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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Aplicativos infantis recolhem dados de crianças e não informam pais, diz estudo



Aplicativos infantis recolhem dados de crianças e não informam pais, diz estudo

Natasha Singer
Do "New York Times"

Centenas de aplicativos móveis para crianças não oferecem aos pais informações básicas sobre as informações confidenciais que os programas recolhem e distribuem sobre seus filhos, afirma um novo relatório federal norte-americano publicado na segunda-feira (10).

Apenas 20% dos apps para crianças oferecem informações transparentes sobre suas práticas de coleta de dados, de acordo com um relatório preparado pela FTC (Comissão Federal do Comércio) norte-americana e divulgado na segunda-feira. Os apps que oferecem informações muitas vezes apresentam links para normas de privacidade densas, longas e excessivamente técnicas, "repletas de informações irrelevantes", de acordo com o relatório.

O estudo da FTC avaliou as normas de privacidade de 400 apps infantis populares --metade dos quais disponíveis na Apple App Store e a outra metade no Android Market, do Google-- e comparou as informações prestadas pelos apps com as políticas de coletas de dados que eles efetivamente adotam.

"A maioria dos apps não presta quaisquer informações sobre os dados recolhidos, muitos menos os tipos de dados recolhidos, o propósito da coleta e quem teria acesso a eles", afirma o estudo da FTC. "Ainda mais perturbador, os resultados demonstram que muitos dos apps compartilham certas informações --como o número de telefone de um aparelho, a sua localização exata ou seu código de identificação exclusivo-- com terceiros, de acordo com o estudo.

Mais de metade dos apps estudados transmite dados sobre crianças, muitas vezes diretamente a anunciantes. Os pesquisadores também reportaram que a maioria dos apps não informa aos pais a presença de recursos interativos como publicidade, compartilhamento em redes sociais ou a possibilidade de que as crianças comprem produtos virtuais diretamente do app. Por exemplo, apenas 9% dos apps revelam aos pais que apresentam publicidade, mas os pesquisadores da FTC constataram que na realidade 58% deles contêm anúncios. Além disso, dos 24 apps que afirmaram não apresentar publicidade, dez na verdade continham anúncios, segundo o relatório.

O estudo aponta para o fato de que algumas dessas práticas podem violar a proibição da FTC a práticas desleais ou enganosas. Essas práticas também podem representar violação da lei federal de proteção à privacidade da criança, conhecida como Lei Coppa, de 1998. A lei requer que os operadores de sites obtenham o consentimento dos pais antes de recolher ou divulgar nomes, endereços ou outros dados pessoais de crianças com menos de 13 anos.

As autoridades regulatórias dizem que estão iniciando "numerosas investigações não públicas" para determinar se as discrepâncias entre as revelações dos apps quanto à coleta de dados e as práticas que eles efetivamente adotam representam violação da lei.
O relatório é parte do trabalho da FTC para fortalecer as normas de proteção à privacidade das crianças on-line.
Nos últimos meses, porém, algumas companhias de mídia importantes, bem como associações de criadores de aplicativos e do setor publicitário, vêm pressionando a FTC a atenuar as atualizações que ela propõe para a Lei Coppa. O momento de divulgação do relatório sugere que a FTC pode estar tentando estabelecer as bases para proteção mais vigorosa à privacidade das crianças nas redes.

A agência espera atualizar as normas a fim de acompanhar os desdobramentos em apps móveis, reconhecimento de voz, reconhecimento facial e práticas abrangentes de coleta de dados por anunciantes. A agência propôs, por exemplo, uma lista mais longa de dados sobre crianças que requereriam consentimento paterno para coleta: fotos, gravações de voz e números de identificação exclusivos de aparelhos móveis que possam ser usados para rastrear crianças e compilar informações sobre elas em diversos aplicativos.

No relatório, as autoridades regulatórias afirmam que sua preocupação era a de que os anunciantes e empresas de coleta de dados usassem a informação obtida nos apps infantis para desenvolver perfis detalhados de crianças sem o conhecimento ou consentimento dos pais. Os defensores das crianças argumentam que perfis assim detalhados poderiam constituir risco de segurança --dando a desconhecidos a capacidade de localizar ou contatar uma criança--, bem como um risco de que a criança sofra discriminação ou influência indevida da parte dos anunciantes.

"A transmissão de informações sobre crianças a terceiros de forma invisível e sem o conhecimento dos pais causa preocupação", afirma o relatório. Por exemplo, pesquisadores da agência reportaram que 223 dos apps estudados transmitem dados a pelo menos uma de 30 redes de publicidade, companhias de análise de dados ou outras empresas externas --sem explicar por que essas organizações precisam recolher esses dados sobre as crianças. A transmissão de dados a essas empresas, afirma o relatório, ilustra o motivo para que "os pais precisem de informações claras e precisas sobre privacidade em um lugar específico e de fácil acesso".

Esse é o segundo estudo da FTC sobre o ecossistema dos apps infantis, neste ano. Um relatório divulgado em fevereiro revisava informações sobre coleta de dados às quais os pais tinham acesso fácil nas lojas de aplicativos ou nos sites das empresas criadoras de aplicativos, mas não envolveu teste comparativo entre as informações prestadas e as práticas concretas das empresas.

Desde então, autoridades regulatórias estaduais e federais fizeram diversos esforços para encorajar os criadores de apps e empresas de coleta de dados a adotar práticas mais transparentes. Kamala Harris, secretária da Justiça da Califórnia, por exemplo, assinou neste ano um acordo com diversas das principais plataformas de aplicativos para garantir que os apps oferecidos nelas apresentassem normas de privacidade. Ela também enviou, recentemente, cartas a cem empresas cujos aplicativos não se enquadravam às leis da Califórnia, que requer que postem suas normas de privacidade, informou Harris. Na semana passada, ela abriu processo contra a Delta Air Lines por não informar aos seus clientes que o app Fly Delta recolhe informações confidenciais tais como nome completo, telefone, endereço de e-mail, foto e localização do usuário.

A Administração Nacional das Telecomunicações e Informação, parte do Departamento do Comércio norte-americano, vem coordenando os esforços de grupos setoriais e de defesa do consumidor que estão tentando estabelecer um código de transparência para as práticas de coletas de dados dos apps móveis.

Mas o novo relatório da FCT concluiu que não houve grande melhora para o usuário.

"A despeito de muitos esforços de alta visibilidade para ampliar a transparência do mercado móvel, o progresso foi pequeno ou nulo", o relatório afirma. "O setor parece não ter feito grande progresso em melhorar sua transparência, desde o primeiro relatório sobre apps infantis, e a nova pesquisa confirma que dados continuam a ser revelados sem autorização em base frequente."

