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domingo, 17 de junho de 2012

Crianças e consciência ecológica em cinco canais de TVs latino-americanas


Crianças e consciência ecológica

Como as crianças latinoamericanas enfrentam os desafios de preservar o meio ambiente na realidade de  seus respectivos países? O que pensam e o que fazem? Este é o tema central da série de TV Senha Verde, um projeto de co-produção audiovisual que envolveu a participação de cinco canais latinoamericanos de televisão: o Paka Paka, da Argentina, o Señal Colombe, da Colômbia, o Tevé Ciudad, do Uruguai, o Vale TV, da Venezuela,  e a TV Brasil, do Brasil.

Senha Verde é resultado de uma iniciativa que tem o objetivo de consolidar uma rede formada por canais públicos que realizam projetos audiovisuais para a infância, incentivando produções locais e fomentando o intercâmbio entre países. Destinada a crianças com idade entre 8 e 12 anos, a série é composta de 13 microprogramas com duração de quatro minutos. Cada canal produziu até três episódios que destacam problemas ecológicos que mobilizam as crianças e as soluções que elas encontraram para melhorar o planeta.

O formato da série foi idealizado em conjunto pelos cinco canais, sob a supervisão de especialistas em mídia, infância e ecologia. Cada canal assumiu a responsabilidade de produção das eco-histórias a partir dos seus respectivos países. O Goethe-Institut, órgão patrocinador do projeto, criou mecanismos para garantir um diálogo fluido e um intercâmbio permanente entre todos os envolvidos. Também coube à instituição as funções específicas de tradução, dublagem e transcodificação.

“Com a participação dos produtores e produtoras dos canais, das diretoras artísticas com grande experiência na temática e com o know-how generosamente oferecido pelos especialistas convidados, conseguimos desenvolver um formato de uma série documental colorida e atrativa, onde as crianças relataram suas experiências com o meio ambiente. Estou confiante de que conseguimos montar um mosaico que destaca a particularidade de cada situação e que, ao mesmo tempo, realça as motivações e valores comuns entre as crianças de diferentes regiões. O que proporcionou isso foi o processo de criação conjunto onde todos puderam oferecer suas especificidades locais de maneira autônoma, mas, ao mesmo tempo, afinada entre todos os envolvidos. E o que mais me deixa entusiasmada é que, simultaneamente, houve a consolidação dos contatos e do intercâmbio entre os profissionais que representaram os canais”, destacou Inge Stache, coordenação institucional do Senha Verde, do Goethe-Institut Buenos Aires.

A brasileira Beth Carmona, que assina a direção artística, foi uma das especialistas convidadas para contribuir na formatação do projeto. A série na TV Brasil vai ao ar em julho deste ano. O lançamento aconteceu no dia 4 de junho, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro.

Confira a sinopse dos vídeos produzidos pelos cinco canais na página da Revistapontocom, clicando aqui.

Reproduzido de Revistapontocom por Marcus Tavares
07 jun 2012




Leia também:

"TV Brasil lança série em parceira com o Goethe-Institut, para estimular a consciência ecológica em crianças", na página da TV Brasil, clicando aqui.


A TV Brasil produxiu 3 dos 13 episódios da série:



. Aderley apresenta: caranguejo tem que crescer
Aderley é um indiozinho que quer ser pescador e seu professor está ensinando sobre a pesca dos caranguejos e os ciclos da natureza.

. Arthur apresenta: sabendo usar, não vai faltar!
Arthur é curioso, adora desenhar e fazer pequenas experiências. Depois de um de seus experimentos, e de uma bela bronca de sua mãe, aprende sobre a importância do uso consciente das coisas.

. Bruno apresenta: os sons da mata
Bruno tem nove anos e adora ir para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde gosta de ficar com os animais e tirar belas fotos.

Assista a mais vídeos na página da TV Brasil/Senha verde clicando aqui.

domingo, 7 de agosto de 2011

O Tao da Libertação: Mark Hathaway e Leonardo Boff


Fritjof Capra: o Tao da Libertação de M. Hathaway e L. Boff

por Leonardo Boff

30/07/2011

Em 2010 Mark Hathaway e eu publicamos em inglês um livro que nos tomou cerca de 12 anos de pesquisa: ”The Tao of Liberation:exploring the Ecology of Transformation” (Orbis Books, N.Y.) Ele americano-canadense, pedagogo, com vários anos de trabalho no Peru e esperto em astrofísico e cosmologia e eu ecoteólogo. Foram muitos encontros seja no Canadá seja no Brasil. O livro ganhou a medalha de ouro da Fundação Nautilus que premia livros inovadoras em várias áreas do saber. Nosso prêmio foi em “Cosmologia e Nova Ciência”.

Ao ler o manuscrito, Fritjof Capra se entusiasmou tanto que se ofereceu para fazer o prefácio que, como verão, é uma bela peça de reflexão.


O livro sairá nos inícios de 2012 em portugues pela Editora Vozes de Petrópolis. LB

O Tao da Libertação
Explorando a Ecologia da Transformação

Prefácio

(...) "Porque levou tanto tempo para se reconhecer a seriedade do risco à sobrevivência humana? Porque somos tão devagar em mudar as nossas percepções, idéias, modos de vida e instituições, as quais continuam a perpetuar injustiças e a destruir a capacidade do planeta Terra em sustentar a vida? Como impulsionar o movimento pela justiça social e pela sustentabilidade ecológica?

