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domingo, 18 de novembro de 2012

A "galera tá ligada"...


Pelo que se vê, analisando com mais atenção, tudo leva a crer que já estamos em plena era prevista por Einstein.

A "galera tá ligada"...

Reunidos para tomar um café:


Convívio no restaurante:

Curtindo a beleza do Museu:

Encontro agradável na lancheria:

Curtindo um belo dia de praia:

No estádio... apoiando e torcendo pela seu time:

Na intimidade do jantar a dois:

Passeando na cidade num conversível:

Disse Albert Einstein:

"Temo o dia em que a tecnologia se sobreponha à humanidade. Então, o mundo terá uma geração de idiotas."

Recebido via e-mail.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Inovação, não saudosismo: o desafio dos estudos sobre comunicação e mídia


"Inovação, não saudosismo: o desafio dos estudos sobre comunicação e mídia

A epistemologia da comunicação está em crise. A saída defendida por Erick Felinto, professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, é passar pelas mídias digitais. Segundo ele, o digital gera uma problematização dos modelos comunicacionais atuais, colocando em questão o cerne da própria comunicação.

Por isso, assim como em outros campos do saber, a comunicação também precisa lidar com a sua crise "através de formas inovadoras e não saudosistas", comentou.

No 20º Encontro Anual da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Comunicação - Compós, realizado em Porto Alegre, Felinto afirmou que uma das preocupações centrais da comunicação hoje é, muitas vezes, disciplinar, demarcar sua fronteiras. Isso, segundo ele, manifesta claramente a infância-adolescência da comunicação hoje. "A comunicação é muito mais um campo do que uma disciplina", afirmou, já que é composta por problemas que são atravessados por diversas áreas, trans ou interdisciplinares.

O digital, para Felinto, coloca em xeque noções como a própria comunicação, a mensagem e o sentido. Historicamente, afirmou, os estudos sobre comunicação foram muito marcados pelo paradigma emissor-mensagem-receptor, característico da mass media research, assim como pelos estudos de recepção, que propunham uma investigação de ordem hermenêutica, ou seja, de interpretação de sentidos.

"Assim, o componente propriamente tecnológico e material dos meios foi quase que inteiramente esquecido", disse. "O digital coloca como questão central a materialidade, os impactos da dimensão material da comunicação", afirmou, a partir da obra de Friedrich Kittler. E questionou: "Como pensar em meios no contexto da cultura digital?".

Felinto afirmou que, nos estudos do paradigma emissor-mensagem-receptor, o ruído era considerado problemático. Porém, citando estudos de Jussi Parikka, o ruído tem função produtiva, constitutiva da própria comunicação. "Já se pensou muito no sentido. Cabe agora pensar o ruído, a perturbação", afirmou.

Para Felinto este também seria o momento de investigar não apenas quais significados circulam pelos sistemas midiáticos, mas sim como, em tais sistemas tecnológicos, pode-se dar a emergência de sentidos em geral. "Ou seja, como a partir do não sentido – a dimensão material dos meios – surgem as condições para a manifestação do sentido".

Para isso, é preciso abandonar uma metafísica fundada em pressupostos humanistas, "na qual o sujeito humano ocupa posição absolutamente central, como senhor e mestre da tecnologia e do significado". "A cultura é um fenômeno tecnológico desde suas origens, mas hoje, mais que em qualquer outra época, a tecnologia se torna tema central de debate. Os atores não humanos ocupam uma posição tão decisiva que nossos pudores humanistas não tem mais onde se sustentar", explicou.

Assim, pode-se passar de uma preocupação central na hermenêutica para uma preocupação com a dimensão material da comunicação. Mas, para isso, é preciso abandonar, segundo Felinto, um ranço ou preconceito humanista, segundo o qual pensar o meio é ser determinista tecnológico.

Nesse sentido, outra dimensão importante é promover uma arqueologia da comunicação, ou seja, analisar como o presente surge de um tempo profundo. "São necessários exercícios teóricos imaginativos", afirmou. "A imaginação pode preencher os espaços deixados pelo saber", ou seja, pensar em amplitude, não microscopicamente.

E, para exemplificar, desafiou a se estudar a comunicação como fizeram os "pensamentos proféticos" da comunicação promovidos pelo filósofo canadense Marshall McLuhan e pelo filósofo tcheco e naturalizado brasileiro Vilém Flusser."