Os pesquisadores da agência reportaram que quase 60% dos apps infantis estufados transmitem o número de identidade do aparelho, em geral a uma rede publicitária ou outra companhia externa. Mas apenas 20% dos aplicativos revelam essas práticas. Um app mencionado no relatório "tem um sistema problemático de informação quanto a normas de privacidade", afirma o estudo, por afirmar que não compartilha dados com terceiros quando na verdade transmite o número de telefone, localização exata e identidade do aparelho a diversas redes publicitárias.

Talvez nem todos os pais estejam preocupados com publicidade, coleta de dados, compartilhamento em redes sociais ou a possibilidade de que aplicativos "gratuitos" permitam que seus filhos gastem centenas de dólares comprando produtos virtuais. Mesmo assim, afirma o relatório, os apps devem oferecer informações exatas sobre suas práticas para permitir que os pais decidam se autorizarão seus filhos a usá-los.

Tradução de Paulo Migliacci

Reproduzido de Folha UOL
10 dez 2012

domingo, 18 de novembro de 2012

TIC Kids Online Brasil 2012: 70% das crianças entre 9 e 16 anos têm perfil na web



70% das crianças entre 9 e 16 anos têm perfil na web

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta terça-feira (02/10/12) os resultados da primeira pesquisa TIC Kids Online Brasil. O objetivo é levantar dados sobre oportunidades online e uso seguro da internet. No total, foram entrevistadas 1.580 crianças e adolescentes entre 9 e 16 anos e o mesmo número de pais.

De acordo com o estudo, 70% dos entrevistados possuem perfil próprio em redes sociais. “Chama atenção o fato do uso das redes sociais no Brasil superar o uso na Europa entre crianças nessa faixa etária, onde o uso atinge 57%”, declara Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br.

Entre os que possuem perfil próprio nas redes sociais, 42% foram configurados para serem privados, onde apenas amigos podem visualizar as atualizações feitas pelo usuário. 31% permitem que amigos de seus amigos possam acompanhar seus perfis e 25% possuem perfis públicos, ou seja, qualquer pessoa pode visualizar todas as atualizações e postagens do usuário.

Percepção dos pais

Segundo a pesquisa, 37% dos pais e responsáveis acreditam que não é nada provável que seu filho passe por alguma situação de incômodo ou constrangimento na internet nos próximos seis meses. Além disso, 71% dos pais acham que os filhos usam a internet com segurança e 35% acreditam que eles são capazes de lidar com situações que os incomodem na internet.

Outro indicador da pesquisa mostra que 23% dos usuários entre 11 e 16 anos já tiveram contato na internet com alguém que não conheciam pessoalmente. Entre os que estabeleceram esse contato,25% declararam ter encontrado pessoalmente alguém que conheceu online. O CERT.br divulgou um volume em sua Cartilha de Segurança para Internet com dicas específicas em redes sociais. O material está disponível no endereço eletrônico cartilha.cert.br.

A pesquisa revela ainda que 47% das crianças e adolescentes entre 9 e 16 anos acessam a internet todos os dias ou quase todos os dias em diversos lugares: 42% ficam online na escola, 40% em casa e 35% na lan house. 18% dos entrevistados citaram o celular como ferramenta de acesso à internet.

Out 2012

Conheça e descarregue a pesquisa KIDS TIC ONLINE (site oficial da pesquisa) clicando aqui ou ali.

Foto: EBC/Arte Portal EBC

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Pesquisa: Brasil fica em 3º entre países que têm mais crianças com dispositivos móveis



Pesquisa: Brasil fica em 3º entre países que têm mais crianças com dispositivos móveis

Além da preocupação do acesso à internet via computadores, os pais agora têm de lidar com o conteúdo acessado pelos filhos também em dispositivos móveis. Em uma pesquisa realizada pela empresa de segurança F-Secure, cerca de 31% dos entrevistados brasileiros afirmaram que os filhos já possuem smartphones ou tablets. Esse índice deixa o Brasil em terceiro lugar entre os países com mais crianças com dispositivos móveis.

O país em primeiro lugar da lista é a Índia, com 53% de entrevistados com filhos conectados via dispositivos móveis, seguida dos Estados Unidos (37%). A Espanha divide o terceiro lugar com o Brasil, também com 31%.

A pesquisa, feita em 14 países com 6,4 mil usuários de internet banda larga, mostra ainda que no Japão os pais são mais rígidos quanto ao acesso das crianças de até 12 anos a smartphones e tablets. Apenas 9% dos entrevistados afirmaram que seus filhos possuíam dispositivos móveis com acesso à internet.

Já em relação ao acesso das crianças a conteúdo inadequado na internet, nove em cada dez brasileiros disseram estar muito preocupados com o tema. Outros países em que o índice de preocupação também é alto foram Alemanha (96%), Bélgica, Canadá e Finlândia (95%).

“É importante que os pais, mães e todos os familiares saibam educar as crianças sobre as ameaças que circulam na internet e esta conscientização deve acontecer desde os primeiros cliques. É fundamental os pais estarem seguros com relação ao que seus filhos acessam, pois um único clique pode redirecioná-la para um site com conteúdo nocivo”, alerta Ascold Szymanskyj, vice-presidente de vendas e operações da F-Secure na América Latina.

Reproduzido de UOL Tecnologia
11 set 2012

Leia também:

“Proibido para menores de 13 anos, Facebook é cheio de crianças; saiba como protegê-las” (09/03/2012) por Ana Carolina Prado, do UOL, em São Paulo, clicando aqui.

“Autodidatas da tecnologia, crianças ignoram bê-á-bá da segurança online” (02/08/10) por Ana Ikeda, Do UOL Tecnologia clicando aqui.

“Papel de controle no ambiente online cabe aos pais, alertam educadores” (02/08/10), por Ana Ikeda do UOL Tecnologias, clicando aqui.

sábado, 18 de agosto de 2012

Professor tem dificuldade no trabalho com diferentes mídias, aponta pesquisa



Professor tem dificuldade no trabalho com diferentes mídias, aponta pesquisa

Bruna Romão
Estadão/Agência USP de Notícias
15/08/2012

Elementos socioeconômicos dificultam uso de recursos audiovisuais no ensino

A interação entre diferentes linguagens e mídias é um importante fator para a formação crítica de alunos do ensino básico. Nas disciplinas de Literatura e Língua Portuguesa, por exemplo, adaptações cinematográficas de obras literárias podem ser instrumentos para levantar discussões e estimular o interesse pelos textos. Contudo, como indica estudo desenvolvido pela professora Eliana Nagamini, a combinação de uma série de elementos tanto estruturais, quanto socioeconômicos e individuais, tornam difícil para muitos docentes a utilização desses recursos audiovisuais no processo de ensino.

