Mostrando postagens com marcador Jornalismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jornalismo. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Pequeno leitor de papel – Um estudo sobre jornalismo para crianças, de Juliana Doretto


Pequeno leitor de papel

Observatório da Imprensa
29/07/2014 na edição 809

Pequeno leitor de papel – Um estudo sobre jornalismo para crianças, de Juliana Doretto, 116 pp, Alameda Casa Editorial, São Paulo, 2014; R$ 38

[Do release da editora]

O campo do jornalismo impresso responde por um espaço importante nos discursos midiáticos contemporâneos, especialmente com os desafios trazidos pelas injunções tecnológicas na produção, na distribuição e na recepção dos mais variados produtos. Diferentes modos de difusão da informação, e sua interface com a produção audiovisual e digital, alargam o campo de abrangência das notícias e dos seus modos narrativos.

A segmentação de públicos cada vez mais específicos é forte marca da produção jornalística atual, especialmente em sua feição escrita. Nesse cenário, um novo perfil se destaca por seu dinamismo e singularidade, e também no que diz respeito à inventividade de sua proposta: o jornalismo infantil, que, mesmo não sendo propriamente novo, adquire cada vez mais visibilidade e importância. As variadas formas dessa prática editorial, bem como o complexo processo de sua concepção, criação e divulgação, são o tema deste livro.

Em Pequeno leitor de papel – Um estudo sobre jornalismo para crianças, Juliana Doretto busca delinear esses leitores, e seu contexto, em dois suplementos infantis brasileiros, a “Folhinha” e o “Estadinho”, definindo-os como as crianças entrevistadas pelos cadernos, cujas falas aparecem nos textos publicados. Foram analisadas capas e reportagens principais de 25 edições de cada um dos dois suplementos, no segundo semestre de 2009, e os resultados apontam para a concentração de temas, para a pouca variação no perfil dos entrevistados e para o uso abusivo de textos imperativos, por meio de levantamento abrangente e minucioso.

Sobre a autora

Juliana Doretto é professora e jornalista. Atualmente, desenvolve pesquisa de doutoramento em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova Lisboa, onde investiga a participação do leitor nos veículos impressos produzidos para a audiência infantil. Defendeu mestrado pela USP. Como repórter, passou pelo portal UOL e por diversos suplementos da Folha de S.Paulo.

29 jul 2014

Saiba mais sobre o tema no blg da autora, O Jornalzinho, clicando aqui.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Campaña Boliviana por el Derecho a la Educación: monitoreo de prensa escrita con temas educativos


Campaña Boliviana por el Derecho a la Educación

Estimad@s compañeras y compañeros:

La Campaña Boliviana por el Derecho a la Educación (CBDE), pone a su disposición, el monitoreo de prensa escrita, con temas educativos, que se realiza a través del internet en los siguientes medios: El Diario, La Razón, Cambio, Página Siete, La Prensa, Correo del Sur, Los Tiempos, Opinión, La Patria, El Potosí, El País, El Deber, Agencia de Noticias Fides (ANF), Erbol, Oxígeno y el portal del Ministerio de Educación, Ministerio de Justicia y la página Oficial de la UNESCO, convirtiéndose éstos en nuestra primera fuente documental de información.

Igualmente ponemos a su disposición el análisis de la tendencia de noticias coyunturales y la agenda mediática en materia educativa ("teoría del establecimiento de la agenda"):

. Durante las jornadas del 26 al 28 de julio, la tendencia en la agenda mediática respecto a la coyuntura en el área de educación nos señala una priorización por parte de los medios de comunicación escrita a la noticia sobre el ingreso de la primera alumna mujer a la Unidad Educativa Simón Bolívar.

. Asimismo los medios destacaron la entrega de computadoras portátiles a estudiante de unidades educativas fiscales.

Confiamos en que este instrumento se convierta en una valiosa herramienta, para analizar el cumplimiento del derecho fundamental que tiene toda persona a recibir una “educación de calidad e inclusiva" en todos los niveles y espacios geográficos, así como el seguimiento a políticas educativas y a su implementación. El presente monitoreo tiene un formato dinámico que permite el ingreso al artículo fuente a través del enlace con el nombre del periódico al que corresponde.

También los y las invitamos a visitar nuestra página web

Muchas gracias por su atención,

CBDE

Recebido via e-mail de CBDE
29 jul 2014

domingo, 25 de março de 2012

Indústria da tecnologia: a controladora do futuro das notícias...


The State of the News Media 2012: A indústria da notícia vem perdendo terreno para a de tecnologia

Priscila Duarte

Embora o crescimento na utilização de dispositivos e de novas plataformas estimule o consumo de notícias devido à facilidade de acesso, a indústria da tecnologia é que vem ganhando terreno, sendo agora considerada a controladora do futuro das notícias. Essa é uma das conclusões da 9ª edição da pesquisa anual 'The State of the News Media 2012', realizada pelo Pew Research Center's Project for Excellence in Journalism (PEJ), que tem como proposta analisar o estado do jornalismo norte-americano.

O estudo desse ano contém pesquisas em que foram examinados como os consumidores de notícias utilizam as mídias sociais, e como os dispositivos móveis podem mudar o 'negócio da notícia', além de uma atualização sobre as rápidas mudanças sofridas no campo do jornalismo comunitário.

Mais de um quarto dos americanos (27%) recebem notícias em dispositivos móveis e, para a grande maioria, isso se reflete em um aumento no consumo de material jornalístico. Segundo o relatório, embora a tecnologia venha a se somar ao apelo das notícias tradicionais, são os intermediários da indústria tecnológica que vêm ganhando espaço.

Em 2011, cinco gigantes da tecnologia geraram 68% de toda a receita publicitária digital, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado eMarketer - que não inclui na estatística os números da Amazon e da Apple, pois seus lucros têm origem a partir de dispositivos e downloads. De acordo com a mesma fonte, em 2015, aproximadamente 1 em cada 5 dólares de anúncios de exibição (display ads) está previsto para ser investido no Facebook.

Para Tom Rosenstiel, diretor da PEJ, a análise do relatório sugere que a notícia está se tornando uma parte mais importante e penetrante da vida das pessoas. "Mas ainda não está claro quem irá se beneficiar economicamente desse crescente apetite por novidades", questiona.

