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sábado, 8 de outubro de 2011

Eu odiaria crescer como alguns que eu sei que gostam de empurrar as pequenas crianças de perto...


Little Kids

Bart Collins*

Now just because we're kids
Because we're sort a small
Because we're closer to the ground
And you're bigger pound by pound
You have no right
You have no right
To push and shove us little kids around.
Now just because your throat
has got a deeper voice
And lots of wind to blow it out
At little kids who don´t dare shout
You have no right
You have no right
To boss and beat us little kids about

Just because you have
whiskers on your face to shave
You treat us like a slave
So what? It's only hair

Just because you wear
A wallet near your heart
You think you're twice as smart
You know that isn't fair


But we'll grow up someday
And when we do, I pray
We won't just grow in size and sound
And just be bigger pound by pound
I'd hate to grow like some I know
Who push and shove us little kids around.


From The 5,000 Fingers of Dr. T.
Um filme musical de fantasia, dica de Xtrobo
Letra explicada no contexto: Philip Nel in "Dr. Seuss: American icon"

*Bart Collins é o personagem interpretada por Tommy Rettig, "um menino de 9 anos que, cansado e atormentado pela prática excessiva imposta por seu professor de piano, adormece sobre as teclas e sonha estar preso numa fortaleza onde é mantido em regime de escravidão. O professor se chama Dr. Terwilliker, ou simplesmente Dr. T, caricatura de ditador que mantém Bart e mais centenas de outros meninos encarcerados num mundo delirante e labiríntico, no qual um piano gigante, de dois andares, está à espera do dia em que os 500 meninos, com seus 5000 dedos, executarão o concerto “definitivo” composto pelo tirano." Contracampo . Revista de cinema

Leia mais sobre "The 5,000 Fingers of Dr. T." (1953) clicando aquiali e acolá.



Nota de Re-nascimento:

Hoje decerto que o Planeta Azul se fecundou em alguma coisa boa vinda da imensidão do espaço com esses meteoros que vão caindo por aqui. Nesses dias, depois do texto lindo sobre as Crianças de Elaine Tavares, e inundado de uma Arte na sua expressão mais imensa/super/mega mágica e estroboscopicamente emeninada, algo também se acriançou mais ainda em mim. Também porque é Primavera, e é chegada a estação  da alma que faz brotar da terra e do peito esperanças novas. Tempo de re-nascer... Conjunções se deram, sincronicidades, majik no ar, de crescer com alegria, de dar as mãos e cabeças, de trazer ao peito outras crianças...

O Barco do Destino passou por mil mares, mil janelas, mil céus, atravessou desertos, cruzou pela lama, fez o Nawta da Paz ir franciscar, sair e querer tocar as estrelas, tocar noutros portos, libertar-se de todas as tiranias. E porque "de tão calejada, minha âncora demora já um pouco mais a se soltar do fundo que antes, quando mais criança..." veio um Avatar me dar uma mãozinha, o Mestre do Ar me soprar e segredar, assim à primeira vista, mil coisas que só meninos sabem saber da "infância mágica"... It´s magic...

Eita, Menino de 5 mil dedos fazendo artes nos céus... skies...
Eu amaria crescer como,  e com um Menino que gostasse e trouxesse no peito tanto Amor assim... pequena criança...

Hoje, mais que nunca, eu deixei de ser homem, para ser Menino, para ser Super-Homem, diria Zarathustra... Re-nasci no borbulhante das ondas do mar desse céu... Fui literalmente tocado, assim, num lapso de tempo, num momento de eternuridade do estalar de cinco mil dedos...

Pra essa canção do menininho Bart Collins cheio de dedos na cabeça - e tudo o que ela significou pra mim nesse dia meteórico - só tenho a dizer isso, piscando pra Ele: brigadim, viu?

Que dia mais feliz eu vivi... que dias felizes eu viverei... muito mais do que cinco mil dedos podem contar... Happy fingers... Feliz Todo Dia das Crianças...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Deixai vir à midia as criancinhas...


Todo dia é dia da criança

Elaine Tavares
07 out 2011

Para meu amigo Leo Nogueira (que é criança)

Dois homens, os quais amo muito, disseram coisas muito semelhantes sobre a criança. Um deles foi Jesus. Ao verem o mestre, numa de suas paradas, entre os caminhos poeirentos das estradas da Palestina, ser rodeado pelos pequenos barulhentos, os seus companheiros decidiram enxotá-los, acreditando que era isso que Jesus desejava. Mas o Rabi fez foi enxotar os apóstolos. “Deixai vir a mim as criancinhas, porque é delas o reino do meu pai”. Daquela cena fala Lucas, em seu evangelho: “O reino de Deus é dos que se parecem com as crianças. O que não receber o reino como uma criança, não entrará nele”, ( Lucas.18:15).