A pesquisa de Eliana englobou questionários e entrevistas com 91 professores de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio de sete escolas da rede estadual de ensino de São Paulo. O trabalho integrou a tese de doutorado Comunicação em diálogo com a literatura: mediações no contexto escolar, desenvolvida no Programa de Pós Graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

A análise das respostas dos docentes permitiu à pesquisadora identificar os diversos fatores, chamados mediações, que se combinam para modelar o ambiente educacional, interferindo na adoção das adaptações audiovisuais em sala de aula. São alguns fatores que dificultam o contato desse professor com as adaptações e a formação do professor preocupado com questões da mídia”, conta.

Mediações no ambiente educacional

Entre as primeiras circunstâncias identificadas, está a infraestrutura das escolas, deficiente em espaços para o trabalho com recursos audiovisuais, como salas de vídeo, dificultando a frequência na integração entre as mídias em classe. Outro fator determinante é o próprio funcionamento das escolas: a grade horária muitas vezes impede a apresentação de uma obra cinematográfica por inteira e a análise aprofundada das duas formas de discurso. Eliana Nagamini resume: “Há uma abertura nas diretrizes de ensino para o trabalho com adaptações e outros discursos, mas esbarra no cotidiano mais miúdo da sala de aula, que nem sempre permite que o professor faça o trabalho mais adequado”.

Há também mediações em função do próprio contexto socioeconômico dos professores. Elian cita a longa jornada de trabalho de muitos docentes, o que impede maior dedicação à preparação de aulas que proponham o diálogo entre literatura e cinema. Outra lacuna, de acordo com ela, estaria também na própria formação do professor no Brasil. “Poucos cursos de licenciatura sistematizam a discussão sobre a mídia”, relata. A continuidade da formação, por sua vez, também sofre interferência da ‘falta de tempo’ do profissional.

Todas essas mediações não apenas impedem a utilização de produtos cinematográficos em sala de aula, mas permeiam e limitam alguns trabalhos existentes. Predominantemente, explica Eliana Nagamini, o uso das adaptações se dá por forma de fragmentos ilustrativos, existindo grande preocupação com a fidelidade.

Diálogo com o mundo exterior

Com o devido espaço e desenvolvimento, ações educacionais envolvendo uma obra literária e sua adaptação poderiam ir além da simples ilustração e identificação de pontos coincidentes. Para Eliana, o grande potencial deste tipo de atividade para a educação estaria na exploração dos desvios. “A adaptação é interessante porque são linguagens e processos de produção e recepção diferentes. Quando a obra cinematográfica opera os desvios, ali é que está a sua riqueza”, diz.

Isto, ela relata, além de promover o interesse do estudante pela obra escrita, contribuiria ainda mais para sua formação crítica, ao discutir na escola elementos e textos com os quais os alunos tem contato no mundo exterior: “A escola precisa se abrir e dialogar com o mundo de fora”. Mas para que isso ocorra, ela ressalta, o mundo de fora também precisa repensar a escola, para que se superem as dificuldades no ensino e novas ações e projetos educacionais sejam possíveis.

14 ago 2012
Via clipping FNDC

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Brasília: Seminário Internacional debate uso de Tecnologias na Educação


Seminário Internacional debate uso de Tecnologias na Educação

Representantes do setor educacional de nove países da América Latina estarão reunidos até a próxima sexta-feira, 15, em Brasília, durante o Seminário Latino-Americano de Disseminação de Conteúdos Digitais, que discutirá a presença e implantação das tecnologias digitais nas escolas do continente.

Participaram da abertura do evento, na tarde desta quarta-feira, 13, representantes dos Ministérios da Educação do Brasil, Colômbia, Equador, Uruguai, Peru, El Salvador, Guatemala e Paraguai, além de entidades voltadas para a formação de professores e difusão de políticas públicas educacionais, como a Fundação SM, da Espanha, e a Fundação Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP) de Buenos Aires, respectivamente.

De acordo com a diretora de formulação de conteúdos educacionais do MEC, Mônica Franco, o evento deve resultar em um novo modelo de referências nos países envolvidos para o uso de tecnologias nas escolas. “As referências na América Latina costumam ser de países de outros continentes, e com a troca de experiências neste evento procuramos mudar isto”, disse. Em sua apresentação a gestora descreveu o cenário atual da educação brasileira.

Para Gustavo Iaies, Diretor do Centro de Estudos de Políticas Públicas, não se pode provocar uma ruptura no sistema de ensino existente ao incentivar o uso de novas tecnologias. “Quando pensamos em novos instrumentos, pensamos em melhorar a estrutura existente nas salas de aula. Não podemos desmontar a escola que temos hoje”, afirma. Ele também ressalta que se deve pensar na comunidade na preparação para o uso das tecnologias no ambiente escolar e que há muito por ser feito no entorno, além de preparar os professores, ao instituir uma política pública neste sentido.

Debate – O primeiro dia de reunião contou ainda com um debate a respeito do uso de conteúdos digitais na aprendizagem. Em sua explanação, a conferencista e consultora do CEPP, Elena García, lembrou que existem diversos pontos a serem levados em consideração quando se propõe o uso de conteúdos digitais nas escolas. ”Quando falamos em tecnologia da informação temos de pensar a qual geração nos referimos”, afirmou, ao descrever a evolução dos instrumentos tecnológicos na aprendizagem durante as últimas décadas.

No debate, em que foram apresentados exemplos de atividades que podem ser desenvolvidas online, também foi ressaltado que, além de incluir as novas tecnologias nas salas de aula, deve-se atentar para a sua correta utilização, para que sejam melhor aproveitadas. “Com isso quero mostrar que um conteúdo pode ou não ser educacional”, destacou.

Ao longo dos próximos dois dias os países participantes apresentarão suas políticas para implantar e disseminar o uso de tecnologias digitais no aprendizado dos alunos, além dos problemas e abordagens comuns em torno desta política no continente.

Assessoria de Comunicação do MEC

Reproduzido de Portal MEC
13 jun 2012
Prefeitura Municipal de Florianópolis

Foto: Para a diretora de conteúdos educacionais do MEC, Mônica Franco, as referências para a educação na América Latina devem ser do próprio continente.
Foto por Fabiana Carvalho.

Leia também:

“Para conferencista, tecnologia deve ser adaptada à Educação” no Portal do MEC (14/06/2012), clicando aqui.

domingo, 25 de março de 2012

Indústria da tecnologia: a controladora do futuro das notícias...


The State of the News Media 2012: A indústria da notícia vem perdendo terreno para a de tecnologia

Priscila Duarte

Embora o crescimento na utilização de dispositivos e de novas plataformas estimule o consumo de notícias devido à facilidade de acesso, a indústria da tecnologia é que vem ganhando terreno, sendo agora considerada a controladora do futuro das notícias. Essa é uma das conclusões da 9ª edição da pesquisa anual 'The State of the News Media 2012', realizada pelo Pew Research Center's Project for Excellence in Journalism (PEJ), que tem como proposta analisar o estado do jornalismo norte-americano.