As plataformas de mídias sociais, entretanto, cresceram substancialmente no último ano, mas continuam a desempenhar um papel limitado no consumo diário de notícias. Apenas um terço dos consumidores de notícias leem matérias pelo Facebook; no Twitter, a proporção cai para menos de um sexto.

O relatório, que traz uma análise abrangente das tendências mais importantes no campo da notícia com base no ano de 2011, inclui capítulos detalhados sobre oito grandes áreas de mídia: digital, jornais, notícias a cabo, rede de TV, notícias de televisão local, áudio, revistas e meios de comunicação étnicos. Seguem algumas das conclusões:

- Os norte-americanos são muito mais propensos a acessar notícia digital indo diretamente para o site de uma organização jornalística ou aplicativo do que seguir links de mídias sociais, contabilizando 36% dos entrevistados. Apenas 9% dos adultos americanos dizem seguir as sugestões de notícias do Facebook ou Twitter.

- Ainda assim, as mídias sociais são consideradas um canal cada vez mais importante para as notícias, de acordo com dados de tráfego. Segundo a análise de dados da Hitwise, 9% do tráfego para sites de notícias agora vêm do Facebook, Twitter e pequenos sites de mídia social. A porcentagem vinda das ferramentas de busca, entretanto, caiu de 23% em 2009 para 21% em 2011.

- Usuários do Facebook (70%) seguem os links de notícias compartilhadas por familiares e amigos, já os do Twitter seguem links de uma variedade de fontes. Apenas 13% dizem que a maioria dos links acessados vêm de empresas de comunicação.

No Twitter, no entanto, a mistura é mais uniforme: 36% dizem que a maioria dos links que acessam vem de amigos e familiares, 27% dizem que a maior parte dos links vem de organizações de notícias, e 18% que a maioria dos links de notícias lidos chegam por meio de entidades e instituições. E mais: a maioria das notícias recebidas por essas redes poderia ter sido vista em outro lugar sem essa plataforma.

- Os setores de mídia tiveram um crescimento de sua audiência em 2011, com exceção das publicações impressas. Os sites de notícias registraram o maior aumento de audiência do ano: 17%. Outra área de destaque foi a dos telejornais que, em 2011, apresentaram um aumento no número de telespectadores atribuído aos acontecimentos negativos no exterior. Os jornais impressos, por sua vez, se destacaram por seu declínio contínuo, com uma redução de 5% quando comparado ao ano anterior. As revistas ficaram estáveis.

- Apesar dos ganhos de audiência, apenas as notícias via web e via cabo registraram um crescimento de receita publicitária em 2011. A publicidade on-line teve um crescimento de 23%, já os anúncios de TV a cabo 9%. A maioria dos setores da mídia, no entanto, viu o declínio das receitas de anúncios - as redes de TV caíram 3,7%; publicidade em revista, 5,6%; notícias locais, 6,7%, e os jornais impressos, 7,6%.

- Cerca de 100 jornais são esperados nos próximos meses para se juntar aos 150 periódicos que já migraram para algum tipo de modelo de assinatura digital. Em parte, os jornais estão fazendo este movimento depois de testemunhar o sucesso do 'The New York Times', que agora tem cerca de 390 mil assinantes on-line. O movimento também é impulsionado por quedas drásticas em receita publicitária. A indústria do jornal - circulação e publicidade combinados - encolheu 43% desde 2000. No geral, em 2011, os jornais perderam em receita publicitária cerca de US$ 10 para cada US$ 1 ganho on-line.

- O emergente panorama de sites de notícias comunitárias está chegando a um novo nível de maturidade e enfrentando novos desafios. NewWest.net e Chicago News Cooperative estão entre os importantes sites de notícias de comunidades que deixaram de ter publicação no papel. O modelo de sucesso, sintetizado pela Texas Tribune e pelo MinnPost, foi diversificar as fontes de financiamento e gastar mais recursos em negócios, não apenas com jornalismo.

- A privacidade é um assunto que está se tornando um problema maior para os consumidores, criando pressões conflitantes sobre as organizações noticiosas. Cerca de dois terços dos usuários de internet se sentem inquietos com a publicidade segmentada e com as ferramentas de busca que rastreiam comportamentos na web. Os consumidores, entretanto, dependem cada vez mais dos serviços prestados pelas empresas que agregam esses dados. As organizações de notícias estão bem no meio disso e, para sobreviver, precisam encontrar maneiras de fazer sua publicidade digital mais eficaz e lucrativa. No entanto, também devem se preocupar em não violar a confiança do público a fim de proteger seus ativos mais fortes: suas marcas.

Reproduzido de Nós da Comunicação
20 mar 2012

Via Cristiane Parente .  Mídia e Educação

Dos monopólios à democratização: caminhos e lutas por uma outra comunicação no Brasil


Dos monopólios à democratização: caminhos e lutas por uma outra comunicação no Brasil*

Vilson Vieira Junior

Resumo

Os meios de comunicação, no contexto do mundo contemporâneo ditado pelas regras do capitalismo financeiro globalizado, assumiram posições nunca antes conquistadas ou imagináveis no que se refere à acumulação de poder político, econômico e simbólico. Uma das causas dessa realidade é a forte concentração das empresas de mídia, que ocorre por meio de fusões, alianças, convergência tecnológica e na propriedade cruzada de diferentes mídias, obedecendo às lógicas do capitalismo de mercado – a do lucro e da acumulação. Esse fenômeno global tem seus reflexos também no Brasil onde, em virtude de uma realidade social, política, cultural e econômica desigual, a formação dos oligopólios ganhou contornos ainda mais graves.

O Estado brasileiro se afastou gradativamente de suas atribuições nas questões ligadas às comunicações por meio da adoção de leis de cunho neoliberal, o que contribuiu para a internacionalização e a concentração do setor, em especial a partir dos anos de 1990. Alguns aspectos peculiares ainda caracterizam o sistema de comunicações no país, que são a presença marcante de políticos como proprietários de emissoras de rádio e televisão – o chamado coronelismo eletrônico; a atuação hegemônica de um grupo de mídia - a Rede Globo; e ainda o controle das maiores e mais importantes empresas de comunicação em poder de seis famílias, todas representantes das elites sociais e econômicas.

