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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Guy Debord: Sociedade do espetáculo


"Espetáculo: essa continua sendo a face mais visível da sociedade

Vez ou outra é bom relembrar certas ideias e conceitos que ajudam a lançar luz sobre o tempo presente e delinear os contornos do futuro. Uma dessas ideias é a que trabalha com o conceito de Sociedade do Espetáculo, pensado pelo escritor francês Guy Debord. Poucas teorias talvez reflitam tão bem nossos tempos de uma “modernidade moderna”.


O espetáculo alimenta-se e é alimentado pela anulação crescente do ser humano diante de um mundo tão cheio de coisas, imagens e pessoas. Alimenta-se do fácil, do descartável, daquilo que te endurece no lugar de te fazer conhecer por você mesmo, no lugar de te libertar. O espetáculo é o sintoma da pressa, da falta de tempo, da aceleração em que se converteram os nossos dias insanos e neuróticos.

O excesso do espetáculo é a melhor imagem para a falta do ser humano. É tanta luz, é tanta voz, tanto som, que diante dele ficamos cegos, mudos, surdos, e é exatamente isso que essa sociedade espera de nós! Para Debord, apenas a realização da arte, da poesia, da utopia, seria capaz de nos libertar!

Guy Debord em seu antifilme Sociedade do Espetáculo (1973) demonstra que a Revolução pode sim trazer a liberdade. Os Situacionistas, ou seja, aqueles que criam situações que propiciam o avanço e a materialização dos conceitos libertários conseguiriam pela proliferação de sua prática neutralizar o controle e o efeito nocivo que a televisão, o cinema e os gandes meios de comunicação exercem sobre as massas. O fim dessa repressão psicológica e física sobre o povo representaria a realização da arte, da poesia, da utopia. (descrição do vídeo no You Tube)."

Reproduzido da página de Educação Política: mídia, economia e cultura - por Glauco Cortez

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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

We are all Khaled Said



Khaled Said, a 28-year-old Egyptian from the coastal city of Alexandria, Egypt, was tortured to death at the hands of two police officers. Several eye witnesses described how Khalid was taken by the two policemen into the entrance of a residential building where he was brutally punched and kicked. The two policemen banged his head against the wall, the staircase and the entrance steps. Despite his calls for mercy and asking them why they are doing this to him, they continued their torture until he died according to many eye witnesses.

Khaled has become the symbol for many Egyptians who dream to see their country free of brutality, torture and ill treatment. Many young Egyptians are now fed up with the inhuman treatment they face on a daily basis in streets, police stations and everywhere. Egyptians want to see an end to all violence committed by any Egyptian Policeman. Egyptians are aspiring to the day when Egypt has its freedom and dignity back, the day when the current 30 years long emergency martial law ends and when Egyptians can freely elect their true representatives.

Saiba mais página "We are all Khaled Said" clicando aqui, e no Facebook clicando aqui. Texto em português clicando aqui. Homenagens no Youtube clicando aqui e aqui além de muitas outras.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Os alunos estão perguntando sobre os protestos no Egito?



Os alunos estão perguntando sobre os protestos no Egito?

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Caos, confusão, e os sentimentos de esperança são a mistura nas ruas do Egito.Desde 25 de janeiro, os manifestantes foram exigindo publicamente que o presidente egípcio, Hosni Mubarak, o cargo após 30 anos no poder.

Dezenas de milhares de manifestantes estão se aglomerando emTahrir Square, no centro da cidade do Cairo, capital do Egito. Muitos dos que estão demonstrando em seus adolescentes e 20 anos.

Mais multidões estão se reunindo em outras cidades do Egito. Estão cantando slogans contra o presidente Mubarak, lhe pedindo para que renuncie de sua posição. Dizem que ele é um ditador que não deu ouvidos ao povo. Os manifestantes esperam que o governo de Mubarak será substituído por um governo eleito pelo povo. Até agora, a resposta do presidente Mubarak tem sido a de fazer algumas mudanças no seu governo. Na terça-feira, 1º. de fevereiro, ele disse que não se candidataria novamente. Mas a maioria das pessoas sente que não é suficiente.