O estudo desse ano contém pesquisas em que foram examinados como os consumidores de notícias utilizam as mídias sociais, e como os dispositivos móveis podem mudar o 'negócio da notícia', além de uma atualização sobre as rápidas mudanças sofridas no campo do jornalismo comunitário.

Mais de um quarto dos americanos (27%) recebem notícias em dispositivos móveis e, para a grande maioria, isso se reflete em um aumento no consumo de material jornalístico. Segundo o relatório, embora a tecnologia venha a se somar ao apelo das notícias tradicionais, são os intermediários da indústria tecnológica que vêm ganhando espaço.

Em 2011, cinco gigantes da tecnologia geraram 68% de toda a receita publicitária digital, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado eMarketer - que não inclui na estatística os números da Amazon e da Apple, pois seus lucros têm origem a partir de dispositivos e downloads. De acordo com a mesma fonte, em 2015, aproximadamente 1 em cada 5 dólares de anúncios de exibição (display ads) está previsto para ser investido no Facebook.

Para Tom Rosenstiel, diretor da PEJ, a análise do relatório sugere que a notícia está se tornando uma parte mais importante e penetrante da vida das pessoas. "Mas ainda não está claro quem irá se beneficiar economicamente desse crescente apetite por novidades", questiona.

As plataformas de mídias sociais, entretanto, cresceram substancialmente no último ano, mas continuam a desempenhar um papel limitado no consumo diário de notícias. Apenas um terço dos consumidores de notícias leem matérias pelo Facebook; no Twitter, a proporção cai para menos de um sexto.

O relatório, que traz uma análise abrangente das tendências mais importantes no campo da notícia com base no ano de 2011, inclui capítulos detalhados sobre oito grandes áreas de mídia: digital, jornais, notícias a cabo, rede de TV, notícias de televisão local, áudio, revistas e meios de comunicação étnicos. Seguem algumas das conclusões:

- Os norte-americanos são muito mais propensos a acessar notícia digital indo diretamente para o site de uma organização jornalística ou aplicativo do que seguir links de mídias sociais, contabilizando 36% dos entrevistados. Apenas 9% dos adultos americanos dizem seguir as sugestões de notícias do Facebook ou Twitter.

- Ainda assim, as mídias sociais são consideradas um canal cada vez mais importante para as notícias, de acordo com dados de tráfego. Segundo a análise de dados da Hitwise, 9% do tráfego para sites de notícias agora vêm do Facebook, Twitter e pequenos sites de mídia social. A porcentagem vinda das ferramentas de busca, entretanto, caiu de 23% em 2009 para 21% em 2011.

- Usuários do Facebook (70%) seguem os links de notícias compartilhadas por familiares e amigos, já os do Twitter seguem links de uma variedade de fontes. Apenas 13% dizem que a maioria dos links acessados vêm de empresas de comunicação.

No Twitter, no entanto, a mistura é mais uniforme: 36% dizem que a maioria dos links que acessam vem de amigos e familiares, 27% dizem que a maior parte dos links vem de organizações de notícias, e 18% que a maioria dos links de notícias lidos chegam por meio de entidades e instituições. E mais: a maioria das notícias recebidas por essas redes poderia ter sido vista em outro lugar sem essa plataforma.

- Os setores de mídia tiveram um crescimento de sua audiência em 2011, com exceção das publicações impressas. Os sites de notícias registraram o maior aumento de audiência do ano: 17%. Outra área de destaque foi a dos telejornais que, em 2011, apresentaram um aumento no número de telespectadores atribuído aos acontecimentos negativos no exterior. Os jornais impressos, por sua vez, se destacaram por seu declínio contínuo, com uma redução de 5% quando comparado ao ano anterior. As revistas ficaram estáveis.

- Apesar dos ganhos de audiência, apenas as notícias via web e via cabo registraram um crescimento de receita publicitária em 2011. A publicidade on-line teve um crescimento de 23%, já os anúncios de TV a cabo 9%. A maioria dos setores da mídia, no entanto, viu o declínio das receitas de anúncios - as redes de TV caíram 3,7%; publicidade em revista, 5,6%; notícias locais, 6,7%, e os jornais impressos, 7,6%.

- Cerca de 100 jornais são esperados nos próximos meses para se juntar aos 150 periódicos que já migraram para algum tipo de modelo de assinatura digital. Em parte, os jornais estão fazendo este movimento depois de testemunhar o sucesso do 'The New York Times', que agora tem cerca de 390 mil assinantes on-line. O movimento também é impulsionado por quedas drásticas em receita publicitária. A indústria do jornal - circulação e publicidade combinados - encolheu 43% desde 2000. No geral, em 2011, os jornais perderam em receita publicitária cerca de US$ 10 para cada US$ 1 ganho on-line.

- O emergente panorama de sites de notícias comunitárias está chegando a um novo nível de maturidade e enfrentando novos desafios. NewWest.net e Chicago News Cooperative estão entre os importantes sites de notícias de comunidades que deixaram de ter publicação no papel. O modelo de sucesso, sintetizado pela Texas Tribune e pelo MinnPost, foi diversificar as fontes de financiamento e gastar mais recursos em negócios, não apenas com jornalismo.

- A privacidade é um assunto que está se tornando um problema maior para os consumidores, criando pressões conflitantes sobre as organizações noticiosas. Cerca de dois terços dos usuários de internet se sentem inquietos com a publicidade segmentada e com as ferramentas de busca que rastreiam comportamentos na web. Os consumidores, entretanto, dependem cada vez mais dos serviços prestados pelas empresas que agregam esses dados. As organizações de notícias estão bem no meio disso e, para sobreviver, precisam encontrar maneiras de fazer sua publicidade digital mais eficaz e lucrativa. No entanto, também devem se preocupar em não violar a confiança do público a fim de proteger seus ativos mais fortes: suas marcas.

Reproduzido de Nós da Comunicação
20 mar 2012

Via Cristiane Parente .  Mídia e Educação

domingo, 13 de novembro de 2011

Ignacio Ramonet: "o jornalismo tradicional está se desintegrando completamente"


O cidadão vive numa sensação de insegurança informativa

“O homem moderno está em perigo de se tornar um completo ignorante da informação", disse Ignacio Ramonet, especialista em mídia, em seu novo livro “A explosão do jornalismo (Edições Galilée, Paris, 2011). O desenvolvimento da Internet, que ameaça a “imprensa do papel (escrita)”, pode também marcar o surgimento de uma democracia renovada, transparência e fluidez a corroer todas as dominações.

