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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Barbie: uma imagem que aprisiona


Barbie: uma imagem que aprisiona

Por Lais/Equipe 
13 julho 2012

"Barbie: uma imagem que aprisiona", esse foi o título do meu trabalho de conclusão de curso de Psicologia há alguns anos atrás. Mas, posso dizer que essa boneca loira e linda sempre chamou minha atenção não só pelos belos modelitos que exibia ou por seus 10 cm de quadril e 12,5 de busto. Barbie prometeu a todas as meninas de minha geração um mundo cor de rosa repleto de acessórios e acabou nos aprisionando nesse sonho.

Agora, vamos há um pouco de história.No final dos anos 50 o casal Ruth e Elliot Handler, fundadores da fábrica de brinquedos Mattel, encontraram um nicho de mercado, ainda não explorado, ao observar as brincadeiras de sua filha Barbara de 7 anos com bonecas de papel. Nessa época não existia uma boneca tridimensional de corpo adulto com a qual a criança pudesse fantasiar e realizar seus sonhos. Foi nesse momento que Ruth criou a Barbie e seu mundo "Pink" revolucionando para sempre as brincadeiras das meninas que, até então, brincavam exclusivamente com bebês como um exercício para a maternidade.

Desde a chegada da Barbie nas prateleiras, garotas do mundo todo passaram então a experimentar, em suas brincadeiras, a falsa idéia de que as mulheres adultas podiam ser o que desejassem: médicas, astronautas, bailarinas, mas claro, desde que fossem magras e belas. Assim, a boneca virou o jogo e passou não só a ditar as regras da brincadeira, mas também os desejos da garotada; por esgotar em seu corpo magro, oco e de plástico com as possibilidades de ser, pois passava valores que priorizavam o ter.

Barbie, hoje com mais de 50 anos de idade, continua sendo a boneca mais amada e vendida no mundo todo e acabou conquistando um fã clube de mais de 18 milhões de membros, desfiles inspirados em seus modelos de roupa, exposições em museus mundo afora e até mais de 36 cirurgias plásticas em um único corpo. A estética da Barbie é hoje imposta pela cultura da moda e, principalmente, pelas imagens publicitárias mobilizando milhões de meninas e adolescentes a fazer de tudo para conquistar o corpo ideal vendido como passaporte para a felicidade.

Esse fato é tão verdadeiro que na semana passada um exemplo chegou à maioria dos jornais brasileiros chocando a todos: Duas adolescentes inglesas de 16 anos, da cidade de Crewkerne, chegaram ao baile de formatura do colégio empacotadas dentro de caixas da Barbie em tamanho natural, como verdadeiras bonecas de plástico encenando uma entrada triunfal. As caixas de papelão de 1,80 m X 0,60, com flores pintadas a mão, foram feitas por uma das mães que gastou 250 libras para realizar o sonho das meninas.

Bom, se a intenção era roubar a cena elas conseguiram. A cidade toda parou para vê-las passar, aprisionadas em seu sonho de infância. Onde vamos parar? No baile de formatura! Agora, vale a reflexão... Se de alguma maneira, nós mulheres nos libertamos dos espartilhos de nossas bisavós, as adolescentes da atualidade continuam aprisionadas ao culto do corpo perfeito numa busca incansável pela magreza e felicidade que não lhes dá sossego.

Reproduzido de Consumismo e Infância
13 jul 2012

Leia também:

Barbie: tudo o que você quer ser ou considerações sobre a educação de meninas, por  Fernanda Roveri

Do rosa ao choque

A história da boneca Barbie foi objeto de estudo da dissertação de mestrado da professora Fernanda Roveri. O levantamento agora está no livro Barbie na educação de meninas: do rosa ao choque (Editora AnnaBlume), que será lançado no dia 27 de abri, às 16h30, na Faculdade de Educação da Unicamp, em Campinas.

