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sábado, 5 de maio de 2012

OPAS lança publicação sobre Promoção e Publicidade de Alimentos e Bebidas Não Alcoólicas para Crianças nas Américas


Recomendações da Consulta de Especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde sobre a Promoção e a Publicidade de Alimentos e Bebidas Não Alcoólicas para Crianças nas Américas

Recomendaciones de la Consulta de Expertos de la Organización Panamericana de la Salud sobre la promoción y publicidad de alimentos y bebidas no alcohólicas dirigida a los niños en la Región de las Américas

Recommendations from a Pan American Health Organization Expert Consultation on the Marketing of Food and Non-Alcoholic Beverages to Children in the Americas 


Lançada publicação sobre Promoção e Publicidade de Alimentos e Bebidas Não Alcoólicas para Crianças nas Américas

No dia 29 de abril de 2012, no World Nutrition Rio 2012, foi lançada a publicação que apresenta recomendações da consulta de especialistas da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) sobre a Promoção e a Publicidade de Alimentos e Bebidas Não Alcoólicas para Crianças nas Américas. Segundo Mirta Roses, Diretora da OPAS, a implementação de novos padrões que levem em conta a saúde no que se refere ao marketing de alimentos poderá se tornar uma ferramenta fundamental na luta contra a obesidade e problemas de saúde nas Américas.

Um importante componente do ambiente social nas Américas é o marketing para crianças de alimentos de baixo valor nutritivo. As crianças são especialmente vulneráveis à influência da publicidade, então devemos protegê-las realizando ações sólidas e eficazes de saúde pública. Neste sentido, uma resolução da OMS aprovada em maio de 2010 instou os governos dos Estados Membros a dirigirem esforços para restringirem esforços para restringirem a promoção e a publicidade de alimentos para as crianças. As recomendações de políticas que emergem da presente Consulta de Especialistas da OPAS representam uma resposta a essa questão preemente.

Uma recomendação básica é que cada Estado Membro defina um objetivo claro para a política de redução da exposição das crianças ao marketing de alimentos ricos em gordura, açúcar ou sal, com a meta de diminuir os riscos para a saúde infantil.

Reproduzido de Redenutri . Rede de Nutrição do Sistema Único de Saúde
Via Carla Rabelo Instituto Alana

Para descarregar/bauxar o documento em inglês, espanhol ou português na página da OPAS clique aqui.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Nutritodos: Carta Aberta para o Presidente do Grupo New Comm, Roberto Justus


Carta Aberta para o Presidente do Grupo New Comm, Roberto Justus

São Paulo, 2 de abril de 2012

“No Brasil, o ano começa após o carnaval e os brasileiros já estão aguardando os próximos feriados para descansar”. Parece até frase de publicitário, mas nossa intenção é outra. Para as agências de publicidade do primeiro ao último dia do ano, existe espaço para elas. Em diversos países desenvolvidos, como França, Inglaterra, Estados Unidos da América, Reino Unido e outros países existem restrições claras sobre a veiculação da publicidade dirigida para as CRIANÇAS, como é de conhecimento do senhor, Roberto Justus. De acordo com a American Journal of Clinical Nutrition, umas das revistas científicas mais respeitadas no mundo o excesso de peso em pré-escolares no Brasil foi 4,9%, EUA 4,5% e Reino Unido 2,9%(1).

Como pode o Brasil ter maior porcentagem de excesso de peso que países ricos e mais capitalistas? A psicóloga Susan Linn (2) vinculada a Universidade de Harvard publicou em seu livro que os EUA regulamenta menos o marketing infantil do que a maioria das democracias industrias, já o Reino Unido rompeu o marketing de “junk food” (alimentos de alto valor energético e muito açúcar, sal e gordura) com os programas infantis na BBC (emissora do Reino Unido). No Brasil, infelizmente, existe apenas regulamentação para crianças de 0 a 3 anos. Em compensação, segundo o IBGE o excesso de peso ultrapassa patamares internacionais (3).

No Brasil de acordo com tese de doutorado da nutricionista Monteiro (4) verificou que 96,7% das propagandas eram de alimentos não saudáveis e em outra pesquisa de mestrado defendida na USP (5), 100% das propagandas infantis eram de alimentos não saudáveis. É necessário regulamentar a publicidade como o Prof. Titular do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, Carlos Augusto Monteiro e a profª Inês Rugani Ribeiro de Castro (UERJ) defendem em seu artigo publicado recentemente (6).

O Blog NUTRItodos, vem desenvolvendo um trabalho para que haja a divulgação da boa informação sobre Nutrição e Saúde e combate a impunidade, no Brasil, com o fim da publicidade dirigida à CRIANÇA. A publicidade muitas vezes desrespeita o ser mais precioso que temos. O Brasil foi um dos últimos a aderir à abolição da escravatura e parece que caminha no mesmo ritmo para regulamentar a publicidade dirigida para elas. Sabemos que as agências de publicidade irão dizer que o CONAR (Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária) desenvolve um bom trabalho. Entretanto, os países desenvolvidos têm os dois: regulamentação e autoregulamentação. O problema é que aqui só temos o setor publicitário autoregulamentando, o que muitas vezes leva publicidades desrespeitosas para nossas CRIANÇAS, diariamente, antes de serem retiradas do ar.

Dessa forma, gostaríamos de lançar um DESAFIO para o senhor, visto que tal “sentimento” parece ser parte forte de sua personalidade. Desejamos que mostre ao Brasil o compromisso de não mais fazer publicidade dirigida às crianças por meio de seu grupo New Comm. Sabemos que ele está há 9 anos em primeiro lugar no Brasil, entretanto, acreditamos que ele esteja em primeiro lugar por seu perfil empreendedor, competência e diversas outras qualidades, mas não pela produção de publicidade dirigida às crianças. Sabemos que o senhor terá muita criatividade, eficiência administrativa e energia para mostrar ao Brasil; que sua empresa é capaz de produzir publicidade e continuar em primeiro lugar, seguindo os mesmos passos de países desenvolvidos. Senhor, Roberto Justus, você como pai e publicitário sabe a influência que a propaganda exerce sobre nossos filhos, mas pergunto: Tem coragem e amor para aceitar este desafio?

“O melhor investimento que um país pode fazer é nas suas crianças.” (Carol Bellamy)

PS.: Esta mesma carta foi enviada também às 5 maiores agências de publicidade do Brasil, direcionada é claro especificamente cada empresário.

PS1: As 5 maiores agências de publicidade, segundo o painel IBOPE 2011 foram: 1ª YOUNG & RUBICAM; 2ª ALMAP BBDO; 3ª OGILVY & MATHER; 4ª EURO RSCG BRASIL e 5ª JWT BRAZIL.


Cordialmente,

Alexander Marcellus

Coordenador geral
NUTRItodos

Referências


1- Am J Clin Nutr 2000;72:1032–9



2- Linn S. Honrar a criança em tempos desonrosos: recuperando a infância da cultura de mída comercializada. In: Cauvokian R, Olfman S, organizadores. Honrar a criança: como transformar este mundo. São Paulo: Instituto Alana: 2009. p. 249-261.



3- IBGE 2010






Reproduzido de Nutritodos