Leia o texto completo na página de Weekly Reader clicando aqui.



Egypt's children . As crianças do Egypto


"Uma menina que tinha caído com dores de estômago foi trazida, carregada nos braços de um capitão do Exército. Seus pais haviam tomado seus quatro filhos para a praça no período da manhã e a família já estava lá há seis ou sete horas. Seu pai, Amr Helmy, um antigo oficial do Exército, disse-me que ele acreditava que era importante que eles vissem a demonstração. "Eles precisam começar a se acostumar a elas!", brincou ele, "para que eles aprendam que não precisam ter medo. Nossa geração perdida, nossa vida sem sentido."

Trecho do depoimento de um pai que levou sua família para as manifestações em Tahrir Square, Cairo.


Egypt's children
01 fev 2011
The New Yorker

Leia o texto completo na página do The New Yorker, em inglês, clicando aqui.

Cildren's Egypt é uma canção popular egípcia dos anos 70, cantada nas ruas da cidade.

A foto é de Mohammed Abed/AFP, publicada pelo UOL em 01 fev 2011. Apenas ilustrativa desse texto acima, mas bem que se refere à cena do texto acima. Legenda e matéria do UOL: "Criança com palavra "Egito" escrito na testa é carregada por sua mãe durante protesto na praça Tahrir, no Cairo. Manifestantes começaram a concentrar-se nesta terça-feira no Cairo para um protesto que espera reunir um milhão de pessoas em uma grande manifestação contra o regime do presidente egípcio, Hosni Mubarak. Na praça Tahrir, símbolo dos protestos sem precedentes na era de Mubarak, já estão concentradas milhares de pessoas, muitas das quais passaram a noite no local".

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Toda mudança de paradigma civilizatório é precedido por uma revolução na cosmologia


"Toda mudança de paradigma civilizatório é precedido por uma revolução na cosmologia (visão do universo e da vida). O mundo atual surgiu com a extraordinária revolução que Copérnico e Galileo Galilei  introduziram ao comprovarem que a Terra não era um centro estável, mas que girava ao redor do sol. Isso gerou enorme crise nas mentes e na Igreja, pois parecia que tudo perdia centralidade e valor. Mas lentamente impôs-se a nova cosmologia que fundamentalmente perdura até hoje nas escolas, nos negócios e na leitura do curso geral das coisas. Manteve-se, porém, o antropocentrismo, a ideia de que o ser humano continua sendo o centro de tudo e as coisas são destinadas ao seu bel-prazer.

(...) A partir desta nova cosmologia,  nossa vida, a Terra e todos os seres, nossas instituições, a ciência, a técnica, a educação, as artes, as filosofias e as religiões devem ser resignificadas. Tudo e tudo são emergências deste universo em evolução, dependem de suas condições iniciais e devem ser compreendidas no interior deste universo vivo, inteligente, auto-organizativo e ascendente rumo a ordens ainda mais altas.

Esta revolução não provocou ainda uma crise semelhante a do século XVI, pois não penetrou suficientemente nas mentes da maioria  da humanidade, nem da inteligentzia, muito menos nos empresários e nos governantes. Mas ela está presente no pensamento ecológico, sistêmico, holístico e em muitos educadores, fundando o paradigma da nova era, o ecozóico".

Leonardo Boff

Leia o texto completo na página do Brasil de Fato clicando aqui.

