Mostrando postagens com marcador Juventude. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Juventude. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 16 de agosto de 2011

... Os indignados ainda vão virar o planeta de cabeça pra baixo...


... Os indignados ainda vão virar o planeta de cabeça pra baixo...

Marcelo Semer*

Desta vez não são os emergentes asiáticos que expõem a risco o sistema econômico internacional, mas os filhos da tradicional família europeia.

Não foi uma república de bananas que teve sua nota rebaixada pela agência de investimentos por um possível calote, mas a toda-poderosa pátria de Tio Sam.

O quebra-quebra urbano depois da violência policial não se deu nas estreitas vielas das favelas do Rio de Janeiro, mas na Londres dos lendários policiais desarmados.

E o terrorista fundamentalista que matou dezenas num acampamento de jovens, em nome da fé e da pureza, é um cristão nórdico, branco e de olhos claros.

Que surpresas mais nos aguardam nesse admirável mundo novo, um planeta de cabeça para baixo?

Revoluções no mundo árabe buscaram abrir alternativas de liberdade que superassem ditaduras e teocracias, mas não comoveram aqueles que sempre pretenderam exportar, à força, seus modelos prêt-à-porter de democracia.

As praças da Espanha se encheram de indignados, descontentes com a falta de perspectivas e de empregos, e os políticos se espantam e desprezam os movimentos espontâneos, apenas por que não os atingem nas primeiras urnas.

Na Grécia, as ruas explodiram de revolta pela contrariedade ao sacrifício de quem já vem sofrendo. Cortes sociais permanecem sendo a única resposta formulada pelos agentes que produziram as crises. Por incrível que pareça, são justamente os alunos reprovados que continuam impondo as regras, que, por óbvio, jamais os atingem.

O documentário Trabalho Externo (Inside Job), vencedor do Oscar, explicou bem porque a maioria dos economistas norte-americanos não foi capaz de enxergar a crise brotando na frente de seus olhos. Boa parte da intelligentsia econômica estava na folha de pagamento do sistema financeiro que a criava.

Quando a imprensa tenta nos alertar desesperadamente sobre os riscos advindos da web, à custa de alguns poucos crackers em ações inexpressivas, eis que a vida real mostra que o perigo mora em cima.

A Inglaterra descortina grampos e desmandos da grande mídia e as relações para lá de incestuosas entre Murdoch e os governos.

Mas nem é preciso tantos crimes expostos, para entender os riscos que o excesso de poder e concentração pode provocar.

Quando a imprensa toma partido e faz políticos reféns, resguardando-se o direito de influir na política com o peso desproporcional de quem cria celebridades, destrói reputações e instaura pânicos, qualquer processo democrático se vicia.

Bom, nem tudo é novidade no globo.

Crianças africanas seguem morrendo escandalosamente de fome expondo a crueldade insensível de uma distribuição injusta de riquezas, enquanto os países ricos encontram mecanismos mais eficientes de fechar suas fronteiras para novos imigrantes. Se for o caso, que eles morram de fome à distância.

Cairo, Santiago, Londres, Tel Aviv. Parece cada vez menos crível que a paciência dos indignados se eternize.

Com o tempo, vai ser preciso mais do que comentaristas econômicos de jornais e TVs para convencer o povo que reverenciar o sistema financeiro e seus estratosféricos lucros, é a melhor forma de proteger o planeta e salvar nossas almas.

10 ago 2011

* Marcelo Semer, 45 anos, juiz de direito em São Paulo e escritor. Membro e ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia, autor do romance "Certas Canções". Colunista no Terra Magazine.

Assista também a entrevista de Eduardo Galeano sobre a juventude na Espanha.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Jovens independentistas (bascos) pedem à televisão basca que acabe com a criminalização a que os submete


"ASEH - Às portas da EITB, cinco jovens independentistas denunciaram na segunda-feira passada a forma como são tratados pela autodenominada comunicação social e o «papel destacado» que esta assume na criminalização de que são alvo.

Os jovens afirmaram que nos últimos anos têm estado na mira repressiva dos estados espanhol e francês, havendo dezenas de casos de jovens que foram detidos e encarcerados pelo seu trabalho político.

A poucos dias do Dia contra a Tortura, os jovens realçaram o facto de muitos deles terem sido submetidos a tortura, e de muitos outros se terem visto afectados pela criação de «listas negras». Perante este cenário, criticaram o facto de os meios de comunicação, e em especial a EITB, «só terem dado voz à tese policial, silenciando as denúncias de tortura”.

Euskal Herria . Diário da Liberdade
11 fev 2011

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Juventude e democratização da comunicação


"A realização da I Conferência de Comunicação foi não só um marco no debate sobre as comunicações no país, mas serviu também como um importante espaço para que os movimentos que defendem a democratização fizessem o exercício da síntese, da construção do consenso. Isso demonstrou coesão, organização e força na Conferência. Há desafios ainda, evidente, mas a experiência e o fruto da organização proporcionada representam grande avanço na luta pela democratização da comunicação.

As eleições presidenciais, dessa vez de modo mais forte, deixaram mais nítida para a sociedade a necessidade do debate da democratização das comunicações, antes feito apenas nos movimentos e sociedade civil organizada.


A juventude jogou papel importante nas duas oportunidades, tanto na Conferência quanto na sua participação durante a campanha.

Para nós jovens, há um tempo, fazer e intervir na política tem se constituído cada vez mais pelas novas mídias. Na conferência de comunicação isso ficou evidente. Conseguimos levar pautas de modo organizado, seja na realização de conferências livres, seja na representação de entidades como a UNE, para além de um debate de como a mídia interfere na construção de nossos valores, mas também reivindicamos nossa participação, conteúdo produzido nos meios de comunicação e a necessidade de políticas públicas direcionadas a juventude nesta área.


(...) A juventude tem apresentado propostas indicando que os meios de comunicação – seja TV, rádio e/ou novas mídias – são importantes recursos em nosso aprendizado e formação e que, portanto é preciso regulá-los e comprometê-los nesta função social garantindo a representação da diversidade juvenil. Para nós isso amplia a liberdade de expressão e a pluralidade nos meios de comunicação e aprofunda a democracia".

Leia o texto completo do artigo de Juliana Borges, diretora de comunicação da UEE-SP, publicado no blog de José Dirceu clicando aqui.