Bem mais tarde, Nietzsche, na Alemanha, vai oferecer ao mundo sua visão de super-homem. Para ele, o super-homem é, justamente, a criança. No seu lindo livro “Assim falava Zaratustra”, Friedrich diz: “Dizei-me irmãos: que poderá a criança fazer de que o próprio leão tenha sido incapaz? Para que será preciso que o altivo leão tenha de se mudar ainda em criança?” A resposta é a chave para a idéia de super-homem. Diz Zaratustra que a criança é a inocência, o esquecimento, um novo começar, um brinquedo, uma roda que gira sobre si. “Para jogar o jogo dos criadores é preciso ser uma santa afirmação. O espírito quer agora a sua própria vontade, tendo perdido o mundo, conquista seu próprio mundo”.

A criança não sabe das maldades do mundo, não foi domesticada pela sociedade onde está inserida. Nela não há bem, nem mal, apenas o viver, a descoberta. A surpreendente descoberta de um dedo que se move, de um pé, de coisas que a rodeiam e sobre as quais ela nada sabe. É por isso que um bebê pode sorrir diante de um lobo, ele não sabe do mal, está cheio de encantamento pela vida que passeia diante de seus olhos. É isso que o profeta Zaratustra, de Nietzsche, vem dizer quando propõe a “terceira transformação”. Nenhum mal, nenhum bem, só esse encantamento, esse brilho no olhar, essa sede de descobrir.

É na criança que se vê, inteira, a coragem, a nobreza, a aceitação da diferença, a força que desloca para frente, destemida. Percebe-se aqui o amor imenso de Nietzsche pelo ideal pré-socrático. A criança de Nietzsche é um pouco o herói homérico, guerreiro que vai para a luta pensando em nada. Só a vontade de lutar o impulsiona e, se sai vivo da batalha, celebra a vida que continua. Nem bem, nem mal.

Por isso, esses homens tão desiguais se encontram em mim, porque também acredito que é preciso que a gente nunca perca de vista a criança em nós. Porque só assim entraremos no “reino” (a vida boa e bonita), porque só assim nos tornaremos aquele que podendo fazer tudo, só faz o que é nobre (o super-homem).

Nesses dias que antecedem o dia da criança observei muitas coisas estranhas. Na internet rolou um movimento de colocar desenhos para denunciar a violência contra a criança, e coisas do tipo. Acredito que isso pode ser válido, mas não é suficiente. A violência contra as crianças começa dentro da gente. Todo o drama da violência que vimos expressado cotidianamente nos programas televisivos de desgraças e nas páginas policiais é fruto da ação de adultos que perderam sua criancice. Seja pela desgraça da miséria e da dor que pode ter sido tão grande que os endureceu, seja pela violência de um sistema que tem por premissa básica o lema: para que um viva, outro tem de morrer.

Quando vejo por aí essas caminhadas pela paz, ou esses movimento virtuais, isso me desconforta. Não basta pedir paz aos “bandidos”. Essas criaturas que andam pelos caminhos roubando e matando não são sensíveis a isso. Elas querem é ver mudanças concretas nas suas vidas. Por que raios dariam paz a uma classe que as oprime e destrói? E aí o círculo da violência segue girando.

O concreto da luta pela paz é a mudança real de cada ser humano. Viver como criança, sentir como criança, brincar como criança, amar como criança. Gratuidade, alegria, partilha. Caminhar nessa beleza é o primeiro passo. Depois, já impregnados dessa ternura infantil, a gente sai para a vida, para mudar o mundo. No partido, no sindicato, no movimento, na luta real, concreta, nas estradas secundárias. Mudar o sistema, o modo de organizar a vida. Atuar no sentido de tornar todos crianças, capazes da nobreza, do bem-viver.

Nestes dias em que a televisão ideologiza e bestifica a infância induzindo ao consumo desenfreado, eu busco Jesus e Nietzsche, esses meus amigos, para tentar soprar algum segredo mágico nos ouvidos que sabem ouvir: ouvidos de criança.

Assim, quem sabe, em vez de comprar presentes de plástico, a gente não sai por aí dando cambalhota, pulando amarelinha, brincado de esconde-esconde, cantando cantigas de roda, passando rasteira nos vilões do amor? Precisamos ser crianças, todos nós... Só assim, quem sabe, essa coisa egoísta e fútil que se tornou o mundo, começa a mudar.

Reproduzido de Palavras Insurgentes


“Olhai as crianças nos campos, nas ruas, nas montanhas, nas casinhas pobres, como crescem... Elas não têm celular, nem televisão ou tablets, e eu sei e digo, que nenhum "Salomão" da Educação e da Comunicação jamais teve tanta alegria e sabedoria quanto elas”...


