Crianças do mundo
inteiro, uni-vos!
Vivemos um outro Tempo/Espaço
de pás, de baldes, de regadores, enxadas, foices e martelos, de lápis
multicoloridos que derrubam todas as cercas, muros e portões, de salas que separavam os meninos e meninas de seus sonhos.
Crianças, um mundo
despedaçado em ruínas espera sua chegada para que outras formas de viver em
alegria re-criem a beleza para as futuras estações do Bem Viver.
Sorriam ao
compartilharem suas flores, sentem-se à grama e re-criem seus brinquedos. Inspirem
outras crianças adormecidas a brincarem também. Quando elas ouvirem suas
gargalhadas saberão que podem se juntar à brincadeira e realizar as vontades de
sua criativa imaginação.
Ah, crianças, que
as manhãs de seus sonhos façam cair os véus das antigas e tristes noites de
quando seus sonhos lhes foram retirados. Sejam corajosas, vivam seus ideais,
despertem da sonolência que lhes foi imposta pelos contadores de uma história
que lhes tirou a dignidade e os finais felizes. Em cinco pétalas e palavras:
acordem, brinquem, vivam, realizem, sonhem.
Continentes
inteiros esperam sua chegada, crianças, para que da terra brotem as esperanças
adormecidas. As cidades mortas, as casas vazias de ternuras, as estradas
poeirentas, os campos aguardam sua vinda. Espalhem-se, recriem a natureza à
imagem e semelhança de suas aspirações. Que a solidez das flores se desmanche
no ar em perfumes ao toque gentil de beija-flores, ao re-en-canto de
passarinhos amarelos em bem-te-vis e bem-te-queros anunciando o Grande Dia.
Deixem os bancos
enfadonhos das escolas que transformaram as crianças em peças de máquinas, e
dispersem-se pelos canteiros em buscas e entregas na des-coberta desse Outro
Mundo com seus novos amigos. Ah, crianças, abram suas asas da imaginação para se
tocarem e repartirem o que têm des-coberto. Subam às árvores, iniciem hoje essas
voltas na espiral do in-finito na revelação desses sonhos.
As flores e os
frutos deste jardim são abundantes. Juntem-se para colher mil e um buquês em poesias
perfumadas com os aromas da vida, façam suas cestas para depois irem re-partir essas
alegrias plantadas e des-cobertas. Anunciem este jardim aos outros, chamem mais
crianças para brincar, que estes campos são para todos. Unam-se.
Crianças, que seus
corações estejam abertos para compartilhar a riqueza de ideias e ideais de cada
um. Que o futuro seja re-construído a partir de seus sonhos de ventura. Com-partilhem,
de mãos cheias de alegria, os abraços e cuidados para com tudo e todos.
Construam, assim, seu mundo novo, vivo!
Re-inventem suas
novas formas de brincar, esqueçam-se das pilhas e dos manuais de instruções de
cada jogo que lhes foi ensinado. No amor e companheirismo dedicados uns aos
outros poderão ser des-veladas outras maneiras de contar e fazer o mundo. Sejam
livres para fazer a sua linda história de amor e solidariedade.
Brinquem, que as
árvores e o jardim são de todos, e no universo in-finito a Terra é a escola
para essas mil e uma aventuras e bem-aventuranças. Co-movam-se!
Meninas e meninos,
tragam seus gracejos e sua vida! Venham com todos os seus brinquedos fazer
casinhas nas árvores, re-encontrar uma família de irmãs e irmãos que com-partilhem
a vontade de re-criar os laços de ternura e afeto nessa humanidade de seres
livres para o amar brincante.
Uma outra era começa
a partir de sua semeadura. Que nos canteiros de flores sejam des-marcadas
todas as fronteiras de sua meninice, para que seja conquistada nessa partilha a
amizade entre todos, numa só pátria de solidariedade como flor desabrochada por
seus anseios.
Do mundo antigo há
arvores que lhes foram mostradas lindas, como a da liberdade, a da justiça, a
dos direitos e tantas outras que jamais lhes foram dadas para brincar. Mas, em
seu jardim, todas as novas árvores estarão verdes na primavera de
e-ternuridades para vocês balançarem em seus galhos, e se deitarem às suas
sombras nos dias de calor. Venham, tragam suas sementes para plantar de novo
aquela Esperança que ilumina a Vida.
Sim, isso poderá
se realizar em 10 passos como no jogo de amarelinha, pé-ante-pé, indo das
tristezas das paisagens que lhes foram dadas até além, onde o céu se põe em
espetáculo de cores. Vamos, se abracem. Pulem! Atravessem os caminhos e a Ponte
Colorida de mãos dadas. Juntem-se em “mão-nifestações” pelos quatro cantos
mundo!
As crianças
arrancarão de seus corações, pouco a pouco, todas as ervas daninhas que lhes
foram plantadas pela tradição das escolas, como tem acontecido através dos
séculos. Isso não acontecerá novamente neste maravilhoso jardim-da-infância. Com-partilhem
seus lápis de cores do Arco-Íris e coloram todas as letras com suas vozes e
meninices para dar outro sentido às palavras que lhes quiseram calar.
Re-vira-voltem a escola pela sabedoria nesses seus voos e passos re-evolutivos!
O seu poder,
crianças, está para converter a secura das paisagens em florestas e bosques
perfumados de doçura e sorrisos. Desapareçam, como que por encanto, todos os
seus medos quando vocês se derem as mãos para isso. Que outros saberes e
fazeres re-inventem o mundo pela sabedoria que vem desse amor e espiritualidade
que nos irmana a tudo e ao todo.
Borboletas,
abelhas, minhocas, passarinhos, todos se aliam a favor de seus sonhos. Em lugar
dos antigos blocos de cimento duro ou asfalto seco, juntem-se em suas brincadeiras
para que todos possam correr livres pelos jardins e campos à espera de sua
vida.
Em resumo, sejam a
favor de tudo aquilo que lhes coloquem a caminho dos jardins que esperam a re-evolução
nas estações com suas alegrias, com o sol, a lua, as estrelas, a chuva, o
vento, o tempo/espaço das bem-aventuranças.
Crianças, coloquem
em primeiro lugar, como ponto fundamental, a questão de se apropriarem de todas
as terras para plantar flores e grãos com suas pás, baldes e regadores.
Finalmente, unam-se para que todos as entendam em todos os países na sua língua
de alegria infantil.
As crianças têm
toda a infância a perder se não soltarem a imaginação e abrirem as caixas de
brinquedos para libertar a Esperança como uma pandorga livre no ar. Têm um
mundo a sonhar e realizar como seus.
Crianças do mundo
inteiro, uni-vos!
Paqonawta
Escrito em 1986,
inspirado no Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels, de 1948, de
trás pra frente...
Re-vira-voltado em
2013, inspirado nas crianças dos quatro cantos do mundo atravessando os
caminhos e a Ponte do Lápis Arco-íris, de frente pra trás, de dentro pra fora,
de baixo pra cima, de fora pra dentro, de cima pra baixo, re-dimensionando nas
des-cobertas nesses passos e voos re-evolutivos pelo Universo in-finito...
Legos de: Descartes, Nietzsche, Marx, Engels, Lenin, Che Guevara, Gorky, Carles Chaplin, Francisco de Assis, Van Gogh, Einsten, Gandhi e Pelé. Veja mais clicando aqui.
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