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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Alimentos envenenam crianças


Alimentos envenenam crianças

Frei Betto*
Escritor e assessor de movimentos sociais
Adital

"As crianças de todas as regiões das Américas estão sujeitas à publicidade invasiva e implacável de alimentos de baixo ou nenhum valor nutricional, ricos em gordura, açúcar ou sal”, constata pesquisa da Organização Pan-Americana da Saúde (2012).

Basta olhar em volta para verificar que nossas crianças (com menos de 16 anos de idade) apresentam elevada taxa de obesidade e doenças crônicas relacionadas à nutrição, como diabetes e distúrbios cardiovasculares.

Um dos fatores que mais influenciam maus hábitos alimentares nesta faixa etária é a publicidade de produtos de baixo valor nutritivo, como cereais matinais já adoçados, refrigerantes, doces, sorvetes, salgadinhos e fast food. Eles "enchem” a barriga, trazem sensação de saciedade sem, no entanto, suprir as necessidades nutricionais básicas.

Resolução da Organização Mundial da Saúde, de maio de 2010, instou os governos a se esforçarem por restringir a promoção e a publicidade de alimentos para crianças.

O mais poderoso veículo de promoção de alimentos nocivos é a TV. Expostas excessivamente a ela, as crianças tendem a querer consumir as marcas ali anunciadas. Em geral, a propaganda cria vínculos emocionais entre o produto e o consumidor, e envolve brindes, concursos e competições.

Sob o pretexto de atividades filantrópicas nas escolas, empresas de alimentos não saudáveis aumentam seu poder de domesticação. Pesquisas brasileiras indicam que assistir TV por mais de duas horas por dia influi no aumento do índice de massa corporal em meninos.

Relatório de agência de pesquisa de mercado aponta que, no Brasil, na Argentina e no México, 75% das mães com filhos de 3 a 9 anos acreditam que a publicidade influencia os pedidos das crianças na compra de alimentos (no Brasil, 83%).

No Reino Unido, é proibida na TV a publicidade de alimentos não saudáveis. A Irlanda limita a presença de celebridades nesses anúncios e exige o uso de advertências. A Espanha desenvolveu um código autorregulatório e restringe o uso de celebridades e a distribuição de produtos no mercado.

Segundo relatório do Ministério da Saúde (2008), durante um ano, no Brasil, mais de 4 mil comerciais de alimentos foram veiculados na TV e em revistas, dos quais 72% referiam-se a alimentos não saudáveis.

No Brasil, regulamentação vigente obriga colocar advertências nos comerciais de alimentos, embora a ABIA, principal associação da indústria de alimentação do país, se recuse a fazê-lo. Ela obteve liminar garantindo a não aplicação das novas regras e a decisão final depende agora da Justiça.

É preciso, pois, que famílias e escolas se dediquem à educação nutricional das crianças. Peças publicitárias devem ser projetadas em salas de aula e debatidas. Cria-se, assim, distanciamento crítico frente ao produto e melhor discernimento por parte dos consumidores.

Em São Paulo, alunos projetaram em sala de aula propagandas gravadas em casa. Após debaterem as peças publicitárias, decidiram adquirir determinada marca de iogurte. Remetido o conteúdo à análise clínica, constatou-se não conferir com as indicações contidas na embalagem. Assim, os alunos aprenderam o que significa propaganda enganosa.

A Organização Pan-Americana da Saúde recomenda que sejam anunciados, sem restrição, os alimentos naturais, aqueles nos quais não há adição de adoçantes, açúcar, sal ou gordura. São eles: frutas, legumes, grãos integrais, laticínios sem gordura ou com baixo teor, peixes, carnes, ovos, frutas secas, sementes e favas. No caso de bebidas, água potável.

Eis o dilema: enquanto famílias e escolas querem formar cidadãos, a publicidade investe na ampliação do consumismo. A ponto de, no Brasil, se admitir o uso de celebridades, como atletas, na propaganda de alimentos não saudáveis e obviamente nocivos, como bebidas alcoólicas.

É preocupante constatar que, em nosso país, o alcoolismo se inicia por volta dos 12 anos, e aumenta a ingestão de vodca na faixa etária inferior a 16 anos.

A fiscalização em bares e restaurantes é precária, e padarias e supermercados vendem, quase sem restrição, bebidas alcoólicas a menores de idade.

Mas, o que esperar de uma família ou escola que oferece na mesa e na cantina os mesmos produtos nocivos vendidos pelo camelô da esquina?