Leo Nogueira Filosomidiando em trecho da dissertação "Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg" em andamento. Defesa provável em 11/11/11 UFSC.*

*"Defendida" em 06/12/11

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A pedagogia do grande irmão platinado


“Outro dia li um artigo de alguém criticando o que chamava de pseudo-esquerda que fica falando mal do BBB, mas que também dá sua espiadinha. E também li outras coisas de pessoas falando sobre o quanto há de baixaria no “show de realidade” da Globo. Fiquei por aí a matutar. E fui observar um pouco deste zoológico humano que a platinada oferece na suas noites. Agora é importante salientar que a gente nem precisa assistir para saber tudo o que se passa. É só estar vivo para saber. As notícias estão no jornal, no ônibus, no elevador, em todos os lugares.


Então esse papo de que quem critica é hipócrita porque também vê não tem qualquer sentido. As coisas da indústria cultural nos são impostas de forma quase que totalitária. É praticamente impossível fugir destes saberes. Mesmo no terminal, esperando o ônibus, lá está o anúncio luminoso onde buscamos o horário do busão, dando as “notícias” dos broders. É invasivo e feroz.

(...) Então, fazer a crítica a esse perverso programa não é coisa de pseudo-esquerda. Deve ser obrigação de qualquer um que pensa o país. A questão do “grande irmão” não é moral. É ética. Trata-se da consolidação, via repetição, de uma pedagogia, típica do capitalismo, que pretender cristalizar como verdade que para que um seja feliz, outro tenha que ser “eliminado”.

O show da Globo é uma violência explícita, cruel, nefanda, sinistra e miserável. É coisa ruim, malcheirosa. Penso que há outras formas de a gente se divertir, sem que para isso alguém tenha de se ferrar! Até mesmo os mais importantes cientistas mundiais já alardearam a verdade inconteste: vence quem coopera. Onde as pessoas, juntas, buscam o bem viver, ele vem”...

Elaine Tavares

Leia o texto completo no Blog Palavras Insurgentes clicando aqui.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Só jornalista! Quando as palavras que se faz nascerem caminham nas gentes...


"Sou jornalista, destas que pensa o mundo, que narra, que contextualiza, que estuda a história, que busca nexos, que caminha com os empobrecidos, que rastreia a vida das gentes, que opina, que interpreta, que se emociona, que sente raiva, que investiga".

As palavras que você faz nascer caminham nas gentes...

Leia o texto da Pobre e Nojenta Elaine Tavares clicando aqui.

sábado, 13 de novembro de 2010

A censura e os Conselhos de Comunicação


A censura e os Conselhos de Comunicação

Por Elaine Tavares

(...) O jornalismo é uma profissão, a liberdade de expressão não depende do jornalismo. Qualquer ser humano pode escrever uma carta, pintar um muro, fazer um desenho, gritar na praça. O jornalismo é uma profissão que, por acaso, usa a palavra. Mas, agora, desregulamentado, se prestará ainda mais ao jogo obsceno na censura velada. E aí estamos de novo no mesmo mundo de 68, 69, 70.

A proposta dos conselhos de comunicação, com a participação de outros setores da sociedade organizada, não garante nada, nem democratização, nem soberania. Isso pode ser visto em outros conselhos já existentes como o da saúde e o da educação. Mas é um espaço importante de organização, de compreensão. Ou seja, é espaço “perigoso”, que pode provocar esclarecimentos, que pode fazer as gentes avançarem para o desejo de soberania. Por isso esse é um tema tão atacado.

As elites têm medo do povo e isso é muito bom. Não é à toa, portanto, que os dignos representantes da elite nacional falem tão mal do conselho, e se esganicem falando que eles trarão a censura. Porque, na verdade, é o contrário. O povo não trará a censura e sim o esclarecimento. E isso é coisa difícil de engolir.

Leia o texto completo clicando aqui.

Liberdade de expressão: uma armadilha para pegar quem?


Liberdade de expressão: uma armadilha para pegar quem?

Elaine Tavares

(...) No Brasil, a questão da censura voltou à baila agora com o debate sobre os Conselhos de Comunicação. Mesma coisa. A "democracia liberal" consente que existam conselhos de saúde, de educação, de segurança etc... Mas, de comunicação não pode. Por quê? Porque cerceia a liberdade de expressão. Cabe perguntar. De quem?

Os grandes meios de comunicação comercial no Brasil praticam a censura, todos os dias, sistematicamente. Eles escondem os fatos relacionados a movimentos sociais, lutas populares, povos indígenas, enfim, as maiorias exploradas. Estas só aparecem nas páginas dos jornais ou na TV na seção de polícia ou quando são vítimas de alguma tragédia. No demais são esquecidas, escondidas, impedidas de dizerem a sua palavra criadora.

E quando a sociedade organizada quer discutir sobre o que sai na TV, que é uma concessão pública, aí essa atitude "absurda" vira um grande risco de censura e de acabar com a liberdade de expressão. Bueno, ao povo que não consegue se informar pelos meios, porque estes censuram as visões diferentes das suas, basta observar quem está falando, quem é contra os conselhos. De que classe eles são. Do grupo dos dominantes, ou dos dominados?

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