Erick Felinto
Instituto Humanitas Unisinos
16/06/2011

Leia o artigo de Erick Felinto na íntegra aqui.

Reproduzido do FNDC

quarta-feira, 6 de abril de 2011

ONU: Carta de Direitos Humanos e Princípios Para a Internet


10 Direitos e Princípios da Internet

Este documento define dez direitos fundamentais e princípios base de governança da Internet. Eles foram compilados pela Coligação Dinâmica de Direitos e Princípios da Internet (IRP), uma rede aberta de indivíduos e organizações que trabalham para defender os direitos humanos no mundo da Internet.

Estes princípios estão enraizados nas normas internacionais de direitos humanos, e derivam da Carta de Direitos Humanos e Princípios Para a Internet em elaboração pela Coligação.

A Internet oferece oportunidades sem precedentes para o conscencialização dos direitos humanos, e desempenha um papel cada vez mais importante nas nossas vidas diárias. Por conseguinte, é essencial que todos os intervenientes, tanto públicos como privados, respeitem e protejam os direitos humanos na Internet. Devem também ser tomadas medidas para garantir que a Internet funciona e evolui de modo a que os direitos humanos sejam defendidos, na medida do possível.

Para ajudar a concretizar esta visão de uma Internet baseada em direitos, os 10 princípios e direitos são:

1) Universalidade e Igualdade Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, que devem ser respeitados, protegidos e cumpridos no ambiente online.

2) Direitos e Justiça Social A Internet é um espaço para a promoção, proteção e cumprimento dos direitos humanos e também da promoção de justiça social. Cada indivíduo tem o dever de respeitar os direitos humanos de todos os outros no ambiente online.

3) Acessibilidade Todos os indivíduos têm igual direito de acesso e utilização a uma Internet segura e aberta.

4) Expressão e Associação Todos os indivíduos têm o direito de procurar, receber e difundir informação livremente na Internet sem censura ou outras interferências. Todos os indivíduos têm também o direito de se associar livremente, seja para fins sociais, políticos, culturais ou outros, na e através da Internet.

5) Privacidade e Protecção de Dados Todos os indivíduos têm o direito à privacidade online, incluindo a liberdade de vigilância, o direito de usar criptografia e o direito ao anonimato online. Todos os indivíduos têm também o direito à protecção de dados, incluindo o controle sobre colecção, retenção, transformação, eliminação e divulgação de dados pessoais.

6) A Vida, Liberdade e Segurança O direito à vida, à liberdade e à segurança na Internet devem ser respeitados, protegidos e cumpridos. No ambiente online estes direitos não devem ser desrespeitados, ou utilizados para violar outros direitos.

7) Diversidade A diversidade cultural e linguística na Internet deve ser promovida; técnicas e políticas inovadoras devem ser incentivadas para facilitar a pluralidade de expressão.

8) Rede de Igualdade Todos os indivíduos devem ter acesso universal e aberto ao conteúdo da Internet, livre de priorização discriminatória, de filtragem ou controle de tráfego por motivos comerciais, políticos ou outros.

9) Normas e Regulamentos A arquitetura da Internet, os sistemas de comunicação e o formato de documentos e dados devem ser baseados em padrões abertos que garantem a completa interoperabilidade, a inclusão e a igualdade de oportunidades para todos.

10) Governança Os direitos humanos e a justiça social devem formar as bases legais e normativas sobre as quais a Internet funciona e é governada. Isto deve acontecer de forma transparente emultilateral, baseada nos princípios de abertura, participação inclusiva e de responsabilização.

Participe no desenvolvimento e elaboração da Carta da Coligação Direitos e Princípios da Internet (IRP) em www.irpcharter.org. Siga-nos http://twitter.com/#!/netrights no twitter our adicione-nos no Facebook: internet right and principles.

Carta dos Direitos Humanos e Princípios para a Internet
Charter of Human Rights and Principles for the Internet


12) Rights of Children and the Internet
Children are entitled to all of the rights in the present Charter. Furthermore, as enshrined in Article 25 of the UDHR: childhood is "entitled to special care and assistance". As enshrined in Article 5 of the CRC young people are entitled to respect for their “evolving capacities”.

In terms of the Internet this means that children must both be given the freedom to use the Internet, and also protected from the dangers associated with the Internet. The balance between these priorities shall depend on the young person’s capabilities. The State must respect the rights and responsibilities of parents and the extended family to provide guidance for the child which is appropriate to her or his evolving capacities.