"Le citoyen vit dans un sentiment d'insécurité informationnelle"

"L'homme contemporain court le risque de devenir un ignorant bourré d'information", explique Ignacio Ramonet, spécialiste des médias, dans son nouveau livre L'Explosion du journalisme (Éditions Galilée, Paris, 2011). Le développement d'Internet, s'il menace la presse papier, pourrait aussi marquer l'essor d'une démocratie renouvelée dans laquelle transparence et fluidité éroderaient toutes les dominations.

Entretien réalisé par Frédéric Durand (L'Humanité, Paris)

Vous dites que “le journalisme traditionnel se désintègre complètement”.

Ignacio Ramonet. Oui, parce qu'il est attaqué de toutes parts. D'abord il y a l'impact d'Internet. Il est clair qu'Internet, en créant un continent médiatique inédit, a produit un journalisme nouveau (blogs, pure players, leaks.) directement en concurrence avec le journalisme traditionnel. Ensuite, il y a ce qu'on pourrait appeler la « crise habituelle » du journalisme, qui préexistait à la situation actuelle, c'est-à-dire la perte de crédibilité, directement liée à l'accélération générale des médias ; la consanguinité entre un certain nombre de journalistes et d'hommes politiques. Le tout suscitant une méfiance générale du public. Enfin, il y a la crise économique qui provoque une chute très importante de la publicité, principale source de financement des médias privés. Ce qui entraîne de lourdes difficultés de fonctionnement pour les rédactions.

Vous évoquez une perte de crédibilité, pourquoi?

Ignacio Ramonet. La perte de crédibilité des grands médias s'est accentuée ces deux dernières décennies essentiellement comme conséquence de l'accélération du fonctionnement médiatique. La presse n'a jamais été parfaite, faire du bon journalisme a toujours été un combat. Mais depuis le milieu des années 1980, nous avons assisté à deux substitutions. D'abord, l'information en continu à la télévision, plus rapide, a pris le pas sur l'information délivrée par la presse écrite. Cela a abouti à une concurrence plus vive entre médias, une course de vitesse qui laisse de moins en moins le temps de vérifier les informations. Ensuite, à partir du milieu des années 1990 avec le développement d'Internet, et depuis deux ou trois ans avec l'irruption de « néojournalistes », ces témoins-observateurs d'événements (sociaux, politiques, météorologiques, faits divers. ) qui sont une nouvelle source d'information extrêmement sollicitée par les médias eux-mêmes.

Malgré ces pratiques de proximité, le public semble avant tout justifier sa défiance à l'égard de la presse par la promiscuité entre le pouvoir et les journalistes.

Ignacio Ramonet. Pour la plupart des citoyens, le journalisme se résume à quelques journalistes : ceux que l'on voit toujours et partout. Une vingtaine de personnalités connues, qui vivent un peu « hors sol », qui passent beaucoup de temps « embedded » avec les hommes politiques, et qui sont globalement fort conciliants avec eux. Bref, il s'est ainsi constituée une sorte de noblesse du quant à soi, leaders politiques et journalistes célèbres vivent et se marient même entre eux, c'est une nouvelle aristocratie. Mais ce n'est pas du tout la réalité du journalisme. La caractéristique principale de ce métier, aujourd'hui, c'est avant tout : la précarisation. La plupart des jeunes journalistes sont exploités, très mal payés ; ils travaillent à la pige, à la tâche, dans des conditions préindustrielles. Plus de 80 % des journalistes ont de petits salaires, toute la profession vit sous la menace de licenciements. Donc, à tous égards, la vingtaine de journalistes célèbres n'est pas représentative et masque la misère sociale du journalisme français. Et cela n'a pas changé avec Internet, cela s'est même aggravé. Dans les sites d'information en ligne créés par la plupart des médias, les conditions de travail sont encore pires. Est ainsi apparue une nouvelle sorte de journalistes exploités : les forçats de l'info, les pigistes d'abattage, les OS du Web, les galériens du clavier. Ce qui peut les consoler c'est que, peut-être, l'avenir leur appartient.

Dans ces conditions le journalisme peut-il encore se prévaloir du titre de quatrième pouvoir, agit-il encore comme un contre pouvoir?

Ignacio Ramonet. On assiste à une extraordinaire concentration des médias. Si on observe la structure de la propriété de la presse nationale française, on constate qu'elle est entre les mains d'un très petit nombre de groupes. Une poignée d'oligarques - Lagardère, Pinault, Arnault, Dassault. -, est devenue propriétaire des grands médias français. Des médias qui expriment de moins en moins une pluralité mais sont soupçonnés de protéger les intérêts des grands groupes financiers et industriels auxquels ils appartiennent. En ce sens il y a crise du « quatrième pouvoir ». Sa mission historique, qui consiste à créer une opinion publique disposant d'un sens critique et susceptible de participer activement au débat démocratique, n'est plus garantie. Aujourd'hui, les médias cherchent, au contraire, à domestiquer la société pour éviter toute remise en cause du modèle dominant. Les grands médias ont créé un consensus autour d'un certain nombre d'idées (la mondialisation, la construction européenne, le nucléaire, le libre-échange.) considérées comme étant « bonnes pour tout le monde » et qui ne peuvent être contestées. Si vous les contestez, vous quittez ce qu'Alain Minc appelle le « cercle de la raison ». Vous êtes donc dans la déraison.

Vous appelez de vos voux un cinquième pouvoir.

Ignacio Ramonet. Oui, si l'on fait le constat que le « quatrième pouvoir » ne fonctionne pas, cela pose un grave problème à la démocratie. Car il n'est pas imaginable de concevoir une démocratie sans véritable contre-pouvoir de l'opinion publique. L'une des spécificités d'une démocratie réside dans cette tension permanente entre le pouvoir et son respectif contre-pouvoir. C'est ce qui fait la versatilité, l'adaptabilité et la réalité de ce système. Le gouvernement a une opposition, le patronat a les syndicats. Mais les médias n'ont pas - et ne veulent pas avoir ! - de contre-pouvoir. Or il y a une forte demande sociale d'informations sur l'information. Beaucoup d'associations, comme l'Acrimed, par exemple, passent déjà au crible de la véracité, le fonctionnement des médias. Les gens veulent savoir comment fonctionne la manipulation médiatique. Pour mieux s'en défendre. C'est ainsi qu'aujourd'hui nos sociétés démocratiques construisent, dans le tâtonnement bien entendu, un « cinquième pouvoir ». Le plus difficile étant de faire admettre aux médias dominants que ce « cinquième pouvoir » puisse exister et qu'ils lui donnent la parole.

Vous faites dans votre ouvrage un constat alarmant sur l'avenir de la presse écrite en général, qu'en est-il de la presse d'opinion?