No livro, a autora discute como meninos e meninas são educados por seus brinquedos e como a publicidade investe em carregá-los de feminilidade ou masculinidade. Enquanto os brinquedos destinados aos meninos propagam ideias de velocidade, destruição e desempenho, os brinquedos feitos para meninas reforçam a maneira sensível e passiva de como estas devem se comportar, reforçando conceitos de domesticidade e beleza como algo inerente ao feminino.

Leia o texto completo em Revistapontocom clicando aqui.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Depoimento de pai de criança na feira de troca de brinquedos em SP


Brinquedo usado que vira novo

Brincar é fundamental para aprender, para se divertir e para ser criança. Infelizmente essa necessidade humana, tão presente na infância, tem sido ocupada pela mercatilização. No lugar da criatividade, excessos de comunicação mercadológica que buscam fazer das crianças pequenos consumidores.

Dar formas de repensar o consumismo infantil é um desafio constante do projeto Criança e Consumo. Durante a semana Mundial do Brincar somamos esforços à Aliança pela Infância e promovemos uma feira de troca de brinquedos.

Trocar é necessariamente um ato de cumplicidade, precisa do outro. Ao abrir mão de um brinquedo antigo seu por um colega, a criança aprende sobre a importância de reaproveitar, de ceder para ter aquilo que se almeja. Esse aprendizado sobre limites é feito por atitudes. São as crianças que definem o que querem e através de uma negociação com outra criança são capazes de conquistar o que gostariam.

Eduardo Schenberg*, levou seu filho Bruno de 11 anos para a feira de trocas e definiu a importância do evento. Assista ao vídeo clicando aqui.

Reproduzido de Criança e Consumo
28 mai 2012

Nota do blog

* Neurocientista


sábado, 19 de maio de 2012

Publicidade infantil: "É tudo culpa do Sr. Cabeça de Batata?" ou da Barbie?


É tudo culpa do Sr. Cabeça de Batata?

Consumismo e Infância . Instituto Alana

Um artigo recente da BBC News Magazine mostra o primeiro anúncio dirigido a crianças, um comercial para tevê do boneco Sr. Cabeça de Batata, exibido nos Estados Unidos em 1962. O anúncio foi considerado uma grande sacada da indústria publicitária, que, até aquele momento, anunciava os produtos – brinquedos inclusive – para os pais, e não para os filhos.

Com isso, descobriu-se um novo “nicho” de mercado, mais vulnerável aos apelos publicitários e que os identifica como entretenimento. Para o autor da matéria, Jon Kelly, o Sr. Cabeça de Batata abriu o caminho para o chamado nag factor, ou “fator amolação”, estratégia publicitária para induzir os filhos a pedir de modo insistente aos pais para que comprem os mais diversos produtos.

O artigo debate o quanto a responsabilidade na luta contra o nag factor é dos pais ou do Estado, que deveria regular a publicidade dirigida a crianças, e cita uma pesquisa realizada pela Mother’s Union, em 2010. Segundo o estudo, 75% dos pais concordaram que os legisladores são responsáveis pelo conteúdo anunciado aos seus filhos, ao mesmo tempo que 61% acreditam que é responsabilidade também dos pais regular o acesso das crianças a esse conteúdo.

A luta, no entanto, está cada vez mais desigual.  Além de as crianças serem expostas a uma quantidade alarmante de publicidades na televisão, as marcas invadem também os jogos e os personagens preferidos dos pequenos estampam desde roupas até cadernos e embalagens de alimentos. Isso sem falar nos anúncios disfarçados nas redes sociais e nos jogos dirigidos ao público infantil na internet. Sozinhos, os pais não conseguem ganhar.

Reproduzido de Consumismo e Infância . Instituto Alana
16 maio 2012


Leia também:


"Regulação da publicidade dirigida a crianças, um desejo para 2012", Por Gabriela Vuolo (Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana) e comentários de Filosomídia sobre texto de Fernanda Rovari, clicando aqui.