On the internet the right to special care and assistance and respect for evolving capacities of children includes:

a) Right to benefit from the Internet
Children should be able to benefit from the Internet according to their age. Children must have opportunities to use the Internet to exercise their civil, political, economic, cultural and social rights. These include rights to health, education, privacy, access to information, freedom of expression and freedom of association.

b) Freedom from exploitation and child abuse imagery
Children have a right to grow up and develop in a safe environment that is free from sexual or other kinds of exploitation. Steps must therefore be taken to prevent the use of the Internet to violate the rights of children, including through trafficking and child abuse imagery. However, such measures must be narrowly targeted and proportionate. The effect of measures taken on the free flow of information online must be given due consideration.

c) Right to have views heard
Children who are capable of forming their own views have the right to express them in all Internet policy matters that affect them, and their views shall be given due weight according to their age and maturity.

d) Best interests of the child
As enshrined in Article 3 of the CRC: "in all actions concerning children, whether undertaken by public or private social welfare institutions, courts of law, administrative authorities or legislative bodies, the best interests of the child shall be a primary consideration".


quinta-feira, 17 de março de 2011

Castells, sobre internet e rebelião: “é só o começo”


"A aliança entre meios de comunicação convencional e novas tecnologias é o caminho a seguir no futuro, para enfrentar com êxito os grandes desafios?

Os grandes meios de comunicação não têm escolha. Ou aliam-se com a internet e com o jornalismo cidadão, ou irão se marginalizando e tornando-se economicamente insustentáveis. Mas hoje, essa aliança ainda é decisiva para a mudança social. Sem Al Jazeera não teria havido revolução na Tunísia.

Em um artigo intitulado “Comunicação e Revolução”, você recordou que em 5 de fevereiro a China havia proibido a palavra Egito na Internet. Acredita que existem condições para que possa ocorrer, no gigante asiático, um movimento popular parecido com o que esta percorrendo o mundo árabe?

Não, porque 72% do chineses apoiam seu governo. A classe média urbana, sobretudo os jovens, estão muito ocupados enriquecendo-se. Os verdadeiros problemas do campesinato e operários — ou seja, os verdadeiros problemas sociais da China — encontram se muito longe. O governo resguarda-se demais, porque a censura antagoniza muita gente que não está realmente contra o regime. Na China, a democracia não é, hoje, um problema para a maioria das pessoas, diferente do que ocorria na Tunísia e no Egito.

Esse novo tipo de comunicação, globalizada, atomizada e que se nutre se da colaboração de milhões de usuários, pode chegar a transformar nossa maneira de entender a comunicação interpessoal? Ou é apenas uma ferramenta potente a mais, à nossa disposição?

Já transformou. Ninguém que esta inserido diariamente nas redes sociais (este é o caso de 700 dos 1,2 milhões de usuários) segue sendo a mesma pessoa. Mas não é um mundo exotérico: há uma inter-relação online/off-line.

Como esta comunicação mudou, e muda a cada dia, é uma questão que se deve responder por meio de investigação acadêmica, não através de especialistas em fofocas. E por isso empreendemos o Projeto Internet Catalunha na UOC.

Podemos dizer que os ciber-ataques serão a guerra do futuro?

Na realidade, esta guerra já faz parte do presente. Os Estados Unidos consideram prioritária a ciberguerra. Destinaram a este tama um orçamento dez vezes maior que todos os demais países juntos. Na Espanha, as Forças Armadas também estão se equipando rapidamente na mesma direção. A internet é o espaço do poder e da felicidade, da paz e da guerra.

É o espaço social do nosso mundo, um lugar hibrido, construído na interface entre a experiência direta e a mediada pela comunicação, e sobretudo, pela comunicação na internet".

(*) Entrevista com Jordi Rovira, republicada da página Outras Palavras, do Le Monde Diplomatique Brasil. Tradução: Cauê Seigne Ameni.
15 mar 2011.

Leia o texto completo em Fazendo Media clicando aqui.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Estados Unidos: Internet es la plataforma preferida para informarse

Las estadísticas indican que las personas gastan mucho más tiempo que antes en revisar noticias. El último estudio de Pew Research Center denominado State of the Media 2011 revela que la web está ganando terreno rápidamente mientras que otros formatos pierden audiencia.