Paralelamente a esses acontecimentos, surgiram no Brasil - desde o período militar – movimentos pela democratização das comunicações oriundos da sociedade civil, especialmente as classes profissionais da área da comunicação e também as universidades. A principal característica desses movimentos organizados é a de buscar, junto à sociedade e o poder público, meios para reorganizar a estrutura concentrada e oligopolizada da mídia e de implantar novas relações entre os meios de comunicação, o Estado e as diferentes esferas da sociedade, além de conferir pluralidade e diversidade à mídia por meio de políticas públicas nacionais de comunicação e de mudanças profundas nas legislações que regem o setor.

* Monografia apresentada à Banca Examinadora da Universidade Federal do Espírito Santo, como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em Comunicação Social, habilitação Jornalismo, sob a orientação da Professora Drª. Ruth de Cássia Reis.

05 de março de 2007

Acesse o texto completo na página do Observatório do Direito à Comunicação clicando aqui. Disponível para download do texto em PDF clicando aqui.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A escola pública no show da vida


A escola pública no show da vida

Por Rodolpho Motta Lima
Advogado e professor de Língua Portuguesa

Instigado por comentários que li/ouvi, resolvi assistir, no último dia 27, ao programa “Fantástico”. Fiz essa grande exceção  a um comportamento de muitos anos,  mantido para o bem dos meus fins de domingo, porque queria ver o quadro  “Conselho de Classe”, em que a Globo vem expondo o que resolveu editar depois de muitas dezenas de horas de gravação no colégio República do Peru, escola pública do Rio de Janeiro. A justificativa: enfocar como é o dia a dia de quatro professores da 6ª. série do Ensino Fundamental daquele estabelecimento. Visto o programa – a terceira apresentação de uma série de cinco, tendo, em média, 12 minutos de duração cada uma -, resolvi acrescentar minha opinião a umas tantas outras, tendo antes o cuidado de procurar conhecer, na internet, o teor das duas primeiras  abordagens.

Lamentei muito do que vi e ouvi. Não se deve, seja em nome do que for, submeter um assunto sério como a educação pública a uma exposição do tipo “reality show”, em que professores, ingênuos talvez, expõem a si próprios e aos seus alunos em atitudes que mais parecem buscar os tão falados 15 minutos (no caso, seriam 12) de fama…

Julgo que, aos mestres em questão – cuja qualidade e intenções não coloco em discussão, até porque seria leviandade, já que não os conheço – talvez tenha faltado malícia para reconhecer que não seria deixando-se apresentar sob rótulos  como “exigente”, “linha dura”, “ mãezona” e outros, que estariam exemplificando o bom educador. Creio não ter havido sensibilidade nos momentos em que, na menção aos alunos, deixaram transparecer a visão (que espero que não tenham) de que o problema do ensino é o estudante, com seu “rebolation” em sala de aula, suas bolas arremessadas para o ar, sua preocupação com maquiagem, sua indisciplina  e sua desmotivação. A meu juízo, faltou-lhes, ao menos nesses três primeiros “blocos”, uma atitude crítica quanto às condições do ensino no país – não apenas o ensino público, mas a educação vista como um todo, em uma sociedade repleta de mazelas.  E então, em meio aos  novelescos perfis traçados para eles, perderam uma excelente oportunidade de não se deixarem levar pelo estrelismo, um dos perigos da minha profissão.  A quem serve uma negativa exposição dos alunos e do ambiente de uma escola pública? Serve a quem esse consentido clima “Big Brother Brasil”, com microfones e câmeras “escondidas” em busca de  “espontaneidade”?

A “chamada” para o quarto bloco – que estará indo ao ar quando este texto já estiver circulando no DR – fala de uma festa dos professores, gente “que vai dançar até o amanhecer”. Nada contra as festas de congraçamento, nada contra a alegria e descontração. Mas tudo a favor, também, da sensibilidade para ao menos tentar imaginar hipotéticos objetivos e preservar-se.

Terão sido os “atores” previamente consultados quanto à versão final dos programas? Acredito – ou quero acreditar – que não. Penso que talvez percebessem, então, que em nada ajudaria os propósitos da educação uma frase dita sem pensar de professor confessando ter relação “de amor e ódio” com os alunos; que a autopromoção embutida em alguns depoimentos não é uma contribuição positiva; que o tom “tropa de elite” dos comandos de alguns  mestres, aí incluída a contagem de 72 “Senta!” proferidos por um único professor, não é pedagogicamente adequado; que, enfim, a edição deixou mal a eles e a nós, que defendemos a qualquer preço o democrático ensino público.

Resta questionar, também, a Secretaria Municipal de Educação. Será que não se preocupou em analisar o que iria ao ar como resultado de tanto tempo de gravações? Será que considerou satisfatória a edição? Terão sido ingênuas as autoridades educacionais ou também elas terão aderido ao desejo da exposição , mesmo que do tipo “falem mal , mas falem de mim”?  Em alguns depoimentos na internet, que até defendem a edição, apontam-se aspectos positivos apresentados: as salas não estão infladas de alunos, a escola é de regime integral (7 horas), apresentam-se em alguns poucos momentos modernos recursos pedagógicos. Concordo. Mas esses aspectos aparecem no detalhe, não se aprofundam, e o que predomina mesmo, ao menos para mim,  é uma visão meio anárquica, até caótica, do ambiente.

Se falhou a Secretaria de Educação, não falharam os jornalistas do “Fantástico” no seu intento de transformar tudo em um “ show da vida”. Muitas das situações, claro, são do dia a dia de um colégio, seja ele público ou particular. Mas o que a edição acabou por mostrar – de forma subliminar – foi uma escola pública pouco confiável. Um tipo de escola que talvez preocupe  os pais  da emergente classe média carioca e que, nesta providencial época de renovação de matrículas, podem (quem sabe?) ser tentados a buscar a solução para as suas preocupações nos braços receptivos e onerosos – mas nem sempre eficientes – das escolas da iniciativa particular.

Reproduzido de Revistapontocom, por Marcus Tavares
13 dez 2011



Comentário de Filosomídia:


É, "tudo não passa de um mito", absolutamente tudo...