Ignacio Ramonet. Les journaux les plus menacés sont, selon moi, ceux qui reproduisent toutes les informations générales et dont la ligne éditoriale se dilue totalement. Si pour le citoyen il est important que toutes les opinions s'expriment, cela ne veut pas dire que chaque média, en son sein, soit obligé de reproduire toutes ces opinions. En ce sens, la presse d'opinion, non pas une presse idéologique qui se ferait le relais d'une organisation politique, mais une presse d'opinion capable de défendre une ligne éditoriale définie par sa rédaction, est nécessaire. Dans la mesure où, pour tenter de combattre la crise de la presse, des journaux ont décidé de mettre sur le même plan, dans leurs colonnes, toutes les thèses politiques, de l'extrême gauche à l'extrême droite, au prétexte que tout se vaut, de nombreux lecteurs ont cessé d'acheter ces journaux. Parce que l'une des fonctions d'un journal, en plus de fournir des informations, est de conférer une « identité politique » à son lecteur. Or désormais, « leur » journal ne dit plus, aux lecteurs, qui ils sont. Au contraire, ils troublent son identité politique et l'égarent. Ils achètent, mettons, Libération et y lisent, par exemple, un entretien avec Marine Le Pen. Pourquoi pas ? Mais ils peuvent y découvrir qu'ils ont peut-être quelques idées en commun avec le Front national. Et nul ne les rassure. Et cela les inquiète. Un tel brouillage de ligne a confondu de nombreux lecteurs. D'autant qu'aujourd'hui le flot d'informations qui circule sur Internet peut leur permettre de se faire leur propre opinion. En pleine crise des médias, le succès de l'hebdomadaire allemand Die Ziet est significatif. Il a choisi d'aller à l'encontre des idées et des informations dominantes, avec des articles de fond, longs, parfois ardus. Et il voit ses ventes s'accroître. Au moment où toute la presse fait la même chose : des articles de plus en plus courts, avec un vocabulaire d'à peine 200 mots. Die Ziet a choisi une ligne éditoriale claire et distincte, et se souvient par ailleurs que le journalisme est un genre littéraire.

S'agissant de cette hyperabondance d'informations, d'Internet et de ses réseaux sociaux, vous évoquez tour à tour sagesse collective et abrutissement collectif?

Ignacio Ramonet. Jamais dans l'histoire des médias on a vu les citoyens contribuer autant à l'information. Aujourd'hui, si vous mettez une information en ligne, elle peut être contredite, complétée, discutée par tout un essaim d'internautes, qui, sur beaucoup de sujets, seront au moins aussi qualifiés, voire plus, que le journaliste auteur de l'article. Donc on assiste à un enrichissement de l'information grâce à ces « néojournalistes », ceux que j'appelle les « amateurs-professionnels ». Rappelons que nous sommes dans une société qui n'a jamais produit autant de diplômés de l'enseignement supérieur, le journalisme s'adresse donc aujourd'hui à un public, qui par segments, bien sûr, très éduqué. Par ailleurs, les dictatures qui veulent contrôler l'information n'y parviennent plus, on l'a vu en Tunisie, en Égypte et ailleurs. Souvenons-nous que l'apparition de l'imprimerie, en 1440, n'a pas uniquement transformé l'histoire du livre, elle a bouleversé l'histoire et le fonctionnement des sociétés. De même, le développement d'Internet n'est pas qu'une rupture dans le champ médiatique, il modifie les rapports sociaux. Il crée un nouvel écosystème qui produit parallèlement une extinction massive de certains médias, en particulier de la presse écrite payante. Aux États-Unis quelque 120 journaux ont déjà disparu. Cela veut-il dire que la presse écrite va disparaître ? La réponse est non, l'histoire montre que les médias s'empilent, ils ne disparaissent pas. Cependant, peu de journaux vont résister. Survivront ceux qui auront une ligne claire, qui proposeront des analyses fouillées, sérieuses, originales, bien écrites. Mais le contexte d'hyperabondance d'informations a également pour effet de désorienter le citoyen. Il n'arrive plus à distinguer ce qui est important et ce qui ne l'est pas. Qu'est-ce qui est vrai, qu'est-ce qui est faux ? Il vit dans un sentiment permanent d'insécurité informationnelle. De plus en plus, les gens vont donc se mettre rechercher des informations de référence.

Comment assurer un avenir à l'information et à ceux qui la font alors que celle-ci est désormais accessible gratuitement?

Ignacio Ramonet. S'il est incontestable que c'est la presse en ligne qui va dominer l'information dans les années à venir, reste évidemment à trouver un modèle économique viable. Pour l'instant, la culture dominante d'Internet est effectivement la gratuité. Mais nous sommes, au moment actuel, entre deux modèles, et aucun des deux ne fonctionne. L'information traditionnelle (radio, télévision, presse écrite) est de moins en moins rentable, et le modèle de l'information en ligne ne l'est pas encore, à de très rares exceptions près.

Au fond, ces nouveaux espaces médiatiques ont-ils une chance de modifier les rapports de domination qui prévalent aujourd'hui au sein même de la société?

Ignacio Ramonet. J'ai consacré, dans mon ouvrage, un chapitre important à WikiLeaks (site Internet qui donne audience aux « fuites d'informations » - NDRL). C'est le domaine de la transparence. Dans nos sociétés contemporaines, démocratiques, ouvertes, il sera de plus en plus difficile, pour le pouvoir, d'avoir une double politique : l'une vis-à-vis de l'extérieur, et l'autre plus opaque, plus secrète, à usage interne, où le droit et les lois peuvent être transgressés. WikiLeaks a fait la démonstration que les médias traditionnels ne fonctionnaient plus et n'assumaient plus leur rôle. C'est dans la niche de leurs carences que WikiLeaks a pu pousser et se développer. Ce site a aussi dévoilé que la plupart des États avaient un côté obscur, caché. Mais le grand scandale, c'est qu'après les révélations de WikiLeaks, il ne se soit rien passé ! Par exemple, WikiLeaks a révélé que, à l'époque de la guerre d'Irak, un certain nombre de dirigeants socialistes français allaient faire allégeance à l'ambassade des États-Unis à Paris pour expliquer aux Américains que s'ils avaient été au pouvoir, ils auraient engagé la France dans cette guerre. Et cela n'a pas fait de vague. Alors que c'était presque de la haute trahison.

Cette évolution vers plus transparence peut-elle alors avoir des effets concrets?