"Barbie na educação de meninas: do rosa ao choque", livro de Fernanda T. Roveri lançado em 2012.  Leia a entrevista da autora em Revistapontocom (17/03/2012) clicando aqui.


"Brinquedos antigos populares dos anos 50", em The People History, clicando aqui.



Comentários de Filosomídia:

Segundo Fernanda T. Roveri (2007, p. 2), é com a boneca Barbie, criada em 1959, que pela primeira vez na história da televisão americana, e mundial, uma empresa faz publicidade direcionada diretamente à criança:

“A criança foi descoberta como consumidora em potencial após a Segunda Guerra Mundial, época em que a Mattel consagrava-se como pioneira no uso de técnicas de marketing e comerciais voltados ao público infantil. Se antes a venda de brinquedos era direcionada aos pais, com o lançamento da Barbie, os comerciais capturavam a menina para que ela mesma tivesse os argumentos necessários para convencer os adultos a comprarem a boneca. Um desses argumentos era o de que Barbie, com toda sua elegância, ajudava meninas travessas a se comportarem como pequenas damas. Assim, as propagandas iniciais da boneca sempre foram testadas antes com um grupo de meninas e, se o comercial não lhes chamasse a atenção, não era veiculado na rede televisiva.”

Pelo comercial abaixo percebemos, então, que já no final dos anos 50 podemos creditar à Barbie o lugar de primeira propaganda dirigida às crianças em grande escala. Informação semelhante em "Barbie's First Commercial" (12/06/2011), por William Sellers clicando aqui.

ROVERI, Fernanda Theodoro. A boneca Barbie e a educação das meninas: um mundo de disfarces. In Anais da 30ª. Reunião Anual da ANPED. Acesso em 30 set 2009, disponível aqui.

terça-feira, 27 de março de 2012

Boneca Barbie: "tudo o que você quer ser ou considerações sobre a educação de meninas"


Do rosa ao choque

A história da boneca Barbie foi objeto de estudo da dissertação de mestrado da professora Fernanda Roveri. O levantamento agora está no livro Barbie na educação de meninas: do rosa ao choque (Editora AnnaBlume), que será lançado no dia 27 de abri, às 16h30, na Faculdade de Educação da Unicamp, em Campinas.

No livro, a autora discute como meninos e meninas são educados por seus brinquedos e como a publicidade investe em carregá-los de feminilidade ou masculinidade. Enquanto os brinquedos destinados aos meninos propagam ideias de velocidade, destruição e desempenho, os brinquedos feitos para meninas reforçam a maneira sensível e passiva de como estas devem se comportar, reforçando conceitos de domesticidade e beleza como algo inerente ao feminino.

As imagens da boneca presentes em filmes, sites, acessórios, livros e gibis também contribuem para uma discussão sobre o que é esperado das meninas. Desde cedo elas aprendem que se não estiverem na moda não conseguirão prestígio e visibilidade social

Leia abaixo um artigo que a professora escreveu para a revistapontocom sobre o tema de sua dissertação de mestrado, agora em livro.

Barbie: tudo o que você quer ser ou considerações sobre a educação de meninas

Por Fernanda Roveri



Barbie, a boneca mais vendida no mundo, é protegida por uma aura de sublime pureza, inocência e fantasia, oferecendo-se para ocupar o cargo de melhor amiga da menina. Uma história da boneca Barbie talvez possa nos ajudar a entender alguns dos valores que a sociedade mais preza para a consolidação de uma certa “identidade de mulher”.

A pesquisa, desenvolvida junto ao Programa de Pós Graduação em Educação da Unicamp, procura discutir o sucesso da boneca Barbie e os mecanismos publicitários que veiculam a imagem de mulher adulta, feliz, corpo “em forma”, moderna e consumista…

Sempre mostrando seu sucesso atrelado à beleza e a um comportamento jovem e consumista, Barbie atingiu o novo milênio com o status de boneca mais vendida no mundo. Mas, o que poucos sabem, é que a Barbie tem uma descendência alemã e é fruto de um modelo feminino ideal do pós-guerra.