En 2010, el sector digital fue el único que creció. Además, los cables televisivos se unieron al ranking de medios que sufren una caída. ¿Cuál es la situación actual de los medios en Estados Unidos?



Este gráfico presenta que los usuarios prefieren las noticias digitales. En diciembre pasado, el 41% de los estadounidenses citó a Internet como el lugar donde buscan “la mayoría de las noticias nacionales e internacionales”. Este porcentaje se elevó en 17% respecto al año anterior.

Además, el siguiente cuadro muestra que, en términos de ingresos económicos por publicidad, el único sector que sigue cayendo es el periodismo impreso.



Por otro lado, las redacciones tradicionales están haciéndose cada vez más pequeñas en comparación con las que había una década atrás. No obstante, el informe precisa que publicaciones de AOL y Yahoo! están creciendo, así como la de Bloomberg Goverment.

Puedes descargar el estudio aquí.

Sofia Pichihua

Reproduzido de Clases de Periodismo

quinta-feira, 10 de março de 2011

TV y prensa digital supera a medios tradicionales en EE.UU.


Hasta que llegó el momento. La televisión y prensa digital ya supera el consumo de medios tradicionales en los Estados Unidos, según un reporte de PricewaterhouseCoopers (PwC).

De acuerdo con la agencia Servimedia, los usuarios estadounidenses entre 18 y 60 años dedican 7.3 horas a la semana a ver televisión en la red, ya sea por streaming o descargando archivos. El consumo televisivo alcanza 6.1 horas en promedio.

El consumo en línea se incrementa entre los adultos jóvenes de 18 a 34 años, que gastan unas 8 horas semanales frente a las 5.6 horas que usan para ver TV tradicional.

En el caso de la prensa, esta historia se repite. Los estadounidenses dedican 4.4 horas en promedio a la semana para leer diarios, revistas o libros a través de la red o sus móviles, mientras que la cifra se reduce a 1.9 horas para el formato impreso.

Otros resultados:

. 5.1 horas a la semana para ver películas en Internet, mientras que solo 1,5 horas en el cine.

. 2.4 horas a la semana para juegos en consolas versus 2.1 horas en la red.

. “En conjunto, el consumo digital de ocio, entretenimiento y prensa promedia las 19,3 horas, frente a las 15,8 del tradicional”, según Servimedia.

Sofia Pichihua

Reproduzido de Clases de Periodismo

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pascual Serrano: Mídia digital e contexto social


(...) "é chegado o momento de tomar a iniciativa: desenvolvimento de um forte setor público de meios de comunicação, criação de sistemas para a construção de meios comunitários e coletivos, legislações que impeçam a utilização dos meios de comunicação privados como veículos de desinformação e manipulação, garantia da cidadania para obter uma informação verídica e a ser protagonista da informação. Em qualquer caso, a situação é alucinante, pois enfrentamos muitos desafios:


1 - O papel do Estado é fundamental para democratizar a comunicação: mas os líderes políticos devem demonstrar que são capazes de desenvolver um modelo que não será uma mera correia de transmissão do governo ou do partido governante. Existe o perigo de se chegar a um cenário de divisão entre meios privados que combatem com impunidade mediante a mentira e a manipulação governos progressistas e meios públicos dedicados apenas ao "seguidismo" governamental. No meio estaria um cidadão desinformado, sem possibilidade de acesso a uma informação rigorosa e análises independentes.

2 – É preciso acabar com a impunidade dos meios de comunicação privados para enganar e para mentir, mas sem restringir a liberdade de expressão.

3 - É importante tomar medidas contra o parasitismo de muitos meios de comunicação privados que, embora defendam a economia de mercado e se apresentem como independentes, recebem importantes receitas de publicidade estatal e isenções fiscais.

4 – É preciso explicar e convencer de que aquilo que os meios de comunicação privados apresentam como liberdade de expressão e de imprensa, são apenas seu privilégio para continuar a dominar o cenário da informação monopolizando o espaço radioelétrico e para intervir politicamente sob o guarda-chuva da informação.

5 - É necessário promover políticas de informação adequadas às diferentes instituições governamentais para que a transparência das informações permita enfrentar, sem complexos, todas as campanhas nacionais e internacionais de desinformação.