Ignacio Ramonet. Elle va nécessairement jouer sur les privilèges des élites et les rapports de domination. Si les médias peuvent jusqu'ici s'attaquer au pouvoir politique, c'est parce que le politique a perdu beaucoup de son pouvoir au profit des sphères financières. C'est sans doute dans l'ombre de la finance, des traders, des fonds de pension. que s'établit aujourd'hui le véritable pouvoir. Or ce pouvoir demeure préservé parce qu'il est opaque. Il est significatif que la prochaine grande révélation de WikiLeaks concerne justement le secret bancaire ! Il est possible aujourd'hui, grâce aux nouveaux systèmes médiatiques, de s'attaquer à ces espaces occultes. Ce pouvoir est comme celui des vampires, la lumière le dissout, le réduit en poussière. On peut espérer que, grâce aux nouveaux médias numériques, ce sera au tour du pouvoir économique et financier d'être désormais interrogé et dévoilé.

Entretien réalisé par Frédéric Durand

l'Humanité des débats. L'entretien
Médias - le 8 Avril 2011

L'Explosion du journalisme
Ignacio Ramonet

Dans un ouvrage court et percutant, Ignacio Ramonet, décrypte les bouleversements de l'écosystème médiatique. L'avenir de la presse papier, le métier de journaliste, le développement des réseaux sociaux, Twitter et Facebook, des « dispositifs légers“ comme les blogs, des sites de “fuites“ tel WikiLeaks, tout y est analysé des potentialités comme des effets pervers du passage des médias de masse à la masse des médias. L'hyper concentration des médias traditionnels détenus par quelques oligarques ne permettant plus aux médias d'assurer leur rôle de quatrième pouvoir, contre pouvoir indispensable à la démocratie, l'auteur devine et appelle de ses voux un cinquième pouvoir capable d'exercer sa critique sur les médias eux-mêmes. Apte à promouvoir une “sagesse collective“ autant qu'à déclencher un “abrutissement collectif“, l'irruption d'un nouveau système informationnel pourrait non seulement transformer le champ médiatique mais la société elle-même jusque dans ses rapports de dominations. Le journalisme traditionnel se « retrouve un peu comme Gulliver à son arrivée dans l'île des Lilliputiens, ligoté par des milliers de liens minuscules“.

L'explosion du journalisme. Des médias de masse à la masse de médias. Edition Galilée. 2011. 154 pages. 18 euros

13 nov 2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sistema público de comunicação deve liderar a produção de conteúdo para as novas tecnologias


Mídias sociais devem liderar produção de conteúdo

Aparelhos celulares são vistos como grande potencial de conteúdo

Sistema público de comunicação deve liderar a produção de conteúdo para as novas tecnologias, como o celular, a avaliação é dos especialistas em mídias públicas, que participaram hoje (1º) dos debates no último dia do Seminário Internacional de Mídias Públicas: Desafios para o Século 21, realizado na sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em Brasília.

"A televisão pública deve estar na vanguarda, sobretudo, na construção de conteúdo para o século 21. Esse conteúdo é de multiplataforma, interativo. Os modelos são voltados para os modelos de consumo. Deve haver um diálogo moderno com a produção e programação", disse o jornalista Nelson Hoineff, presidente do Instituto de Estudos de Televisão. Segundo ele, os conteúdos devem ser gerados pelo próprio usuário. "A televisão pública é que percebe e interpreta a sociedade. Está à frente das amarras comerciais", completou.

A colombiana Adelaida Trujillo, diretora das organizações gestoras do Compromisso Nacional por uma TV de Qualidade para a Infância (clique aqui também) na Colômbia, e a especialista em convergência de meios públicos pela Universidade de Palermo, Florencia Ripani, disseram que em muitos casos, para inovar, as mídias públicas precisam contornar as barreiras da burocracia governamental.

O Seminário Internacional de Mídias Públicas: Desafios para o Século 21 foi organizado pela EBC em conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Redação . Midia News
02/07/2011

Reproduzido do Clipping FNDC

Grifos de Filosomídia


Veja também: CNTV Colombia

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O jornalismo diante das novas mídias


"Durante séculos, a imprensa orgulhou-se de ser insubstituível. Era o motor, o maestro e o filtro da sociedade. Elegia e derrubava presidentes, ditava moda e construía mitos. A partir de meados da década de 1990, com a popularização da internet, a irrevogável evolução tecnológica universalizou o conhecimento. Nasceram os sites de busca, os blogs e as mídias sociais.

Profetas vaticinaram: livros e jornais impressos estão destinados a desaparecer porque o futuro é digital. Cidadãos comuns converteram-se em emissores de notícia, com textos curtos e fragmentados. Twitter, Facebook e Orkut se apresentaram como novas fontes de informação quebrando as barreiras entre a notícia e a sociedade. E até os jornalistas passaram a usar essas ferramentas como matéria-prima para reportagens e artigos.

Na semana passada, uma nova farsa do mundo virtual veio à tona: uma jovem lésbica síria que mantinha um blog com fortes críticas ao governo do presidente Bashar Al-Assad era, na verdade, um estudante de pós-graduação americano que vive na Escócia. Pouco antes de revelar a mentira, o estudante chegou a inventar que a autora do blog “Garota gay em Damasco” havia sido sequestrada a mando do governo. No início de junho, uma outra face do uso das mídias sociais entrou em pauta. O jornalista Bill Keller, que ocupou durante oito anos o cargo de editor executivo do jornal The New York Times, publicou um artigo criticando o uso indiscriminado da tecnologia nas relações pessoais. O Observatório da Imprensa exibido ao vivo na terça-feira (21/6) pela TV Brasil discutiu o impacto das novas mídias na sociedade e no trabalho da imprensa.

Para discutir o tema, Alberto Dines recebeu no estúdio do Rio de Janeiro o jornalista e escritor Muniz Sodré. Mestre em Sociologia da Informação e Comunicação e doutor em Letras, Sodré é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e foi presidente da Fundação Biblioteca Nacional. É autor de mais de 30 livros na área de Comunicação. Em São Paulo, o programa contou com a presença do jornalista Caio Tulio Costa, que foi o primeiro ombudsman da imprensa brasileira. Caio Túlio trabalhou na Folha de S.Paulo durante 21 anos. Foi um dos fundadores do UOL, do qual foi diretor geral até 2002. Ex-presidente do iG, atualmente é consultor de mídias digitais e professor de Ética Jornalística.

Informação superficial

Em editorial, Dines criticou a preferência da sociedade pela velocidade em detrimento da profundidade. “A contribuição mais forte para o fim dos jornais começou a ser oferecida pelos próprios jornais, quando anunciaram formalmente o seu próximo fim. O episódio mais recente deste suicídio coletivo aconteceu há poucos dias quando o Guardian, um dos jornais mais importantes e bem sucedidos da Inglaterra, anunciou que passaria a investir maciçamente na sua versão digital, que absorveria o noticiário quente. A versão impressa ficaria com as análises, opiniões e a contextualização do que seria veiculado pela internet”, comentou Dines.