O casal norte-americano Ruth Handler e Elliot Handler foram os fundadores da empresa de brinquedos que fabrica a Barbie, a Mattel. Em 1956, eles passavam as férias com a família na Suíça quando Ruth, fazendo compras com sua filha adolescente, viu uma boneca adulta que não conhecia. A menina quis comprá-la para enfeitar seu quarto e a mãe levou duas bonecas para a filha e uma para entregar aos executivos da Mattel. Ruth havia vislumbrado a possibilidade de fabricar uma boneca com corpo adulto, como há anos desejava criar.

A boneca se chamava Lilli, era personagem de caricaturas de um jornal alemão. Nos quadrinhos, Lilli apresentava-se como uma derrotada no pós-guerra que fazia de tudo para trazer de volta sua prosperidade: estampada nas histórias de maneira sensual, ela costumava perseguir homens ricos em busca de dinheiro e sucesso. A personagem Lilli fora transformada em boneca e era uma espécie de mascote para os homens adultos. Vendida em bares e tabacarias, Lilli não era direcionada para crianças; a boneca ficava sentada com as pernas abertas em um balanço ou em um burrico e servia tanto para ser colocada no painel do carro como um presente para as namoradas no lugar de flores.

Inspirada em Lilli, Barbie foi lançada no mercado em 1959, e seu nome foi dado em homenagem à filha de Ruth, Barbara. Mas Ruth Handler procurou se esforçar para adequar sua boneca a um padrão de garota norte-americana “respeitável”. A fabricante precisou elaborar um pacote de propagandas que sanasse a insegurança e o ódio que as mães tinham em relação a uma boneca adulta.

Um dos discursos publicitários era o de que Barbie, com toda sua elegância, ajudava meninas travessas a se comportarem como pequenas damas. Assim, as propagandas iniciais da boneca seduziam as garotas fazendo com que estas conseguissem convencer os adultos a comprar o brinquedo.

É crescente, nos dias atuais, o lançamento de inúmeros desenhos animados que  abrigam uma publicidade eficaz em designar a Barbie como uma personagem distinta, amiga e real, criando uma expectativa de valor de uso como fonte de prazer. A publicidade insinua e sugere um universo que não vem junto com o brinquedo. Barbie aparece sempre em extravagantes cenários recheados de milhares de acessórios e equipamentos sedutores: palácios imensos e rosados, bichinhos de estimação, fadinhas encantadas, pôneis com asas, sereias etc.

Barbie também ensina para as crianças como elas devem se apresentar corporalmente, vendendo não só seus produtos, mas o estilo de vida que está em alta no mercado. Desde pequenas, as crianças são incentivadas a se apoderarem desse corpo de plástico e desejá-lo para si mesmas. No mundo virtual da boneca, é possível participar de diversas atividades com a Barbie e aprender que é essencial ter uma roupa para cada ocasião e não repetir o mesmo traje dentro de certos espaços de tempo. Barbie e suas amigas mostram como a mulher pode ficar mais bonita e descolada ao usar roupas que valorizam as formas femininas mais admiradas socialmente. Entrar no mundo da Barbie e ser como uma destas bonecas está cada vez mais “fácil”: qualquer mulher que não possuir o desejado corpo magro, jovem e esguio poderá contar com serviços de drenagem linfática, bioplastia, depilação a laser, lifting, dieta natural, limpeza de pele, aparelho de ginástica passiva, bronzeamento instantâneo e lipoescultura.