Fantástico

Guto Graça Melo
Tema Original – 1973

Olhe bem preste atenção
Nada na mão nesta também
Nós temos mágicas para fazer
Assim é vida olhe pra ver
Milhares de sonhos só para sonhar
Miragens que não se podem contar
Uma fração de um segundo
Qualquer emoção agita o mundo
Riso, criado por quem é mestre
Sexo, sem ele o mundo não cresce
Guerra, para matar e morrer
Amor, ele quem ensina a viver
Foguete no espaço
Rumo ao infinito
Provando que tudo
Não passa de um mito
É Fantástico
Da idade da pedra
Ao homem de plástico
O show da vida (5x)
É Fantástico!

domingo, 13 de novembro de 2011

Ignacio Ramonet: "o jornalismo tradicional está se desintegrando completamente"


O cidadão vive numa sensação de insegurança informativa

“O homem moderno está em perigo de se tornar um completo ignorante da informação", disse Ignacio Ramonet, especialista em mídia, em seu novo livro “A explosão do jornalismo (Edições Galilée, Paris, 2011). O desenvolvimento da Internet, que ameaça a “imprensa do papel (escrita)”, pode também marcar o surgimento de uma democracia renovada, transparência e fluidez a corroer todas as dominações.

"Le citoyen vit dans un sentiment d'insécurité informationnelle"

"L'homme contemporain court le risque de devenir un ignorant bourré d'information", explique Ignacio Ramonet, spécialiste des médias, dans son nouveau livre L'Explosion du journalisme (Éditions Galilée, Paris, 2011). Le développement d'Internet, s'il menace la presse papier, pourrait aussi marquer l'essor d'une démocratie renouvelée dans laquelle transparence et fluidité éroderaient toutes les dominations.

Entretien réalisé par Frédéric Durand (L'Humanité, Paris)

Vous dites que “le journalisme traditionnel se désintègre complètement”.

Ignacio Ramonet. Oui, parce qu'il est attaqué de toutes parts. D'abord il y a l'impact d'Internet. Il est clair qu'Internet, en créant un continent médiatique inédit, a produit un journalisme nouveau (blogs, pure players, leaks.) directement en concurrence avec le journalisme traditionnel. Ensuite, il y a ce qu'on pourrait appeler la « crise habituelle » du journalisme, qui préexistait à la situation actuelle, c'est-à-dire la perte de crédibilité, directement liée à l'accélération générale des médias ; la consanguinité entre un certain nombre de journalistes et d'hommes politiques. Le tout suscitant une méfiance générale du public. Enfin, il y a la crise économique qui provoque une chute très importante de la publicité, principale source de financement des médias privés. Ce qui entraîne de lourdes difficultés de fonctionnement pour les rédactions.

Vous évoquez une perte de crédibilité, pourquoi?

Ignacio Ramonet. La perte de crédibilité des grands médias s'est accentuée ces deux dernières décennies essentiellement comme conséquence de l'accélération du fonctionnement médiatique. La presse n'a jamais été parfaite, faire du bon journalisme a toujours été un combat. Mais depuis le milieu des années 1980, nous avons assisté à deux substitutions. D'abord, l'information en continu à la télévision, plus rapide, a pris le pas sur l'information délivrée par la presse écrite. Cela a abouti à une concurrence plus vive entre médias, une course de vitesse qui laisse de moins en moins le temps de vérifier les informations. Ensuite, à partir du milieu des années 1990 avec le développement d'Internet, et depuis deux ou trois ans avec l'irruption de « néojournalistes », ces témoins-observateurs d'événements (sociaux, politiques, météorologiques, faits divers. ) qui sont une nouvelle source d'information extrêmement sollicitée par les médias eux-mêmes.

Malgré ces pratiques de proximité, le public semble avant tout justifier sa défiance à l'égard de la presse par la promiscuité entre le pouvoir et les journalistes.

Ignacio Ramonet. Pour la plupart des citoyens, le journalisme se résume à quelques journalistes : ceux que l'on voit toujours et partout. Une vingtaine de personnalités connues, qui vivent un peu « hors sol », qui passent beaucoup de temps « embedded » avec les hommes politiques, et qui sont globalement fort conciliants avec eux. Bref, il s'est ainsi constituée une sorte de noblesse du quant à soi, leaders politiques et journalistes célèbres vivent et se marient même entre eux, c'est une nouvelle aristocratie. Mais ce n'est pas du tout la réalité du journalisme. La caractéristique principale de ce métier, aujourd'hui, c'est avant tout : la précarisation. La plupart des jeunes journalistes sont exploités, très mal payés ; ils travaillent à la pige, à la tâche, dans des conditions préindustrielles. Plus de 80 % des journalistes ont de petits salaires, toute la profession vit sous la menace de licenciements. Donc, à tous égards, la vingtaine de journalistes célèbres n'est pas représentative et masque la misère sociale du journalisme français. Et cela n'a pas changé avec Internet, cela s'est même aggravé. Dans les sites d'information en ligne créés par la plupart des médias, les conditions de travail sont encore pires. Est ainsi apparue une nouvelle sorte de journalistes exploités : les forçats de l'info, les pigistes d'abattage, les OS du Web, les galériens du clavier. Ce qui peut les consoler c'est que, peut-être, l'avenir leur appartient.

Dans ces conditions le journalisme peut-il encore se prévaloir du titre de quatrième pouvoir, agit-il encore comme un contre pouvoir?

Ignacio Ramonet. On assiste à une extraordinaire concentration des médias. Si on observe la structure de la propriété de la presse nationale française, on constate qu'elle est entre les mains d'un très petit nombre de groupes. Une poignée d'oligarques - Lagardère, Pinault, Arnault, Dassault. -, est devenue propriétaire des grands médias français. Des médias qui expriment de moins en moins une pluralité mais sont soupçonnés de protéger les intérêts des grands groupes financiers et industriels auxquels ils appartiennent. En ce sens il y a crise du « quatrième pouvoir ». Sa mission historique, qui consiste à créer une opinion publique disposant d'un sens critique et susceptible de participer activement au débat démocratique, n'est plus garantie. Aujourd'hui, les médias cherchent, au contraire, à domestiquer la société pour éviter toute remise en cause du modèle dominant. Les grands médias ont créé un consensus autour d'un certain nombre d'idées (la mondialisation, la construction européenne, le nucléaire, le libre-échange.) considérées comme étant « bonnes pour tout le monde » et qui ne peuvent être contestées. Si vous les contestez, vous quittez ce qu'Alain Minc appelle le « cercle de la raison ». Vous êtes donc dans la déraison.

Vous appelez de vos voux un cinquième pouvoir.

