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terça-feira, 12 de março de 2013

Relator da ONU para Liberdade de Expressão critica concentração de mídia no Brasil



Marta Mauras, vice-presidente do Comitê da ONU sobre Direitos da Criança; María Dolores Souza, diretora do Conselho Nacional de Televisão do Chile; Frank William La Rue, relator das Nações Unidas para a Liberdade de Opinião e Expressão; Paulo Abrão, secretário nacional de Justiça; e Mauro Porto, oficial de Programas para Direitos e Acesso à Mídia da Fundação Ford. Fotos: Daniel Santini

Relator da ONU para Liberdade de Expressão critica concentração de mídia no Brasil

Durante seminário sobre infância e comunicação em Brasília, Frank La Rue lamenta concentração e aspecto “excessivamente comercial” das comunicações no Brasil

Por Daniel Santini*
08/03/2013

Brasília - O relator da Organização das Nações Unidas para a Liberdade de Opinião e Expressão, o guatelmateco Frank William La Rue, fez críticas à concentração de imprensa no Brasil e na América Latina, e afirmou que pretende fazer uma visita oficial ao país em breve. A declaração aconteceu durante o Seminário Internacional Infância e Comunicação, realizado nos dias 6, 7 e 8 de março em Brasília. O evento reuniu alguns dos principais especialistas em infância, educação e comunicação do país, e contou com a presença do ministro da Justiça José Eduardo Cardoso e da ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos Maria do Rosário.

“A concentração de mídias traz concentração de poder político e isso atenta não só contra o direito à diversidade, mas também contra a democracia”, destacou Frank William La Rue.

“Na América Latina, temos uma visão excessivamente comercial [da comunicação] e isso faz mal para a sociedade. Em outros lugares, a comunicação é prioritariamente pública com diversidade etno-social”, afirmou. “A mídia comercial é legítima, sem problemas, mas não deve prevalecer de forma absoluta. O direito à comunicação deve ser de todos”.

Os debates no encontro giraram em torno de responsabilidade social e comunicação. Na abertura o ministro José Eduardo Cardoso falou da importância do equilibrio entre liberdade de expressão e outros direitos, como os da criança e do adolescente, e levantou a questão que se repetiria em diferentes mesas nos três dias de discussões: até onde o Estado deve ir na regulação das comunicações?

A ministra Maria do Rosário também falou sobre concentração na mídia e criticou a maneira como o sistema esta estruturado no Brasil. Ela destacou que “comunicação em monopólio não é democracia” e questionou: “a quem interessará poder absoluto do mercado?”.

Especialistas em direitos da criança e do adolescente também manifestaram preocupação, criticando desde programas que favorecem a erotização precoce até propagandas voltadas para o público infantil. “Na comunicação, o que prevalece no Brasil é o direito empresarial em detrimento ao direito da criança e do adolescente”, disse Wanderlino Nogueira, do Comitê dos Direitos da Criança da ONU.

Regulação


Citando crimes midiáticos como incitação a genocídios e pedofilia, Frank La Rue, o relator da ONU, defendeu conselhos reguladores compostos por diferentes setores da sociedade. “Me dói dizer isso, minha função é defender a amplitude [da liberdade de imprensa], mas há casos extremos em que se deve intervir. São necessários órgãos reguladores independentes”, afirmou. “A desinformação pode provocar uma epidemia se a liberdade de expressão for mal utilizada. É claro que são excessões, mas é preciso intervir”.


Ele destacou que tal regulação deve ser prévia e não posterior, e composta de limitações de conteúdo (como a proibição de incitação a crimes de ódio ou de intolerância religiosa, por exemplo) e de restrições diretas (como o impedimento da exibição de conteúdo classificado como inadequado em horários em que crianças assistem à programação).

Ele também se disse surpreso com o fato de a classificação indicativa de programas de TV por parte do governo federal ser contestada por representantes de grandes grupos de mídia e ter virado uma briga jurídica que foi parar no Supremo Tribunal Federal. “Este é um assunto já resolvido no mundo todo, é algo que já não se questiona no exterior”.

Contexto


Em contraposição ao posicionamento do relator da ONU sobre a necessidade de maior regulação, o secretário nacional de Justiça, Paula Abrão, defendeu o modelo brasileiro, destacando como uma qualidade o fato de que o Estado não intervem em nada no conteúdo exibido e que o sistema de classificação indicativa apenas restringe horários de exibição. Ele lembrou que o processo de redemocratização é recente e que é preciso considerar este contexto. “A discussão no âmbito das restrições é difícil em razão do trauma da censura”, disse.


Sobre casos extremos, ele defende que são possíveis intervenções mesmo no modelo atual. “Modulações podem ser feitas por meio de ações complementares. O Ministério Público Federal também tem seu papel”, lembrou.

Jornalistas presentes nos debates expressaram diferentes pontos de vista sobre como conciliar liberdade de expressão com os demais direitos humanos. “Você não pode entrar em um evento pelado. Na mídia é o mesmo. Temos que considerar regras sociais e agir com responsabilidade”, defente o jornalista australiano Mike McCluster, que já foi CEO da Rádio Austrália.

Eugenio Bucci, colunista da revista Época, lembrou que “qualquer regulação para modular e dirigir é inaceitável”. Já Ricardo Corredor, jornalista colombiano diretor-executivo da Fundação Nuevo Periodismo, lembra que o momento é de “forte transformação da indústria” em que existe forte demanda por mais transparência e por diálogo com a sociedade. “Meios de comunicação que transparência dos poderes públicos devem ser transparentes”, ressaltou.

