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sábado, 26 de março de 2011

Venício Lima: Regulação das comunicações - História, poder e direitos


O poder da imprensa e os abusos do poder

Por Bernardo Kucinski em 22/3/2011

Prefácio de Regulação das comunicações – História, poder e direitos, de Venício A. de Lima, Editora Paulus, São Paulo, 2011; intertítulos do OI
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/images/transp.gif
Todos sabemos que a imprensa pode destruir reputações, derrubar ministros e às vezes um governo inteiro. Foi uma campanha de imprensa, liderada por um grande jornalista, Carlos Lacerda, que levou Getúlio ao suicídio em 1954. Vinte anos depois, nos Estados Unidos, o presidente Richard Nixon renunciou por causa de denúncias da imprensa.

Nos dois episódios, o poder havia recorrido a métodos criminosos para eliminar ou intimidar oponentes políticos. Ao revelarem esses abusos, derrubando a parede de segredo que os protegia, jornalistas exerceram uma das funções sociais que legitimam a imprensa como ator importante numa democracia.

Mas no Chile, em 1973, a grande imprensa contribuiu não para aprimorar a democracia ou denunciar abusos do poder, ao contrário, para derrubar o governo democraticamente eleito de Salvador Allende, abrindo caminho para a uma das mais abomináveis chacinas políticas da nossa história, sob a ditadura de Pinochet.

Esses três episódios comprovam o imenso poder da mídia tanto de fazer o bem – sob a ótica do aperfeiçoamento democrático – quanto de fazer o mal. E apontam para a questão crucial, objeto dos ensaios que compõem esta obra definitiva do professor Venício Lima: como regular o mercado da comunicação de massa numa sociedade em que a informação é uma mercadoria apropriada por empresas privadas portadoras de interesses políticos, de modo a preservar o potencial democrático da mídia e ao mesmo tempo impedir abusos de poder da própria mídia?

Leia o texto acima completo no Observatório da Imprensa clicando aqui.


Leia entrevista ao sítio da Fundação Perseu Abramo com o professor Venício A. de Lima no Fazendo Media clicando aqui.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"A manipulação das informações pela mídia é mais perigosa do que aquela feita pelos governos”



"Julian Assange, fundador do WikiLeaks, concedeu uma entrevista exclusiva aos internautas brasileiros. Essa iniciativa só foi possível graças à ação articulada da blogosfera e, claro, aos internautas que enviaram questões. No total foram cerca de 350 perguntas, das quais doze foram escolhidas. Na entrevista, Assange explica por que trabalha em parceria com a grande mídia e debate a manipulação de informação e como o vazamento de dados pode alterar a atuação dos governos. Assange ainda teve de explicar porque devemos confiar nele e no Wikileaks".

Rodrigo Viana . Blog O Escrevinhador
26.01.2011


"Julian Assange também esclarece que sua organização não é “exclusivamente de esquerda, mas uma organização pela verdade e pela justiça”. As declarações foram dadas em entrevista exclusiva a internautas brasileiros, que foi publicada por diversos blogs – entre eles, o Blog do Nassif, Viomundo, Proto-Blog, Nota de Rodapé, Maria Frô, Trezentos, O Escrevinhador, Blog do Guaciara".



Por Marcelo Salles . Fazendo Mídia
26.01.2011



Leia mais trechos da entrevista na página do Fazendo Mídia clicando aqui e no Blog O Escrevinhador clicando aqui.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A voz do silêncio e o silêncio da voz



Escrever sobre o silêncio é assaz complicado, principalmente na nossa sociedade contemporânea capitalista, pois vivemos sob a ótica da sociedade do barulho. Quanta poluição sonora escutamos nas ruas de nossas cidades! Além de convivermos com várias poluições que nos afligem constantemente em nosso cotidiano. Entretanto, o silêncio é necessário e salutar. O silêncio é muitas vezes mais musical do que muitas canções. É preciso silêncio para escrever, ler, estudar, compor, pintar, contemplar o céu estrelado e as boas coisas da vida, para dialogar com as pessoas que amamos e por mais paradoxal que pareça até mesmo para escutar uma música. O silêncio é catarse, lenitivo e panacéia nas horas angustiadas e depressivas de todo ser humano. Devido à cultura do barulho, o silêncio também incomoda, pois nos coloca frente a frente conosco. No silêncio a voz interior nos fala, latejando a mente e nos revelando os nossos espectros, e muitas vezes estes fantasmas nos assusta, nos amedronta! É a voz do silêncio, a voz do nosso âmago que nos revela o ser pensante que somos. O filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre nos legou que “o silêncio é reacionário”. É lógico que existem silêncios conservadores e a silêncios transformadores. Temos que ter a sabedoria de saber calar quando é necessário. Falar em momentos não apropriados é deselegante, chega até ser covardia, falar quando é para calar é insensato e muitas vezes antiético. Tem um axioma latino que diz: “falar é prata, calar é ouro”. O poeta e músico baiano Gilberto Gil em sua ode nos alerta: “Se eu quiser falar com Deus / Tenho que ficar a sós / Tenho que apagar a luz / Tenho que calar a voz / Tenho que encontrar a paz”.

