar o novo livro do deputado Emiliano José, intitulado “Jornalismo de campanha e a Constituição de 1988”. Publicada pela Editora da Universidade Federal da Bahia, a obra é baseada em sua tese de doutorado defendida na Faculdade de Comunicação da UFBA. Emiliano José pesquisou o discurso da mídia entre 1988/1998 e mostra como a imprensa mergulhou de cabeça na desconstrução da Constituição de 1988 e na implantação do projeto neoliberal no Brasil.

Um incêndio, uma notícia, uma janela, um jornalista e um "alienado" do ConsciênciaNet


"Entreouvido durante o incêndio da UFRJ

Eram pouco mais de quatro horas da tarde quando eu observava, da janela de um núcleo de pesquisa da Escola de Comunicação da UFRJ, o desastre do incêndio no Palácio Universitário. Do lado de fora, uma multidão de alunos, professores, funcionários e jornalistas, em meio a policiais, bombeiros e guardas municipais. Curiosos de plantão da geração 2.0 clicavam tudo com seus celulares-máquina-fotográfica. “Chega”, pensei comigo mesmo. “Hora de ir para casa.”

Antes de encontrar as chaves, no entanto, fui surpreendido por uma batida na porta. Não consegui imaginar quem poderia ser. Abri e, surpreso, me deparei com um homem magro e irrequieto de meia-idade que carregava uma pesada câmera na mão esquerda. Já fazendo menção de entrar, foi logo se apresentando. “Sou da TV Globo”, explicou, cheio de si, como se aquela frase fosse seu passe-livre. Ingenuamente, disse que queria fazer uma tomada do incêndio dali. A vista da janela da sala de fato era privilegiada. Ninguém lá embaixo teria uma imagem tão boa quanto a de lá, o repórter fora esperto. “Não são nem dois minutos”, disse.

Fiz uma pausa antes de responder, só para esticar um pouquinho mais aquele momento. “Hum…”, comecei. “Estou saindo e não posso deixar você entrar.” Ele estacou. Por essa não esperava. “Mas é só uma tomada, é rapidinho, menos de um minuto!”, rogou, exasperado. “Não, sinto muito. Não vou deixar você entrar não.” Ele insistiu, incrédulo: “Mas são só trinta segundos e pronto!”

Quando ele percebeu que não tinha jeito, perguntou quantos anos eu tinha. “Vinte”, respondi. “Você vê televisão?” “Não, não tenho televisão em casa”, respondi enquanto pegava minhas coisas, ao que ele deu o veredito: “Você é um alienado…” Dei um sorriso. “Eu? Me desculpa, mas alienado é o seu trabalho e o que vocês fazem.”

Ele me deu as costas e foi-se embora. Eu respirei fundo. Às vezes, é o dia da caça."

Ricardo Cabral
28/03/2011

Reproduzido de ConscienciaNet.


Leia resposta "Sobre mídia, universidade e mercado" de Ricardo Cabral, aos comentários à postagem no ConscienciaNet clicando aqui.



"Eu acredito, portanto, que o que essas empresas fazem é um desserviço à sociedade. E foi por isso que me neguei a deixar que o câmera fizesse as imagens da sala do PET-ECO, um espaço universitário que deve servir à sociedade – porque os interesses privados a gente já viu onde nos levam. É claro que não quis prejudicar o trabalhador. Afinal, convenhamos que é um fato que nada lhe aconteceria por não filmar ali, existiam espaços de sobra para fazer as tomadas. Mas me neguei – e me negaria de novo – a permitir que uma sala da UFRJ pela qual eu era responsável naquele momento fosse usada por uma empresa e seus interesses. Não mudei o mundo e, confesso, não era o objetivo. Fui apenas fiel aos meus princípios, que são esses que expus acima". R.C.

Conferência Nacional para a Reforma dos Media: Boston/EUA


The National Conference for Media Reform: 8-10 apr 2011 Bosto/USA
Media. Technology, Democracy

The conference is your chance to meet, share ideas with and be inspired by thousands of people who care about the future of media, technology and democracy.

You’ll join activists, media makers, educators, journalists, artists and policymakers in sessions about journalism and public media; technology and innovation; policy and politics; arts and culture; social justice and movement building; plus how-to workshops and hands-on trainings. You’ll see creative, courageous and conscientious films and meet with writers during book signings. And of course, you won’t want to miss the parties.



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