A boneca Barbie é cuidadosamente arrumada nas lojas formando um comprido e rosado corredor de “brinquedos exclusivos para meninas”. As crianças aprendem que seus brinquedos surgem das prateleiras, naturalmente oriundos de um espaço delimitado por hierarquia de gênero. Os brinquedos vêm imbuídos de normas que definem o que é permitido e o que não é permitido para cada sexo, há um abismo que separa os brinquedos destinados para meninos e os destinados para meninas. Mas vale ressaltar que essas dicotomias são criadas pelos adultos e que nem sempre têm o mesmo significado para as crianças no momento da brincadeira.

Meninos e meninas desconhecem que seus brinquedos têm uma realidade anterior à da loja e que são objetos de um processo produtivo. Mesmo que nem todas as crianças possam comprar os produtos que a publicidade da Barbie esforça-se para vender, qualquer pessoa pode consumir os signos de gênero e sexualidade apresentados pela boneca, que vertiginosamente ensina e produz certas formas de pensar, de agir, de estar e se relacionar com o mundo.

Meninas aprendem que a beleza é a condição para que adquiram visibilidade social. Cada vez mais novas, as crianças desejam transformar seus corpos de acordo com os moldes de Barbie, na fantasia de que o mundo fashion da boneca possa corresponder às suas vidas. Nessa ideologia, há estreita ligação entre ter o que é da Barbie e tornar-se a própria Barbie: vestir suas roupas, usar seus acessórios e sapatos iguais aos seus, significa conseguir o mesmo corpo, o incrível sucesso, o luxo e o prestígio da boneca.

Notas

1 – O artigo é fruto da dissertação de mestrado, defendida pela autora em agosto de 2008, tendo como orientadora a professora Dra. Carmen Lúcia Soares.

2 – Para mais informações a respeito da Lilli, ver a obra:  STEINBERG, Shirley R. A mimada que tem tudo. In: STEINBERG, S. R.; KINCHELOE, J. L. (orgs.). Cultura infantil: a construção corporativa da Infância. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2001. p. 321-338.

Reproduzido de Revistapontocom . Por Marcus Tavares
17 mar 2012

Leia também:

"Regulação da publicidade dirigida a crianças, um desejo para 2012", Por Gabriela Vuolo (Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana) e comentários de Filosomídia sobre texto de Fernanda Rovari, clicando aqui.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Natal 2011: resultado do monitoramento de publicidades na TV


Hasbro vence Prêmio Manipuladora pelo Natal de 2011

Consumismo e Infância
Por Redação em 14 março 2012

O resultado do monitoramento de publicidades na TV realizado nos 15 dias que antecederam o Natal de 2011 revelou uma nova ganhadora do Prêmio Manipuladora: a Hasbro. A empresa – que fabrica brinquedos como Baby Alive, Nerf, My Little Pony, UNO Monster High, e Transformers 3, entre outros – teve cerca de 6.560 inserções publicitárias entre 10 e 24 de dezembro de 2011, contabilizando 14,3% das propagandas dirigidas a crianças nos 15 canais monitorados.

A fabricante de brinquedos passou a concorrente Mattel, vencedora do Prêmio Manipuladora do Dia das Crianças de 2011, com impressionantes 8.900 publicidades dirigidas ao público infantil nos 15 dias antes da data comemorativa. No período que antecedeu o Natal, a Mattel reduziu seu número de inserções para cerca de 3.730 anúncios.

Entre os canais abertos, a rede Globo foi a emissora que mais veiculou publicidade para crianças no período que antecedeu o Natal. Nos canais de conteúdo infantil, o Cartoon Network liderou novamente, seguido por Nickelodeon e Discovery Kids. Já o Rá Tim Bum repetiu a conduta que apresentou no Dia das Crianças de 2011 e novamente não veiculou publicidades para crianças no período que antecedeu o Natal.

Veja abaixo um resumo dos resultados e um breve comparativo entre o monitoramento do Natal e o do Dia das Crianças:

Clique para ampliar

Para comentar o resultado da pesquisa, Gabriela Vuolo, coordenadora de Mobilização do Criança e Consumo, vai participar de um chat pelo Twitter no dia 21 de março, das 18h às 19h. Participe enviando suas perguntas pela hashtag #chatconsumo e acompanhe pelo www.twitter.com/criancaeconsumo.