Essa é a crônica de graves enfermidades anunciadas.

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* Frei Betto é escritor, autor de "Alfabetto – autobiografia escolar” (Ática), entre outros livros.

Twitter:@freibetto

Copyright 2012 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br).


Reproduzido com autorização do autor via e-mail (07/07/12) tal como feito em Adital (28/05/12) via Altamiro Borges (04/06/12)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Comportamento de risco pode ser influenciado por imagens de filmes e televisão


Dando o exemplo: comportamento de risco pode ser influenciado por imagens de filmes e televisão

Um estudo que revisou mais de 25 anos de pesquisa na área aponta que ser exposto a imagens de atividades arriscadas – incluindo filmes, videogames e televisão – aumenta a incidência de comportamento de risco.

A metanálise buscou os dados colhidos em diversas pesquisas feitas entre 1983 e 2009 e que, juntas, somavam mais de 80 mil entrevistados entre 16 e 24 anos. Os estudos usavam diversos métodos, formatos de mídia e focavam diferentes tipos de comportamentos de risco. Os resultados da metanálise, liderada por Peter Fisher, pesquisador da Universidade de Regensburg, na Alemanha, foram publicados no periódico Psychological Bulletin.

De acordo com o autor, os efeitos desse tipo de exposição midiática podem ser sentidos em curto e longo prazo, ou seja, os comportamentos ligados a essa exposição podem aflorar anos depois e quanto maior o tempo de exposição, maior o nível de riscos assumidos.

“A partir de nossa metanálise, a ‘glorificação do risco’, como aparece na TV e nas mídias de uma forma em geral, pode ter consequências e contribuir para aumentar os limites para os comportamentos arriscados e isso, como sabemos, também envolve consumo de álcool e outras drogas e, consequentemente, pode levar a fatalidades diversas, como as vistas no trânsito, por exemplo”, diz Fisher. “Nossos resultados vão à direção de diversas linhas de pesquisas atuais que corroboram a ligação entre risco e influência midiática e como isso afeta nossa cognição e nossas emoções.”

UOL Notícias . 08 abr 2011


domingo, 16 de janeiro de 2011

Há dois anos: Letting Infants Watch TV Can Do More Harm Than Good


"ScienceDaily (Jan. 16, 2009) — A leading child expert is warning parents to limit the amount of television children watch before the age of two, after an extensive review published in the January issue of Acta Paediatrica showed that it can do more harm than good to their ongoing development.

Professor Dimitri A Christakis, from the Seattle Children’s Research Institute and the University of Washington, USA, has also expressed considerable concerns about DVDs aimed at infants that claim to be beneficial, despite a lack of scientific evidence.

And he points out that France has already taken the matter so seriously that in summer 2008 the Government introduced tough new rules to protect the health and development of children under three from the adverse effects of TV.

Professor Christakis’ extensive review looked at 78 studies published over the last 25 years and reiterates the findings of numerous studies he has carried out with colleagues into this specialist area".

Leia o texto complete clicando aqui. Para ler mais sobre o tema clique aqui.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Assistir mais de duas horas de televisão aumenta riscos de doenças cardíacas


"Um estudo realizado nos domicílios do Reino Unido com mais de 4 mil adultos constatou que pessoas com o hábito diário de assistir 2 horas de televisão têm duas vezes mais chances de desenvolver doenças cardíacas. Segundo a pesquisa, a probabilidade é a mesma para quem faz uso de computadores em casa.

Para os entrevistados que disseram passar mais de 4 horas à frente de monitores foi avaliado um risco 125% maior de propensão à problemas cardiovasculares, como ataque cardíaco. Este resultado foi atingido depois de uma comparação com pessoas que não assistem mais do que 2 horas de televisão por dia. 

Sobre as explicações científicas para comprovar esta tese, o documento, publicado pelo periódico especializado Journal of the American College of Cardiology, diz que passar muito tempo à frente da TV corrobora para a inflamação de uma proteína do nosso corpo. "Um quarto das associações entre o tempo gasto diante de um monitor e problemas cardiovasculares se explicou coletivamente pela proteína C-reativa (...)”, diz o estudo.

O cientista Emmanuel Stamakis, especialista em saúde pública, respondeu quais fatores foram levadas em conta ao formular o estudo. “Estas associações foram independentes dos tradicionais fatores de risco, como o tabagismo, a hipertensão, o índice de massa corporal, a classe social, bem com (a prática ou não de) exercícios", disse o pesquisador encarregado pela produção da pesquisa cardiológica com telespectadores".


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