6 – Faz-se necessária a formação de profissionais de comunicação que atuem sem os vícios dos jornalistas atuais, dominados pela inércia das ideologias ocultas das agências de informação; e com a trivialidade e a frivolidade como inspiradores dos conteúdos. É preciso formar uma nova geração de jornalistas com os códigos técnicos comunicativos que hoje são propriedade quase exclusiva dos impérios de comunicação privados.

7 – É preciso educar o público como consumidores críticos dos meios de comunicação e, ao mesmo tempo, como sujeitos ativos em seu âmbito cidadão para difundir e protagonizar a agenda informativa da sua comunidade.

8 – É fundamental evitar as tentações, em todos os níveis de poder político, de utilizar em proveito próprio os meios de comunicação públicos em lugar de submetê-los à verdade e ao direito dos cidadãos de serem informados.

9 – Os meios de comunicação dos países da Alba devem se lembrar que a cada dia o mundo está menor, o desafio não é apenas levar a verdade aos seus cidadãos, mas também à comunidade internacional. O domínio global dos grandes grupos de comunicação é impressionante, e é importante que a mensagem do Sul chegue também aos cidadãos do Norte, onde não se produzem os avanços na democratização dos meios.

10 – É preciso definir o modelo de conteúdos. De acordo com Aram Aharonian, "de nada serve ter novos meios, televisões novas, se não temos novos conteúdos, se seguimos copiando as formas hegemônicas. De nada servem novos meios de comunicação se não cremos na necessidade de ver com nossos próprios olhos. Porque lançar novos meios de comunicação para repetir a mensagem do inimigo é ser cúmplice do inimigo"[1]. Isso supõe abrir uma discussão sobre que formatos, técnicas e estilos devem ser adotados. Se a aposta é em uma mudança revolucionária na forma, que tenha por objetivo subverter o estilo mercantilista dominante – mas que pode provocar a rejeição e incompreensão dos cidadãos –; ou se, pelo contrário, não se deve renunciar a certos estilos técnicos do modelo dominante, mas adaptá-los a outros princípios e valores.

11 - Também há que se especificar que nível de participação cidadã se reserva às novas propostas e como se combina o dilema entre a maior democratização e participação cidadã e uma necessária profissionalização dos conteúdos. Nem o meio de comunicação deve ser uma mera praça pública onde qualquer um vá gritar, nem se deve repetir o modelo atual de meios surdos para cidadãos mudos.

12 – Por último, há que planejar o sistema de controle social adequado a cada sociedade. Os meios de comunicação, como as instituições, não podem ser deixados sem controle nas mãos dos "eleitos", com a esperança ingênua de que façam a coisa certa.

(...) Dito isto, e voltando à mídia digital. É necessário:

- Governos e Estados que forneçam a logística necessária, sem depender do poder capitalista: servidores, software, hardware, provedores.

- Reconhecimento profissional para esses meios de comunicação no mesmo nível que os tradicionais.

- Formação acadêmica que contemple a especificidade da informação em formato digital.

- Realizar um jornalismo elaborado, rigoroso, documentado, evitando transformar a rede em placas de anúncios para debates, manifestos, proclamações, desabafos, etc. Eu não estou dizendo que não deveriam estar na rede, mas isso não é jornalismo.

- Os meios digitais não podem popularizar e democratizar o jornalismo à custa de diminuir a qualidade e o profissionalismo.

- Acesso dos jornalistas à informação oficial e a seus representantes para poder difundir a realidade.

- É preciso estabelecer um novo modelo de reconhecimento econômico. Trata-se do debate sobre a gratuidade. Associamos gratuidade a democratização, direito universal e social. É estupenda a educação gratuita, a saúde gratuita. Mas com a informação é diferente. Devemos desconfiar da informação gratuita em uma economia de mercado, porque não sabemos a que interesses obedece. Se a sociedade e os Estados deixam os profissionais e os projetos comunitários abandonados, ou se condenarão à marginalidade ou, pior, à cooptação pelo capital – enquanto se apresentam como projetos sociais sem fins lucrativos.

Como se pode comprovar, são numerosos os desafios. É fundamental – na minha opinião – o compromisso do Estado e é alucinante o futuro que enfrentaremos".

*Pascual Serrano é jornalista, fundador do portal rebelion.org e autor de diversos livros.

Fonte: Cubadebate
Tradução: Luana Bonone

Leia o texto completo na página do Portal Vermelho clicando aqui.