Estas questões são centrais para este livro. Os autores, Leonardo Boff e Mark Hathaway – um do Grande Sul, o outro do Grande Norte – tem refletido muito sobre questões teológicas, de justiça e de ecologia. A resposta deles às questões acima delineadas é que o desafio maior vai além da disseminação de conhecimento e mudança de hábitos.

Todas as ameaças que enfrentamos, na visão deles, são sintomas de uma doença cultural e espiritual afetando a humanidade. Eles afirmam que: “Há uma patologia aguda inerente ao sistema que atualmente domina e explora o mundo”. Eles identificam a pobreza e a desigualdade, o esgotamento da Terra e o envenenamento da vida como os três principais sintomas desta patologia e eles observam que “as mesmas forças e ideologias que exploram e excluem os pobres estão também devastando toda a comunidade de vida do planeta Terra”.

Para superar este estado patológico, os autores argumentam, será necessária uma mudança fundamental da consciência humana. Eles escrevem que “de uma maneira muito real, nós somos chamados a nos reinventar como espécie”. Eles se referem a este processo de profunda transformação como ‘libertação’, na mesma maneira em que este termo é usado na tradição de Teologia da Libertação; quer dizer, no nível pessoal como forma de realização ou iluminação espiritual e no nível coletivo como a procura de um povo de se libertar de opressões.

No meu entendimento, este duplo uso do conceito de ‘libertação’ é o que dá a este livro seu caráter único, permitindo aos autores integrar as dimensões sociais, políticas, econômicas, ecológicas, emocionais e espirituais da atual crise global.

Como Hathaway e Boff dizem no prólogo, O Tao da Libertação é a procura pela necessária sabedoria para efetuar profundas transformações liberadoras no nosso mundo. Se dando conta que esta sabedoria não pode ser encapsulada por palavras, eles decidiram descrevê-la através do uso do antigo conceito Chinês Tao (‘o Caminho’) significando tanto o caminho espiritual do individuo como a maneira de ser do próprio universo. De acordo com a tradição Taoista a realização espiritual acontece quando agimos em harmonia com a natureza. Nas palavras do clássico texto Chinês Huai Nan Tzu: “Aqueles que seguem o fluxo da natureza na corrente do Tao”.

Fritjof Capra

Extraído da página de Leonardo Boff. Leia o prefácio completo clicando aqui.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Leonardo Boff: Não há outra alternativa que o socialismo


"O teólogo ecologista brasileiro Leonardo Boff fala nesta entrevista das contradições dos governos progressistas na América Latina, e assinala que “é importante que os movimentos sociais populares, que têm uma alternativa, uma visão humanista, espiritual, de respeito pelas pessoas, se transformem em um grito de protesto, uma resistência e que não aceitem as soluções que lhes dêem”.

PROJETO CHAKANA

O Eco Teología da Libertação

Enquanto existam pobres, segue vigente a Teologia da Libertação. Mas acrescentamos algo mais, porque a Teologia da Libertação nasceu escutando o grito do oprimido, mas não só os pobres, as mulheres, os indígenas, os afro latino-americanos gritam, senão também grita a Terra, gritam os animais, gritam os bosques. Então, dentro da opção pelos pobres, tem-se que inserir ao grande pobre, que é a Terra. Daí nasceu e segue uma vigorosa Eco Teologia da Libertação, muito largamente difundida como uma das respostas à crise atual, que está por todas as partes do mundo.

O papel do conhecimento indígena

Tenho a idéia, a convicção, de que os povos originários são portadores de uma sabedoria ancestral, de uma maneira de relacionar com a Terra, mas não como um cofre de recursos, nem como algo morrido nem para ser explodido, senão a Terra como pachamama, como mãe, onde nasce a veneração, o respeito, o sentido comunitário da convivência, a produção. Não para o enriquecimento, senão a produção para o necessário, o suficiente para todos. Então aqui há valores que nós, a cultura dominante, perdemos e que os povos originários nos recordam. Por aí passa o futuro da humanidade, da importância de dar-lhes centralidade a eles, os escutar, porque isso nos ajuda a encontrar um caminho que tem futuro.

O legado de Paulo Freire

Para nós não há outro caminho que não seja esse que Paulo Freire nos ensinou com A pedagogia do oprimido. Isto é, no fundo ninguém é pobre. Tudo tem uma riqueza porque a cada pessoa pensa, produz valores, e o pobre não é um pobre, é um oprimido, um fato pobre, um empobrecido. E quando os empobrecidos se reúnem, criam uma força e se fazem sujeitos da sua libertação. Então os pobres unidos fazem um movimento de libertação. Não é o Estado, nem a Igreja, nem as pessoas de boa vontade as que vão libertar aos pobres. São os pobres mesmos, quando elaboram uma consciência, um projeto, se unem, e nós entramos como aliados pela porta de atrás, os apoiando, caminhando juntos. Então Paulo Freire ensinou-nos isso, que eles têm uma força histórica e que eles podem mudar a sociedade, e que nós junto a eles aceleramos esse processo".

Leonardo Boff

Leia a entrevista completa na página do Diário Liberdade clicando aqui.