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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Quando a Classificação Indicativa vai chegar aos programas locais?


Quando a Classificação Indicativa vai chegar aos programas locais?

Antenado

Já faz pelo menos três anos que acompanho mais de perto emissoras locais em todo o Brasil. O NaTelinha faz um monitoramento e dá espaço para os canais falarem. O site cobre o país todo.

Muito deste trabalho, eu toco pessoalmente, com orientação do meu editor-chefe. Ou seja, o que vou falar aqui é com conhecimento de causa de quem já tem uma experiência boa:

Por que os programas locais não são classificados pela Classificação Indicativa feita pelo Ministério da Justiça?

Em tese, estas atrações são como outras qualquer, mas é exibida apenas para uma localidade. E por que defendo esta ideia? Simples: tem programa que abusa, passa do ponto, apela, ofende e faz sensacionalismo barato.

Esta semana, o apresentador da versão de Sergipe do "Balanço Geral", Claudio Luís - em uma matéria de enorme repercussão feita pelo NaTelinha, com 10 mil compartilhamentos no Facebook -, exibiu duas meninas se beijando como se fosse um crime, e ainda por cima foi desrespeitoso com duas das maiores atrizes da história da dramaturgia brasileira, Fernanda Montenegro e Nathália Timberg, chamando-as de "duas velhas sem vergonha" só porque estão interpretando duas senhoras que se amam e tem um relacionamento sólido na novela "Babilônia".

O sensacionalismo exacerbado, o exagero nas palavras e a polêmica pela polêmica, em 2015, não deveriam ter mais espaço na televisão.

O problema é que em programas locais, isso é mais comum do que se imagina. Logicamente, a coisa já foi muito pior. Os canais têm trocado atrações mundo-cão por noticiários mais elaborados, e até os programas policiais tem pegado mais leve. Só que a coisa ainda está muito mais grave do que se imagina. Tem atração que apela, passa do ponto, só falta mostrar cadáver em decomposição, só porque sabe que não deve ser pego.

Me desculpem estes programas, mas tem canal local que precisa parar de achar que televisão regional é bagunça. E isso só vai acontecer se a Classificação Indicativa para os locais acontecer. Mas pelo visto, nada deve ser feito tão cedo, já que Claudio Luís se vangloriou da repercussão de suas palavras.

Do que importa o ódio propagado, não é mesmo? O que vale é o Ibope subindo.

Gabriel Vaquer

Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, além da coluna “Antenado”, assinada todos os sábados, é responsável pelo “Documento NT” e outras reportagens. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

Reproduzido de NaTelinha
28 mar 2015


Conheça também:

A pesquisa “Desafios Regionais da Classificação Indicativa: Redes, fusos e o respeito à vinculação horária”, realizada pelo Instituto de Tecnologia & Sociedade, do Rio de Janeiro – ITS-RIO,clicando aqui.

"Desafios e perspectivas da Classificação Indicativa" (DEJUS 2014),clicando aqui.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Televisão e a falta de crítica especializada


"O blog do jornalista Daniel Castro, abrigado pelo portal R7, publicou em 13/01/2010 uma entrevista com Silvio de Abreu, autor da telenovela Passione, que afirma que "a crítica de TV no Brasil é despreparada". Silvio de Abreu tem toda a razão.

A falta de crítica especializada em TV no Brasil decorre de um preconceito que, infelizmente, ainda persiste: "Televisão não é coisa para intelectual; intelectual de verdade deve se dedicar a temas mais nobres, como a literatura, ou a questões mais prementes, como as sociais." A mídia, nesse sentido, é deixada de lado porque é considerada um "luxo dos pobres", uma "fuga da realidade", segundo a ideia do senso comum, que, por sua vez, é uma corruptela de teorias da metade do século passado.

Seguindo esse raciocínio, para ser crítico de TV no Brasil basta ser jornalista e gostar dessa coisa (tida como) "menor" que é a TV. As coisas pioram muito quando se misturam a chamada crítica de TV com os resumos de telenovela e fofocas no mesmo espaço. Em outras palavras, a pífia e suposta crítica de televisão perde ainda mais em credibilidade. Não que não deva haver espaço para fofoca sobre artistas e resumos de novela. Todos esses são produtos da mídia e sobre a mídia e, portanto, se justificam. Minha questão é que, ao se promover tal mistura, até mesmo por questões do mercado (pois, na prática, uma coluna que publique furos sobre os próximos acontecimentos da novela ou sobre a intimidade dos artistas vai ser muito mais lida/acessada), a crítica perde em força e em importância. Passa a ser apenas a opinião daquele ou daquela jornalista".

Conrado Mendes . Observatório da Imprensa

Leia o texto completo clicando aqui.