Leia também o texto de Moacir Gadotti, "A ecopedagogia como pedagogia apropriada ao processo da Carta da Terra", clicando aqui.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A voz do silêncio e o silêncio da voz



Escrever sobre o silêncio é assaz complicado, principalmente na nossa sociedade contemporânea capitalista, pois vivemos sob a ótica da sociedade do barulho. Quanta poluição sonora escutamos nas ruas de nossas cidades! Além de convivermos com várias poluições que nos afligem constantemente em nosso cotidiano. Entretanto, o silêncio é necessário e salutar. O silêncio é muitas vezes mais musical do que muitas canções. É preciso silêncio para escrever, ler, estudar, compor, pintar, contemplar o céu estrelado e as boas coisas da vida, para dialogar com as pessoas que amamos e por mais paradoxal que pareça até mesmo para escutar uma música. O silêncio é catarse, lenitivo e panacéia nas horas angustiadas e depressivas de todo ser humano. Devido à cultura do barulho, o silêncio também incomoda, pois nos coloca frente a frente conosco. No silêncio a voz interior nos fala, latejando a mente e nos revelando os nossos espectros, e muitas vezes estes fantasmas nos assusta, nos amedronta! É a voz do silêncio, a voz do nosso âmago que nos revela o ser pensante que somos. O filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre nos legou que “o silêncio é reacionário”. É lógico que existem silêncios conservadores e a silêncios transformadores. Temos que ter a sabedoria de saber calar quando é necessário. Falar em momentos não apropriados é deselegante, chega até ser covardia, falar quando é para calar é insensato e muitas vezes antiético. Tem um axioma latino que diz: “falar é prata, calar é ouro”. O poeta e músico baiano Gilberto Gil em sua ode nos alerta: “Se eu quiser falar com Deus / Tenho que ficar a sós / Tenho que apagar a luz / Tenho que calar a voz / Tenho que encontrar a paz”.

A nossa cultura ocidental não nos educa para escutarmos a voz do silêncio e nem o silêncio da voz que carregamos dentro de cada um de nós, darmos ouvidos a essa voz é preciso! E a voz do silêncio tem que se manifestar para refletirmos com sapiência. E o silêncio da voz se manifesta na candura da voz, na brandura e gentileza da fala. Falar baixo é preciso, dar ouvidos é preciso mais do que emitir a nossa opinião. Por que tanta gritaria e arrogância no nosso cotidiano? Busquemos o equilíbrio entre o silêncio e o som. Busquemos a harmonia do silêncio e a melodia. Há muito tempo que penso escrever nessas mal traçadas linhas sobre a importância do silêncio, de saber calar e de falar com mansidão. Devemos ser menos loquazes, menos prolixos e mais ouvintes da voz do outro. Falar é imprescindível, até porque somos os únicos seres que usamos a fala, a linguagem como instrumento de comunicação, mas calar também se faz indispensável. Se o silêncio da voz se manifesta é o respeito ao outro que estabelece o vinculo nessa relação recíproca de tolerância ao diferente. Quando amamos calado é a voz do silêncio que dá as cartas na nossa mente cheia de sons e palavras. O silêncio das madrugadas e das noites de insônias é a mais pura expressão da voz do silêncio latejando em nossos tímpanos.

Na sala de aula, a voz do silêncio e o silêncio da voz, deveria estar permanentemente sendo cultivada entre mestres, professores, estudantes e alunos. A palavra “meditação” e a palavra “medicação” têm a mesma origem etimológica, a mesma raiz. A meditação é medicinal. Deveríamos ter nas escolas e nas universidades uma disciplina sobre a importância da meditação em nossas vidas. Infelizmente a educação nas escolas não é direcionada para que haja meditação nas salas de aulas. Existe uma cultura do escárnio, da ironia, do deboche quando se fala em meditação. Cultivar a prática do silêncio não tem nada a ver com acomodação, conformismo, apatia e omissão em denunciar as injustiças, os desmandos das autoridades, as agressões à natureza. O diálogo do silêncio perdeu o sentido de ser nas nossas relações, onde cada vez mais nos tornamos o dono da verdade, o dono da voz, bestializados e embrutecidos pelo trabalho alienado. Temos que ressaltar a educação mais nas pessoas sábias do que eruditas. Não temos o costume e nem a tradição com as técnicas de meditações das filosofias orientais. É preciso urgentemente tempo para o silêncio, para o ócio criativo, para o não fazer nada com sabedoria.


Por Elcio Cavalcante
Fazendo Media
06 dez 2010


Professor de história em Fortaleza/CE/Brasil