Antes do debate no estúdio, a reportagem produzida pelo programa mostrou a opinião da jornalista Míriam Leitão, que atua tanto na imprensa convencional como nas novas plataformas. Para Míriam, o jornalista precisa ter consciência de que a informação veiculada por profissionais de imprensa nas redes sociais tem um peso maior do que as demais notícias que circulam no mundo virtual: “A estrada existe para todo o mundo, mas nós somos os profissionais do volante nesta estrada”.

Amante dos livros em formato tradicional e da palavra impressa, a jornalista explicou que vê com bons olhos a criação de novas plataformas, mas que torce para que as bibliotecas continuem a ter espaço nas casas. “Digamos que acabe este livro, esta idéia que foi inventada por Gutenberg, e que os livros sejam só eletrônicos daqui em diante. O livro é sempre a alma, a ideia, e isso vai continuar para sempre”, avaliou.

O que é real?

A coordenadora de Jornalismo da UFRJ Cristiane Costa contou que, durante a Guerra do Golfo (1990-1991), o perfil de um conceituado blogueiro chamou a atenção da opinião pública. Sob o pseudônimo de Salam Pax,o internauta abastecia seu diário virtual com informações de dentro de Bagdá, conflagrada pelos bombardeiros, enquanto os jornalistas das mídias tradicionais se limitavam a acompanhar as tropas aliadas. Apesar de as informações do blog “Where is Raed?” serem verdadeiras, a opinião pública desconfiou da existência do blogueiro porque parecia irreal que um arquiteto, gay e junkie morasse em Bagdá.

Na era das novas tecnologias, o diferencial, na avaliação do jornalista Arnaldo Cesar, é a qualidade da informação, independente plataforma em que é publicada. “Para você ter conteúdo de qualidade, tem que ter boas fontes de informação e a informação tem que ser checada e rechecada antes de ser impressa ou publicada. Eu acho que o New York Times e os jornais no mundo todo ficaram meio perdidos em relação a isso e hoje já começam a encontrar um caminho”, disse o jornalista. Leão Serva, que foi diretor de Jornalismo do iG e hoje é diretor de Redação do Diário de S.Paulo, comparou as informações que circulam nas redes sociais às cartas anônimas. Nas duas situações é necessário checar a fonte, apurar e ouvir o outro lado da questão. “Eu acho que esses mesmos cuidados são necessários, embora em uma versão digital”, disse Serva.

Convivência pacífica

As novas tecnologias não se sobrepõem aos meios tradicionais, na avaliação de Luiz Garcia, articulista do jornal O Globo: “A imprensa sempre sobreviveu aos novos meios de comunicação. A quantidade de informações que são passadas à opinião pública é sempre muito grande, mas cada um tem a capacidade de escolher e selecionar o que acha melhor. Não creio que algum tipo de mídia diferente, novo, que pode fazer muito sucesso inclusive pelo fato de ser novo, pode afetar as características próprias das mídias mais antigas”.

De Nova York, o correspondente Lucas Mendes comentou a atuação de Bill Keller no NYTimes. “Foi sob o comando dele que o jornal decidiu cobrar pelo acesso online para compensar a brutal queda no faturamento da publicidade. ‘Sem uma nova receita, o fim do Times é inevitável’ – quem diz é o próprio editor-executivo”, contou o jornalista.

No debate ao vivo, Dines perguntou a Caio Túlio Costa se, quando assumiu a direção do UOL, imaginava o rápido desenvolvimento tecnológico que se seguiria, a ponto de ser decretado o fim do jornalismo impresso. “Quando a gente criou o UOL, não tínhamos a noção exata do que estávamos fazendo”, contou Caio Túlio. A ideia, segundo ele, era tentar reproduzir no Brasil o sucesso das grandes provedoras daquele momento, como AOL e a Compuserve. Intuitivamente, a equipe já tinha em mente que para a iniciativa ser bem sucedida era preciso um grande número de pessoas conectadas ao site para garantir o faturamento. Os assinantes e a publicidade deveriam sustentar o provedor.

Verdades e mentiras

Caio Túlio relembrou casos amplamente divulgados em que a mentira estava presente na mídia tradicional, como o do ex-repórter do NYTimes Jayson Blair, que admitiu publicamente, em 2003, que plagiava textos e inventava informações em suas matérias. “Isso faz parte do jogo e evidentemente, o jogo está muito maior agora, com muito mais alcance, com quase uma impossibilidade de controle. E nós, que somos formados nessa mídia tradicional, somos loucos para controlar. Acho que a questão que se coloca é essa: esse controle ficou muito mais difícil e muito mais complexo”, avaliou o jornalista.

O fator humano acaba fazendo com que situações como essas ocorram em qualquer plataforma. “Nós, enquanto jornalistas, trabalhando tecnicamente a informação e agora tendo a concorrência de pessoas, cidadãos – bem intencionados e mal intencionados – de instituições e de empresas, continuamos enfrentando os mesmos problemas de sempre”, sublinhou Caio Túlio.

Para Muniz Sodré, a tecnologia é fascinante porque conserva enigmas e incertezas. “Eu acho que frequentemente perdemos de vista determinadas coisas porque tendemos a avaliar os objetos culturais isoladamente. Foi como o rádio e a televisão. Na verdade, todos esses objetos e dispositivos formam, para mim, um paradigma em que se tenta duplicar o universo anterior”, analisou o professor. Esta duplicação se dá na direção da velocidade, necessária ao sistema capitalista. “O valor ‘ético’ passa a ser o rápido, o veloz. Não é o profundo, o humano o autêntico. Essa duplicação e essa aceleração matam o sentido”, afirmou Muniz Sodré.

A busca pela novidade

O professor acredita as novas tecnologias da informação põem em pauta a crise do sentido e da palavra. E a imprensa é um “pálido reflexo” dessa crise mais profunda. Jornalistas e consumidores estão fascinados pelas novas tecnologias, na avaliação de Muniz Sodré. Muitas vezes, buscam os mais recentes lançamentos sem saber ao certo para o que servem aquelas ferramentas. “Há uma coisa mais grave. É um pouco como a indecisão de um cientista subatômico diante de um objeto subatômico: não sabe se é onda ou se é partícula. Em um nível macro da história, nós, diante de um fato, não sabemos quais são os padrões de verdade, de realidade, de imaginário. E isso parece não importar mais”, observou Sodré.

Para o professor, a sociedade está “surfando na onda das aparências” e não tem os meios de controlar o que é verdade. O jornalismo sempre ofereceu a possibilidade de estabelecer a distinção entre real e irreal porque havia um pacto de credibilidade implícito. Sem uma pausa na transmissão das informações, os dados apenas se multiplicam, sem uma reflexão aprofundada. “Se esse pacto se rompe, essa informação tão abundante, tão prolífica, é tão fascinante quanto o aparelho novo, mas não vale nada”, disse Sodré."

Lilia Diniz
Edição 647 em 23 jun 2011