Ignacio Ramonet. Oui, si l'on fait le constat que le « quatrième pouvoir » ne fonctionne pas, cela pose un grave problème à la démocratie. Car il n'est pas imaginable de concevoir une démocratie sans véritable contre-pouvoir de l'opinion publique. L'une des spécificités d'une démocratie réside dans cette tension permanente entre le pouvoir et son respectif contre-pouvoir. C'est ce qui fait la versatilité, l'adaptabilité et la réalité de ce système. Le gouvernement a une opposition, le patronat a les syndicats. Mais les médias n'ont pas - et ne veulent pas avoir ! - de contre-pouvoir. Or il y a une forte demande sociale d'informations sur l'information. Beaucoup d'associations, comme l'Acrimed, par exemple, passent déjà au crible de la véracité, le fonctionnement des médias. Les gens veulent savoir comment fonctionne la manipulation médiatique. Pour mieux s'en défendre. C'est ainsi qu'aujourd'hui nos sociétés démocratiques construisent, dans le tâtonnement bien entendu, un « cinquième pouvoir ». Le plus difficile étant de faire admettre aux médias dominants que ce « cinquième pouvoir » puisse exister et qu'ils lui donnent la parole.

Vous faites dans votre ouvrage un constat alarmant sur l'avenir de la presse écrite en général, qu'en est-il de la presse d'opinion?

Ignacio Ramonet. Les journaux les plus menacés sont, selon moi, ceux qui reproduisent toutes les informations générales et dont la ligne éditoriale se dilue totalement. Si pour le citoyen il est important que toutes les opinions s'expriment, cela ne veut pas dire que chaque média, en son sein, soit obligé de reproduire toutes ces opinions. En ce sens, la presse d'opinion, non pas une presse idéologique qui se ferait le relais d'une organisation politique, mais une presse d'opinion capable de défendre une ligne éditoriale définie par sa rédaction, est nécessaire. Dans la mesure où, pour tenter de combattre la crise de la presse, des journaux ont décidé de mettre sur le même plan, dans leurs colonnes, toutes les thèses politiques, de l'extrême gauche à l'extrême droite, au prétexte que tout se vaut, de nombreux lecteurs ont cessé d'acheter ces journaux. Parce que l'une des fonctions d'un journal, en plus de fournir des informations, est de conférer une « identité politique » à son lecteur. Or désormais, « leur » journal ne dit plus, aux lecteurs, qui ils sont. Au contraire, ils troublent son identité politique et l'égarent. Ils achètent, mettons, Libération et y lisent, par exemple, un entretien avec Marine Le Pen. Pourquoi pas ? Mais ils peuvent y découvrir qu'ils ont peut-être quelques idées en commun avec le Front national. Et nul ne les rassure. Et cela les inquiète. Un tel brouillage de ligne a confondu de nombreux lecteurs. D'autant qu'aujourd'hui le flot d'informations qui circule sur Internet peut leur permettre de se faire leur propre opinion. En pleine crise des médias, le succès de l'hebdomadaire allemand Die Ziet est significatif. Il a choisi d'aller à l'encontre des idées et des informations dominantes, avec des articles de fond, longs, parfois ardus. Et il voit ses ventes s'accroître. Au moment où toute la presse fait la même chose : des articles de plus en plus courts, avec un vocabulaire d'à peine 200 mots. Die Ziet a choisi une ligne éditoriale claire et distincte, et se souvient par ailleurs que le journalisme est un genre littéraire.

S'agissant de cette hyperabondance d'informations, d'Internet et de ses réseaux sociaux, vous évoquez tour à tour sagesse collective et abrutissement collectif?

Ignacio Ramonet. Jamais dans l'histoire des médias on a vu les citoyens contribuer autant à l'information. Aujourd'hui, si vous mettez une information en ligne, elle peut être contredite, complétée, discutée par tout un essaim d'internautes, qui, sur beaucoup de sujets, seront au moins aussi qualifiés, voire plus, que le journaliste auteur de l'article. Donc on assiste à un enrichissement de l'information grâce à ces « néojournalistes », ceux que j'appelle les « amateurs-professionnels ». Rappelons que nous sommes dans une société qui n'a jamais produit autant de diplômés de l'enseignement supérieur, le journalisme s'adresse donc aujourd'hui à un public, qui par segments, bien sûr, très éduqué. Par ailleurs, les dictatures qui veulent contrôler l'information n'y parviennent plus, on l'a vu en Tunisie, en Égypte et ailleurs. Souvenons-nous que l'apparition de l'imprimerie, en 1440, n'a pas uniquement transformé l'histoire du livre, elle a bouleversé l'histoire et le fonctionnement des sociétés. De même, le développement d'Internet n'est pas qu'une rupture dans le champ médiatique, il modifie les rapports sociaux. Il crée un nouvel écosystème qui produit parallèlement une extinction massive de certains médias, en particulier de la presse écrite payante. Aux États-Unis quelque 120 journaux ont déjà disparu. Cela veut-il dire que la presse écrite va disparaître ? La réponse est non, l'histoire montre que les médias s'empilent, ils ne disparaissent pas. Cependant, peu de journaux vont résister. Survivront ceux qui auront une ligne claire, qui proposeront des analyses fouillées, sérieuses, originales, bien écrites. Mais le contexte d'hyperabondance d'informations a également pour effet de désorienter le citoyen. Il n'arrive plus à distinguer ce qui est important et ce qui ne l'est pas. Qu'est-ce qui est vrai, qu'est-ce qui est faux ? Il vit dans un sentiment permanent d'insécurité informationnelle. De plus en plus, les gens vont donc se mettre rechercher des informations de référence.

Comment assurer un avenir à l'information et à ceux qui la font alors que celle-ci est désormais accessible gratuitement?

Ignacio Ramonet. S'il est incontestable que c'est la presse en ligne qui va dominer l'information dans les années à venir, reste évidemment à trouver un modèle économique viable. Pour l'instant, la culture dominante d'Internet est effectivement la gratuité. Mais nous sommes, au moment actuel, entre deux modèles, et aucun des deux ne fonctionne. L'information traditionnelle (radio, télévision, presse écrite) est de moins en moins rentable, et le modèle de l'information en ligne ne l'est pas encore, à de très rares exceptions près.

Au fond, ces nouveaux espaces médiatiques ont-ils une chance de modifier les rapports de domination qui prévalent aujourd'hui au sein même de la société?