A concentração e nova configuração da mídia em nível mundial também foi debatida. Divina Frau-Meigs, assessora do Conselho da Europa e da Unesco e professora da Universidade da Sorbonne Nouvelle, da França, apresentou o conceito de Hollyweb, em que seis das maiores companhias de mídia (GE, Disney, Time Warner, News Corp, Viacom e CBS) se aproximam das seis gigantes da internet (Apple, Microsoft, Cisco, Google, Yahoo e Facebook).

No Brasil, além da crescente participação de empresas de telefonia no setor de comunicação, também foram debatidas a ligação de políticos com canais de TV e rádios, muitos deles beneficiados com concessões públicas.  Dados sobre a concentração de mídia, que preocupa o relator da ONU, foram reunidos no relatório “O país dos 30 Berlusconis” (clique para ler versão em PDF), lançado recentemente pela organização Repórteres Sem Fronteira. O estudo foi citado no evento pot Luiz Gustavo Pacete, representante da organização.

* O jornalista viajou a convite da organização do evento.

Reproduzido de Repórter Brasil
08 mar 2013

sábado, 6 de outubro de 2012

Pais consideram que crianças usam internet com segurança, mostra pesquisa



Pais consideram que crianças usam internet com segurança, mostra pesquisa

Redação
03/10/2012

Uma pesquisa feita com crianças e adolescentes entre 9 e 16 anos usuários de internet e seus pais ou responsáveis mostrou que a maioria dos pais (71%) considera que as crianças usam a internet com segurança. O levantamento foi realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), entidade formada por representantes do governo, do setor empresarial, do terceiro setor e da comunidade acadêmica.

“A percepção dos pais sobre os riscos do uso da internet pelas crianças ainda é incipiente”, avalia o coordenador de pesquisas do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), Juliano Cappi. A pesquisa aponta também que 89% dos pais não acreditam que seus filhos tenham passado por alguma situação de incômodo ou constrangimento ao utilizar a internet no último ano.

Outro ponto que chamou a atenção do pesquisador foi que a maioria dos pais utiliza os meios de comunicação como televisão, rádio e jornal como fonte para obtenção de informações sobre uso seguro da internet. “A mídia ainda aborda esse tema de uma forma muito inicial, ainda está tomando contato com esse tema”.

Somente 47% dos pais entrevistados são usuários de internet. “O pai que nunca usou internet possivelmente não tem um conhecimento suficientemente aprofundado para instruir o filho sobre as questões relacionadas aos riscos da internet”, disse Cappi. A maioria se acha capaz de ajudar o filho a lidar com situações que o incomodem ou o constranjam na internet e também acham que eles são capazes de lidar com esse tipo de situação.

Contrariando a orientação de especialistas sobre segurança na internet, grande parte dos entrevistados declarou que compartilha informações pessoais em seus perfis nas redes sociais, como fotos de seus rostos, sobrenomes, escola, endereço, telefone e idade. Mas 42% configuram a rede social para que apenas os amigos tenham acesso a essas informações.

Entre os menores de 11 a 16 anos, 23% disseram já ter tido contato na internet com alguém que não conhecia pessoalmente. Desses, 23% relataram ter encontrado essa pessoa depois da primeira conversa pela rede. Entre os entrevistados, 22% disseram que já passaram por alguma situação ofensiva nos últimos 12 meses, e 47% desse total sofreram essa situação na internet.

A pesquisa mostrou também que 47% dos entrevistados usam a internet todos os dias ou quase todos os dias. Na faixa entre 15 e 16 anos, o percentual sobe para 56%. Em relação ao tipo de equipamento utilizado, o computador de mesa compartilhado com a família ainda predomina, com 38% dos usuários nessa modalidade; 21% usam o celular para navegar na internet.

Perguntados sobre as atividades realizadas na internet no mês anterior à pesquisa, 82% dos entrevistados disseram ter usado a internet para trabalhos escolares, 68% para acessar redes sociais , 66% para assistir a vídeos, 54% para jogar games com outras pessoas e 54% para trocar mensagens instantâneas com amigos.

A entrevista ouviu 1.580 crianças e o mesmo número de pais e responsáveis entre abril e julho deste ano. Fora feitas entrevistas pessoais, com aplicação de questionário elaborado a partir do modelo de mensuração europeu, adaptado à realidade brasileira.

O assunto é tema de reportagem exibida no programa Repórter Brasil, às 21h, na TV Brasil (03/10).

Reproduzido de clipping FNDC via Gazetaweb
03 out 2012

Assista ao Programa clicando aqui.

quinta-feira, 17 de março de 2011

ONU lança cartilha pela melhoria da mídia


A Organização das Nações Unidas para a ciência, educação e a cultura, a Unesco, divulgou hoje sugestões para atualizar a legislação da mídia no país. Entre as propostas, estão a definição de cotas de programação nacional e regional e a análise técnica das autorizações, para canais de rádio e tv.


Repórter Brasil Online . EBC



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"O Ambiente Regulatório para a Radiodifusão: Uma Pesquisa de Melhores Práticas para os Atores-Chave Brasileiros" clicando aqui.


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"Liberdade de Expressão e Regulação da Radiodifusão" clicando aqui.


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"A importância da Autorregulação da mídia para a Liberdade de Expressão" clicando aqui.