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domingo, 19 de junho de 2011

Comparato: relatório sobre radiofusão no Brasil quase fez Globo romper com a Unesco


“Comparato: relatório sobre radiofusão no Brasil quase fez Globo romper com a Unesco

O II Encontro Nacional de Blogueiros de Brasília teve declarações importantes do jurista Fábio Konder Comparato, um dos convidados do evento. Segundo Comparato, a Rede Globo ameaçou romper o contrato que mantém com a Unesco para promover o Criança Esperança, projeto social anualmente realizado em forma de show na emissora brasileira. O motivo: o estudo da Unesco publicado em fevereiro que analisa o ambiente regulatório para a radiofusão no Brasil. O comentário do jurista foi publicado pelo blog Vi o Mundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha.

De acordo com o relatório, citado por Comparato em sua palestra, a mídia brasileira é dominada por 35 grupos que controlam 516 empresas. Uma única rede, a Globo, detém 51,9% da audiência no País.  A média de tevês ligadas entre as 7 da manha e a meia-noite é um dos mais altos do mundo: atinge 45% da população brasileira.

O estudo pode ser acessado aqui*, em PDF. Foi escrito por Toby Mendel e Eve Salomon, que, segundo Fabio Konder Comparato, receberam emissários da TV Globo ameaçando romper o vínculo da emissora com a Unesco para a organização do Criança Esperança.”

Reproduzido da página Carta Capital

* O Ambiente regulatório para a radiodifusão. Leia mais clicando aqui.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A retórica raivosa da extrema-direita no jornalismo dos EUA


"Lou Dobbs: Entre o jornalismo industrial e os que querem afogar nordestinos

(...) A origem desta retórica explosiva, no entanto, vem de muito antes. É um fenômeno que nasceu em consequência do processo de “industrialização da notícia”, que se deu quando surgiu a primeira das emissoras de notícias 24 horas por dia, nos Estados Unidos. Eu mesmo, lá nos anos 80, quando era correspondente da TV Manchete em Nova York, escrevi alguns frilas para a Folha de S. Paulo dando conta do nascimento da CNN internacional.

O formato da CNN pegou de surpresa a TV “tradicional” da época tanto quanto a blogosfera ameaça, agora, a hegemonia dos jornalões. A CNN transmitia tudo ao vivo, antecipando os fatos relevantes que os telejornais noturnos das grandes redes (ABC, NBC e CBS)  reservavam para o horário nobre (nos Estados Unidos, seis e meia da tarde). A CNN aniquilou a geração de grandes âncoras inspirados no legendário Edward Murrow e deu origem ao mix cultivado hoje em dia, em que a “personalidade” e o “carisma televisivo” valem mais, para quem aparece no vídeo, que a experiência de repórter ou o faro jornalístico.

(...) Dobbs assumiu a persona do telejornalista que “fala o que pensa”. Usou de um histrionismo ensaiado, também comum, hoje, nos programas policiais da TV brasileira.

(...) Foi graças a esse discurso que a Fox cresceu e ocupou um importante nicho de mercado nos Estados Unidos apesar de ter surgido no momento em que a blogosfera já ameaçava o poder dos grupos tradicionais. Aliás, podemos dizer que a Fox foi a resposta televisiva à blogosfera: o opinionismo eletrônico criou uma verdadeira simbiose entre os apresentadores e os telespectadores.

Se a CNN cresceu por causa das notícias frescas e, mais tarde, por motivos comerciais, personalizou sua grade de programação, a Fox cresceu sustentada por uma tropa de choque com uma visão muito particular e “original” das notícias. Mais que noticiário, a Fox apresenta diariamente uma narrativa, um teatro mesmo, em que os telespectadores são convocados a participar de uma espécia de catarse coletiva, cujo objetivo é “purificar” os Estados Unidos, livrando o país de ameaças como o “socialista Obama”, a “máfia sindical”, o “islamofascismo” ou os “esquerdistas” (invariavelmente traidores da Pátria).

É por isso que a Fox se parece muito mais com um partido político: os apresentadores se sustentam na contínua mobilização ideológica da maioria dos telespectadores, no divertimento de alguns e na curiosidade do punhado de viciados em kitsch.

(...) Meu ponto é que estamos em terreno desconhecido quando falamos sobre o discurso de ódio em sociedades altamente midiatizadas, em que o discurso político trafega em alta velocidade e em múltiplas direções.

Por via das dúvidas, nos Estados Unidos, depois da tragédia de Tucson, a direção da Fox pediu aos apresentadores para amenizar o tom.

Quanto a Lou Dobbs, deixou a CNN em 2009, depois de dar voz na emissora ao movimento dos birthers, aqueles que não acreditam que Barack Obama nasceu nos Estados Unidos e que portanto o consideram usurpador do cargo. As formas que o racismo encontra de se manifestar…

Dobbs deixou a emissora depois de ser alvo de uma campanha que mirou nos interesses comerciais da CNN junto à comunidade latina. Recebeu 8 milhões de dólares de indenização. E foi contratado pela Fox".

Luiz Carlos Azenha . Viomundo

Leia o texto completo clicando aqui.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

10 estratégias de manipulação midiática


Baseado na obra do linguista estadunidense Noam Chomsky*, alguém elaborou uma lista das "10 estratégias de manipulação" através da mídia:

1 - A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.

2 - CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3 - A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4 - A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5 - DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6 - UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...

7 - MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8 - ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.

Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9 - REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10 - CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Texto reproduzido de Instituto João Goulart
30 jul 2010

Leia no Viomundo o texto traduzido pelo Adital clicando aqui,

* Note as dúvidas sobre a autoria do texto ao pé da postagem.

Leia o texto em espanhol, no Blog "Televisión y Escuela" da Argentina, clicando aqui.

Leia o texto em inglês clicando aqui e, em francês aqui.