Ignacio Ramonet. J'ai consacré, dans mon ouvrage, un chapitre important à WikiLeaks (site Internet qui donne audience aux « fuites d'informations » - NDRL). C'est le domaine de la transparence. Dans nos sociétés contemporaines, démocratiques, ouvertes, il sera de plus en plus difficile, pour le pouvoir, d'avoir une double politique : l'une vis-à-vis de l'extérieur, et l'autre plus opaque, plus secrète, à usage interne, où le droit et les lois peuvent être transgressés. WikiLeaks a fait la démonstration que les médias traditionnels ne fonctionnaient plus et n'assumaient plus leur rôle. C'est dans la niche de leurs carences que WikiLeaks a pu pousser et se développer. Ce site a aussi dévoilé que la plupart des États avaient un côté obscur, caché. Mais le grand scandale, c'est qu'après les révélations de WikiLeaks, il ne se soit rien passé ! Par exemple, WikiLeaks a révélé que, à l'époque de la guerre d'Irak, un certain nombre de dirigeants socialistes français allaient faire allégeance à l'ambassade des États-Unis à Paris pour expliquer aux Américains que s'ils avaient été au pouvoir, ils auraient engagé la France dans cette guerre. Et cela n'a pas fait de vague. Alors que c'était presque de la haute trahison.

Cette évolution vers plus transparence peut-elle alors avoir des effets concrets?

Ignacio Ramonet. Elle va nécessairement jouer sur les privilèges des élites et les rapports de domination. Si les médias peuvent jusqu'ici s'attaquer au pouvoir politique, c'est parce que le politique a perdu beaucoup de son pouvoir au profit des sphères financières. C'est sans doute dans l'ombre de la finance, des traders, des fonds de pension. que s'établit aujourd'hui le véritable pouvoir. Or ce pouvoir demeure préservé parce qu'il est opaque. Il est significatif que la prochaine grande révélation de WikiLeaks concerne justement le secret bancaire ! Il est possible aujourd'hui, grâce aux nouveaux systèmes médiatiques, de s'attaquer à ces espaces occultes. Ce pouvoir est comme celui des vampires, la lumière le dissout, le réduit en poussière. On peut espérer que, grâce aux nouveaux médias numériques, ce sera au tour du pouvoir économique et financier d'être désormais interrogé et dévoilé.

Entretien réalisé par Frédéric Durand

l'Humanité des débats. L'entretien
Médias - le 8 Avril 2011

L'Explosion du journalisme
Ignacio Ramonet

Dans un ouvrage court et percutant, Ignacio Ramonet, décrypte les bouleversements de l'écosystème médiatique. L'avenir de la presse papier, le métier de journaliste, le développement des réseaux sociaux, Twitter et Facebook, des « dispositifs légers“ comme les blogs, des sites de “fuites“ tel WikiLeaks, tout y est analysé des potentialités comme des effets pervers du passage des médias de masse à la masse des médias. L'hyper concentration des médias traditionnels détenus par quelques oligarques ne permettant plus aux médias d'assurer leur rôle de quatrième pouvoir, contre pouvoir indispensable à la démocratie, l'auteur devine et appelle de ses voux un cinquième pouvoir capable d'exercer sa critique sur les médias eux-mêmes. Apte à promouvoir une “sagesse collective“ autant qu'à déclencher un “abrutissement collectif“, l'irruption d'un nouveau système informationnel pourrait non seulement transformer le champ médiatique mais la société elle-même jusque dans ses rapports de dominations. Le journalisme traditionnel se « retrouve un peu comme Gulliver à son arrivée dans l'île des Lilliputiens, ligoté par des milliers de liens minuscules“.

L'explosion du journalisme. Des médias de masse à la masse de médias. Edition Galilée. 2011. 154 pages. 18 euros

13 nov 2011

sábado, 29 de outubro de 2011

Pascual Serrano: “El periodismo es noticia”


Reseña del libro “El periodismo es noticia”

Serrano, Pascual, 2010: El periodismo es noticia. Tendencias sobre comunicación en el siglo XXI. Barcelona. Icaria, 142 páginas.

En la actual crisis que viven los medios de comunicación y la profesión periodística se hace necesario reflexionar sobre el papel que han jugado los medios a la hora de informar (o desinformar a la sociedad), sobre la función actual del periodismo, sobre las nuevas tecnologías y los hábitos de uso que se están implantando en los ciudadanos. Además, hay que llevar a cabo un análisis crítico sobre cómo han manejado los medios toda la información sobre la crisis económica: parece como si a muchos analistas financieros se les hubiera olvidado que los grandes medios de comunicación también forman parte de una macroestructura económica y financiera mundial. Sus accionistas, directa o indirectamente, son empresas de telecomunicación, grupos bancarios, aseguradoras o constructoras. Sectores que han estado muy relacionados con la responsabilidad de esta crisis económica.

En esta historia de reflexiones, críticas y propuestas el periodista Pascual Serrano que en 1996 fundó Rebelión, un periódico alternativo en la red, se detiene un momento en el frenético mundo informativo que nos rodea para analizar desde otra perspectiva los medios de comunicación y la eclosión de un periodismo alternativo que se está haciendo hueco, gracias a Internet, en la vida de muchos ciudadanos que han dejado de informarse a través de los clásicos canales de comunicación.

Tras abordar la crisis que están experimentando en la actualidad pilares fundamentales del periodismo como la credibilidad, la objetividad, la mediación, la información, la autoridad o la distribución. El autor propone una alternativa que permita hacer de esta crisis mediática toda una revolución comunicativa, lo que califica de “regeneración en el modelo comunicacional”. Una regeneración donde los nuevos modelos comunicacionales sean más participativos, democráticos y plurales.

Una de las consecuencias de la crisis que atraviesan los medios ha venido, tal como señala el propio autor, de la mano de una globalización económica neoliberal que ha provocado una excesiva concentración de medios; un monopolio informativo donde más que hablar de medios de comunicación estaríamos ante grandes grupos económicos y financieros que entre sus múltiples inversiones tienen parte de sus acciones en medios de comunicación. Esto se ha puesto de manifiesto en la actualidad ante la crisis económica que atravesamos, pero que se ha unido a la crisis estructural del sector que lleva años perdiendo su influencia como “cuarto poder” en aras de los grupos económicos.

Un círculo del que ni los propios periodistas pueden salir ya que el poder real lo tienen los dueños de estas grandes empresas que tienen libertad total para elegir a sus directivos y a los profesionales que van a desarrollar su trabajo. Esta misma libertad es utilizada por los propios directivos para despedir con total libertad e impunidad a cualquiera que se desvíe de la línea editorial, por tanto hablar de deontología profesional también para haber perdido sentido en esta nueva realidad informativa.