A publicidade que se aproveita da ingenuidade da criança é abusiva, segundo o Código de Defesa do Consumidor – e portanto, é ilegal. Pais, educadores e todos os que entendem a gravidade da publicidade que dialoga diretamente com a criança podem (e devem!) se manifestar.

No site do Projeto Criança e Consumo, você pode denunciar qualquer forma de comunicação mercadológica que estimule o consumismo infantil ou viole a integridade, dignidade e os direitos e garantias das crianças e adolescentes brasileiros.

Junte-se a nós e apoie o manifesto Publicidade Infantil, NÃO! pelo fim da publicidade e da comunicação mercadológica dirigida ao público infantil.

Para ver a pesquisa na íntegra, clique aqui.

Reproduzido de Consumismo e Infância

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Mattel recebe o troféu “Vencedora do Prêmio Manipuladora – Dias das Crianças 2011”


Hoje (30/11/2011) fizemos o primeiro protesto do Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana. Fomos para a porta da sede da Mattel, em São Paulo, entregar o troféu de “Vencedora do Prêmio Manipuladora – Dias das Crianças 2011” e questionar a quantidade alarmante de publicidade da empresa direcionada ao público infantil: foram aproximadamente 8.900 comerciais veiculados em 15 canais, nos 15 dias que antecederam o Dia das Crianças.

O dado é um dos resultados da pesquisa inédita “Monitoramento da publicidade de produtos e serviços destinada a crianças”, realizada entre 27 de setembro e 11 de outubro pelo Observatório de Mídia Regional da Universidade Federal do Espírito Santo em parceria com o Instituto Alana.

A empresa campeã foi a Mattel, com 50% de publicidade a mais que a segunda colocada, a fabricante Hasbro, que anunciou cerca de 6 mil vezes para crianças no período.

Embora as marcas de brinquedos tenham sido as mais anunciadas nos dias monitorados, o direcionamento de publicidade para o público menor de 12 anos não se limita a produtos infantis. O levantamento identificou que, entre todas as publicidades veiculadas no período, a criança foi alvo de 64% dos anúncios.

Veja os principais dados da pesquisa:



Nas semanas que antecederam o Dia das Crianças o mercado não perdeu tempo em dizer para os pequenos os que eles devem comprar e usar. Estamos pertinho do Natal e haverá um novo bombardeio de publicidade...

Hoje as crianças são um alvo preferencial dos apelos para o consumo. São elas que passam a maior parte do tempo em frente às tevês – em média mais de cinco horas por dia, segundo último levantamento do Ibope, de 2010. Também já se sabe que os pequenos participam do processo decisório de 80% das compras da casa, de acordo com pesquisa da Interscience, de 2003. Mas anunciar para esse público não é ético.

Estudos em todo o mundo mostram que não há vantagem para o desenvolvimento infantil expor crianças a apelos comerciais. Existe, sim, um consenso de que esses apelos têm um impacto relevante em problemas recorrentes da sociedade atual, como a obesidade infantil, o consumo precoce de álcool, a adultização da infância e a diminuição das brincadeiras criativas. Fora o tal do estresse que os pais passam a cada cabo de guerra que travam com os filhos para explicar que é impossível ter tudo o que se quer.

Leia a pesquisa na íntegra clicando aqui.



Leia a carta do Projeto Criança e Consumo enviada à Mattel clicando aqui.