A nossa cultura ocidental não nos educa para escutarmos a voz do silêncio e nem o silêncio da voz que carregamos dentro de cada um de nós, darmos ouvidos a essa voz é preciso! E a voz do silêncio tem que se manifestar para refletirmos com sapiência. E o silêncio da voz se manifesta na candura da voz, na brandura e gentileza da fala. Falar baixo é preciso, dar ouvidos é preciso mais do que emitir a nossa opinião. Por que tanta gritaria e arrogância no nosso cotidiano? Busquemos o equilíbrio entre o silêncio e o som. Busquemos a harmonia do silêncio e a melodia. Há muito tempo que penso escrever nessas mal traçadas linhas sobre a importância do silêncio, de saber calar e de falar com mansidão. Devemos ser menos loquazes, menos prolixos e mais ouvintes da voz do outro. Falar é imprescindível, até porque somos os únicos seres que usamos a fala, a linguagem como instrumento de comunicação, mas calar também se faz indispensável. Se o silêncio da voz se manifesta é o respeito ao outro que estabelece o vinculo nessa relação recíproca de tolerância ao diferente. Quando amamos calado é a voz do silêncio que dá as cartas na nossa mente cheia de sons e palavras. O silêncio das madrugadas e das noites de insônias é a mais pura expressão da voz do silêncio latejando em nossos tímpanos.

Na sala de aula, a voz do silêncio e o silêncio da voz, deveria estar permanentemente sendo cultivada entre mestres, professores, estudantes e alunos. A palavra “meditação” e a palavra “medicação” têm a mesma origem etimológica, a mesma raiz. A meditação é medicinal. Deveríamos ter nas escolas e nas universidades uma disciplina sobre a importância da meditação em nossas vidas. Infelizmente a educação nas escolas não é direcionada para que haja meditação nas salas de aulas. Existe uma cultura do escárnio, da ironia, do deboche quando se fala em meditação. Cultivar a prática do silêncio não tem nada a ver com acomodação, conformismo, apatia e omissão em denunciar as injustiças, os desmandos das autoridades, as agressões à natureza. O diálogo do silêncio perdeu o sentido de ser nas nossas relações, onde cada vez mais nos tornamos o dono da verdade, o dono da voz, bestializados e embrutecidos pelo trabalho alienado. Temos que ressaltar a educação mais nas pessoas sábias do que eruditas. Não temos o costume e nem a tradição com as técnicas de meditações das filosofias orientais. É preciso urgentemente tempo para o silêncio, para o ócio criativo, para o não fazer nada com sabedoria.


Por Elcio Cavalcante
Fazendo Media
06 dez 2010


Professor de história em Fortaleza/CE/Brasil

sábado, 13 de novembro de 2010

A censura e os Conselhos de Comunicação


A censura e os Conselhos de Comunicação

Por Elaine Tavares

(...) O jornalismo é uma profissão, a liberdade de expressão não depende do jornalismo. Qualquer ser humano pode escrever uma carta, pintar um muro, fazer um desenho, gritar na praça. O jornalismo é uma profissão que, por acaso, usa a palavra. Mas, agora, desregulamentado, se prestará ainda mais ao jogo obsceno na censura velada. E aí estamos de novo no mesmo mundo de 68, 69, 70.

A proposta dos conselhos de comunicação, com a participação de outros setores da sociedade organizada, não garante nada, nem democratização, nem soberania. Isso pode ser visto em outros conselhos já existentes como o da saúde e o da educação. Mas é um espaço importante de organização, de compreensão. Ou seja, é espaço “perigoso”, que pode provocar esclarecimentos, que pode fazer as gentes avançarem para o desejo de soberania. Por isso esse é um tema tão atacado.

As elites têm medo do povo e isso é muito bom. Não é à toa, portanto, que os dignos representantes da elite nacional falem tão mal do conselho, e se esganicem falando que eles trarão a censura. Porque, na verdade, é o contrário. O povo não trará a censura e sim o esclarecimento. E isso é coisa difícil de engolir.

Leia o texto completo clicando aqui.