El libro, en su línea de propuestas alternativas dentro de la profesión, apuesta por la creación de un observatorio de medios de comunicación. Después de revisar la historia de los observatorios y de los intentos frustrados que ha habido en esta área (véase el capítulo III del libro reseñado), Serrano señala cuáles deben ser las principales funciones a desempeñar dentro de este tipo de organizaciones (pp.49- 50). De este modo, habla de analizar cuáles son los temas que se tratan en los medios, los protagonistas de las noticias, el lugar donde aparecen, el lenguaje utilizado, etc...Una vez que los observatorios hayan realizado todas estas funciones deben publicitar sus resultados y reflexiones a toda la ciudadanía para despertar el interés en los usuarios y ser más vinculantes.

Sin olvidar lo que ha supuesto Internet en todos los aspectos de la vida de los ciudadanos, el autor sigue haciendo hincapié en no olvidar los otros formatos comunitarios y más locales que frente a la explosión de las nuevas tecnologías parecen ocupar un papel menos destacado. En cierto modo, cuando el autor pone como ejemplo para ilustrar esta idea al gobierno de Venezuela (pp.71) está hablando de una brecha digital que se genera a veces por creer que todo el mundo accede a la Red y que están informados. Se trata de un error ya que no todo el mundo puede acceder a la información y es precisamente en este contexto donde se hace necesario, como propone el autor, otros medios alternativos. Un altavoz en lo local que pueda llegar a ser global. De otra forma, una gran parte de la ciudadanía se quedará atrás.

Eva Herrero Curiel
Universidad Carlos III de Madrid/Estudios sobre el Mensaje Periodístico Vol. 17 Núm. 1 (2011) 243-267

Leia mais sobre Pascual Serrano clicando aqui.

Pascual Serrano participa do I Encontro Mundial de Blogueiros, de 27 a 29 out 2011 em Foz do Iguaçu, Brasil

sábado, 20 de agosto de 2011

As novas “fontes de arranjo dos fatos” na fronteira entre a política e a mídia


Serão mesmo os fatos subversivos?

Muniz Sodré

“Os fatos são subversivos” – é o que nos garante o escritor inglêsTimothy Garton Ash desde o título de seu livro que acaba de ser publicado em português (Companhia das Letras, 430 pp.). Ash pratica um misto de jornalismo e historiografia, combinando reportagens com a pesquisa e a reflexão acadêmicas. Como professor é “top-model”: ensina em Oxford e em Stanford. O grande interesse de seu trabalho para a atividade jornalística de hoje é a sua insistência na categoria dos fatos, cuja realidade procura elucidar tanto nas questões políticas como nas culturais. Mesmo considerando que “já houve tempos piores para os fatos” (por exemplo, na década de 30, o aparato totalitário da mentira organizada nas ditaduras tecnológicas), ele chama a atenção para as novas “fontes de arranjo dos fatos”, que se encontram principalmente na fronteira entre a política e a mídia.

A questão tem importância prática e teórica. Mais de uma vez, frisamos em textos publicados aqui no OI, assim como em trabalhos acadêmicos, que o jornalismo implica um tipo particular de “conhecimento de fato”, nos termos da definição de Hobbes:

“Há dois tipos de conhecimento: um é o conhecimento de fato, e outro o conhecimento da conseqüência de uma afirmação a respeito de outra. O primeiro não é outra coisa senão sensação e memória, e é conhecimento absoluto, como quando vemos realizar-se um fato ou recordamos o que se fez; deste gênero é o conhecimento que requer uma testemunha. O último se denomina ciência (....)”.

O conhecimento dos fatos redunda, na verdade, em História, em torno da qual sempre girou o jornalismo, mesmo sem pretensões de essência ou sequer de sistematização de seus registros. O que os fatos, em si mesmos, nos transmitem são conhecimentos contingentes, isto é, que poderiam ser de outra forma, relativos, não necessários. Entenda-se: não necessários em si próprios, como o conhecimento científico, mas absolutamente necessários à atividade jornalística, onde vigora a frase lendária “os comentários são livres, mas os fatos são sagrados”.

Imprensa em transformação

A preocupação de Ash deriva da evidência de que, com a transformação da imprensa pelas novas tecnologias da informação e da comunicação e por suas conseqüências comerciais, a frase tenha sido modificada para “os comentários são livres, mas os fatos são caros”. Ele é categórico:

“Com a mudança da economia da coleta de fatos, encontram-se novos modelos de receita para muitas áreas do jornalismo –– esportes, negócios, diversão, interesses especiais de todo tipo ––, mas os editores ainda tentam descobrir como sustentar o caro negócio do noticiário internacional e do jornalismo investigativo. Enquanto isso, as sucursais no estrangeiro de respeitados jornais estão fechando como luzes de escritório que um zelador apaga em sua ronda noturna”.

Observatório da Imprensa
08/08/2011 na edição 654

Leia o texto completo na página do Observatório da Imprensa, clicando aqui.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"Globo e você, tudo a ver":"Princípios Editoriais das Organizações Globo" e "Breve definição de Jornalismo"


Princípios Editoriais das Organizações Globo


Desde 1925, quando O Globo foi fundado por Irineu Marinho, as empresas jornalísticas das Organizações Globo, comandadas por quase oito décadas por Roberto Marinho, agem de acordo com princípios que as conduziram a posições de grande sucesso: o êxito é decorrência direta do bom jornalismo que praticam. Certamente houve erros, mas a posição de sucesso em que se encontram hoje mostra que os acertos foram em maior número. Tais princípios foram praticados por gerações e gerações de maneira intuitiva, sem que estivessem formalizados ordenadamente num código. Cada uma de nossas redações sempre esteve imbuída deles, e todas puderam, até aqui, se pautar por eles. Por que, então, formalizá-los neste documento?