Veja o vídeo do protesto abaixo:



Reproduzido de Consumismo e Infância
30 nov 2011


Leia também "Nosso protesto em frente à Mattel" clicando aqui.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O estranho mundo que se mostra às crianças: Fanny Abramovich


O estranho mundo que se mostra às crianças

Fanny Abramovich

No artigo sobre a televisão a autora traz uma discussão realizada com diversas crianças sobre os programas televisivos destinados a elas. O objetivo era mostrar àqueles que fazem televisão a necessidade de considerar a opinião das crianças, antes de produzir algo para elas. Ainda sobre esse tema, Fanny propõe um teste para que os adultos pensem sobre a programação dirigida às crianças. Segundo ela, tais programas apresentam uma visão deformada de infância e não estimulam em nada seus espectadores.

Nesse livro, a autora reúne alguns de seus artigos publicados, em diferentes momentos, a respeito do amplo universo dos produtos culturais dirigidos ao público infantil, como a literatura, a música, o teatro, a televisão e os brinquedos, convidando-nos a uma leitura crítica de tais produtos. Inicia sua análise pela literatura infantil, descrevendo os modelos seguidos pelas principais editoras da época, revelando os diversos conceitos, valores, padrões éticos e culturais difundidos por essas entre as crianças.

Uma das propostas literárias mais focadas e discutidas pela autora no livro é a de Monteiro Lobato, publicada pela editora Brasiliense. Esta parece ser uma das únicas obras que não critica negativamente, pelo contrário, em suas descrições Fanny se revela uma grande fã de seus pensamentos e produções, inclusive escreve um artigo exclusivamente sobre o autor, apontando diversas opiniões encantadas de leitores a respeito de Lobato.

Apresenta um artigo sobre o que as crianças sabem sobre os livros escritos para elas, trazendo um registro de depoimentos realizados com várias crianças sobre os livros já lidos por elas e um outro artigo sobre literatura juvenil, baseado também numa seleção de entrevistas e depoimentos sobre essa literatura.

Nesse livro ainda, comenta criticamente sobre os discos e as músicas destinadas às crianças, demonstrando um panorama desolador, pois diz que as produções musicais infantis não apresentam renovação e nem criatividade, prevalecendo produções da década de 40. Assinala também, através de depoimentos, o que as crianças pensam sobre as músicas destinadas a elas.

No artigo sobre teatro infantil, Fanny analisa várias peças, descrevendo-as, literalmente, como tragédia para o público infantil. Fala sobre a falta de imaginação dos autores do gênero e pesquisa várias opiniões sobre o mesmo. Insiste que seria necessária uma grande melhora dessa produção, para realmente interessar as crianças.

No artigo sobre a televisão a autora traz uma discussão realizada com diversas crianças sobre os programas televisivos destinados a elas. O objetivo era mostrar àqueles que fazem televisão a necessidade de considerar a opinião das crianças, antes de produzir algo para elas. Ainda sobre esse tema, Fanny propõe um teste para que os adultos pensem sobre a programação dirigida às crianças. Segundo ela, tais programas apresentam uma visão deformada de infância e não estimulam em nada seus espectadores.

O último capítulo do livro é destinado à análise dos brinquedos: de que materiais são feitos e com qual finalidade. Para a autora, cada vez estes objetos conseguem “brincar sozinhos”, pois não incentivam a criatividade das crianças. Fanny ressalta que os brinquedos devem ser de materiais resistentes e convidativos, devem encantar, despertar experiências, permitir que a criança invente.

De acordo com ela, aqueles que mais se aproximam desse ideal são os brinquedos da cultura popular. Assim como na análise da televisão, Fanny apresenta as críticas e sugestões do público infantil sobre os brinquedos.

Na parte final, também analisa os brinquedos situados no espaço externo, verificando praças de diversas cidades e consultando arquitetos e crianças, bem como as possibilidades que propõem.

Deixamos a todos o convite que a leitura de Fanny Abramovich nos fez: desenvolver um olhar crítico sobre esse “estranho mundo que se mostra às crianças”, buscando transformá-lo para melhor. E isso demanda, sempre, ouvir o que elas têm a nos dizer.

Resenha extraída de Roda de Leitura Virtual (2009)