Com a consolidação da Era Digital, em que o indivíduo isolado tem facilmente acesso a uma audiência potencialmente ampla para divulgar o que quer que seja, nota-se certa confusão entre o que é ou não jornalismo, quem é ou não jornalista, como se deve ou não proceder quando se tem em mente produzir informação de qualidade. A Era Digital é absolutamente bem-vinda, e, mais ainda, essa multidão de indivíduos (isolados ou mesmo em grupo) que utiliza a internet para se comunicar e se expressar livremente. Ao mesmo tempo, porém, ela obriga a que todas as empresas que se dedicam a fazer jornalismo expressem de maneira formal os princípios que seguem cotidianamente. O objetivo é não somente diferenciar-se, mas facilitar o julgamento do público sobre o trabalho dos veículos, permitindo, de forma transparente, que qualquer um verifique se a prática é condizente com a crença. As Organizações Globo, diante dessa necessidade, oferecem ao público o documento “Princípios Editoriais das Organizações Globo”.

É possível que, para a maioria, ele não traga novidades. Se isso acontecer, será algo positivo: um sinal de que a maior parte das pessoas reconhece uma informação de qualidade, mesmo neste mundo em que basta ter um computador conectado à internet para se comunicar.

Desde logo, é preciso esclarecer que não se tratou de elaborar um manual de redação. O que se pretendeu foi explicitar o que é imprescindível ao exercício, com integridade, da prática jornalística, para que, a partir dessa base, os veículos das Organizações Globo possam atualizar ou construir os seus manuais, consideradas as especificidades de cada um. O trabalho tem o preâmbulo “Breve definição de jornalismo” e três seções: a) Os atributos da informação de qualidade; b) Como o jornalista deve proceder diante das fontes, do público, dos colegas e do veículo para o qual trabalha; c) Os valores cuja defesa é um imperativo ao jornalismo.

O documento resultou de muita reflexão, e sua matéria-prima foi a nossa experiência cotidiana de quase nove décadas. Levou em conta os nossos acertos, para que sejam reiterados, mas também os nossos erros, para que seja possível evitá-los. O que nele está escrito é um compromisso com o público, que agora assinamos em nosso nome e de nossos filhos e netos.

Rio de Janeiro, 6 de agosto de 2011

Roberto Irineu Marinho
João Roberto Marinho
José Roberto Marinho

Carta dos acionistas

Veja e descarregue o documento na íntegra, na página do G1 clicando aqui.

Leia também - na mesma linha de pensamento acima - o editorial do Dr. João Luis de Almeida Machado, "Globo e você, Tudo a ver: os 40 anos da rede de Televisão mais popular do Brasil", na página do "Planeta Educação - um mundo de serviços para a escola", clicando aquiTrecho: "Ao completar 40 anos desejamos que a Rede Globo continue obtendo vitórias como as que teve até o presente momento (sendo laureada internacionalmente em festivais e tendo seus programas veiculados pelos quatro cantos do mundo), mas, também esperamos que a maturidade dessas quatro décadas permitam a emissora rever alguns de seus princípios, algumas de suas práticas. Que nesse aniversário conceda-se algum tempo para a reflexão e não apenas para as celebrações. É tempo de crescer com sabedoria, como se exige de qualquer pessoa que complete essa idade..."


Leia - no contraponto - o artigo de Eduardo Guimarães, "O Império contra ataca" (09/08/2011) , no Blog da Cidadania, clicando aquiTrecho: “De lá para cá, constatou-se o poder de fogo do Império. Autoridades dos três poderes da República se perfilaram nos rega-bofes da corte midiática, com suas mulheres de cabelos de boneca e seus homens gorduchos, empanturrados de dolce far niente. Caem ministros, criam-se crises, manipulam-se políticas públicas e até direitos dos cidadãos. (...) Reputações são dizimadas, agricultores sem-terra – com suas mulheres, crianças e velhos – são transformados em criminosos e abatidos a tiros, corruptos e corruptores amigos são acobertados, padrões de beleza inatingíveis transtornam mulheres de carne e osso, a cor da pele e as feições da maioria esmagadora dos brasileiros é sonegada na propaganda… Foi para o lixo tudo o que se discutiu e se propôs sobre democratização da comunicação nos últimos anos inclusive na Conferência Nacional de Comunicação, da qual este blogueiro participou como delegado por São Paulo. Um evento que custou dinheiro público, inclusive. E do qual as propostas serão solenemente ignoradas. Será que esqueci alguma coisa?”


Leia também "Organizações Globo abrem-se ao debate"  por Alberto Dines no Observatório da Imprensa (09/08/2011), clicando aquiTrecho: "O documento, além de longo, é ambíguo: em alguns momentos defende princípios e valores, em outros se revela indeciso em questões cruciais, inclusive no tocante à definição da sua própria razão de ser. A “breve definição de jornalismo” é imensa, imprecisa, antiquada e maçante. Jornalismo é algo vivo, eletrizante; se a sua definição não consegue ter os mesmos atributos algo está errado – na ontologia ou na formulação."


Leia também "Reed Hundt, a FCC e o Brasil" (18/08/2011) clicando aqui, e "Pontos dos princípios reforçam dúvidas" (08/08/2011) por Venício Lima no Observatório da Imprensa, clicando aquiTrecho: "Deve ter sido coincidência. Todavia, não deixa de ser intrigante que os "Princípios Editoriais das Organizações Globo" tenham sido divulgados apenas algumas semanas após o estouro do escândalo envolvendo a News Corporation e um dia depois que um ex-jornalista da própria Globo tenha postado em seu blog – com grande repercussão na blogosfera – que havia uma orientação na TV Globo para tentar incompatibilizar o novo Ministro da Defesa com as Forças Armadas. (...) O futuro dirá Se haverá ou não alterações na prática jornalística “global”, só o tempo dirá. Ao que parece, as ressonâncias do escândalo envolvendo o grupo midiático do todo poderoso Rupert Murdoch e a incrível capilaridade social da blogosfera, inclusive entre nós, já atingiram o maior grupo de mídia brasileiro. A ver.

Leia também "Princípios da Globo chegam ao fim"  por Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada (10/08/2011), clicando aqui.

Leia também "A estratégia da Globo com Celso Amorim" no Blog do Luís Nassif (10/08/2011), clicando aquiTrecho: "Ninguém mandou tratar jornalismo como se fosse mercadoria. Jornalismo é informação, sem viés ideológico, sem interesse econômico e político. Simples assim!"

Leia também "A Globo e suas diretrizes" por Rogério Christofoletti (FENAJ, 12/08/2011), no clipping do FNDC clicando aqui. Trecho: "Como já dito, os princípios editoriais das Organizações Globo surpreenderam mais por seu anúncio do que por seus conteúdos. Por que o conglomerado com quase nove décadas de existência só agora formalizou sua carta de princípios ao público?"