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sábado, 19 de maio de 2012

Publicidade infantil: "É tudo culpa do Sr. Cabeça de Batata?" ou da Barbie?


É tudo culpa do Sr. Cabeça de Batata?

Consumismo e Infância . Instituto Alana

Um artigo recente da BBC News Magazine mostra o primeiro anúncio dirigido a crianças, um comercial para tevê do boneco Sr. Cabeça de Batata, exibido nos Estados Unidos em 1962. O anúncio foi considerado uma grande sacada da indústria publicitária, que, até aquele momento, anunciava os produtos – brinquedos inclusive – para os pais, e não para os filhos.

Com isso, descobriu-se um novo “nicho” de mercado, mais vulnerável aos apelos publicitários e que os identifica como entretenimento. Para o autor da matéria, Jon Kelly, o Sr. Cabeça de Batata abriu o caminho para o chamado nag factor, ou “fator amolação”, estratégia publicitária para induzir os filhos a pedir de modo insistente aos pais para que comprem os mais diversos produtos.

O artigo debate o quanto a responsabilidade na luta contra o nag factor é dos pais ou do Estado, que deveria regular a publicidade dirigida a crianças, e cita uma pesquisa realizada pela Mother’s Union, em 2010. Segundo o estudo, 75% dos pais concordaram que os legisladores são responsáveis pelo conteúdo anunciado aos seus filhos, ao mesmo tempo que 61% acreditam que é responsabilidade também dos pais regular o acesso das crianças a esse conteúdo.

A luta, no entanto, está cada vez mais desigual.  Além de as crianças serem expostas a uma quantidade alarmante de publicidades na televisão, as marcas invadem também os jogos e os personagens preferidos dos pequenos estampam desde roupas até cadernos e embalagens de alimentos. Isso sem falar nos anúncios disfarçados nas redes sociais e nos jogos dirigidos ao público infantil na internet. Sozinhos, os pais não conseguem ganhar.

Reproduzido de Consumismo e Infância . Instituto Alana
16 maio 2012


Leia também:


"Regulação da publicidade dirigida a crianças, um desejo para 2012", Por Gabriela Vuolo (Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana) e comentários de Filosomídia sobre texto de Fernanda Rovari, clicando aqui.


"Barbie na educação de meninas: do rosa ao choque", livro de Fernanda T. Roveri lançado em 2012.  Leia a entrevista da autora em Revistapontocom (17/03/2012) clicando aqui.


"Brinquedos antigos populares dos anos 50", em The People History, clicando aqui.



Comentários de Filosomídia:

Segundo Fernanda T. Roveri (2007, p. 2), é com a boneca Barbie, criada em 1959, que pela primeira vez na história da televisão americana, e mundial, uma empresa faz publicidade direcionada diretamente à criança:

“A criança foi descoberta como consumidora em potencial após a Segunda Guerra Mundial, época em que a Mattel consagrava-se como pioneira no uso de técnicas de marketing e comerciais voltados ao público infantil. Se antes a venda de brinquedos era direcionada aos pais, com o lançamento da Barbie, os comerciais capturavam a menina para que ela mesma tivesse os argumentos necessários para convencer os adultos a comprarem a boneca. Um desses argumentos era o de que Barbie, com toda sua elegância, ajudava meninas travessas a se comportarem como pequenas damas. Assim, as propagandas iniciais da boneca sempre foram testadas antes com um grupo de meninas e, se o comercial não lhes chamasse a atenção, não era veiculado na rede televisiva.”

Pelo comercial abaixo percebemos, então, que já no final dos anos 50 podemos creditar à Barbie o lugar de primeira propaganda dirigida às crianças em grande escala. Informação semelhante em "Barbie's First Commercial" (12/06/2011), por William Sellers clicando aqui.

ROVERI, Fernanda Theodoro. A boneca Barbie e a educação das meninas: um mundo de disfarces. In Anais da 30ª. Reunião Anual da ANPED. Acesso em 30 set 2009, disponível aqui.

sábado, 13 de agosto de 2011

BBC: outro jornalista surpreendido pelas declarações do entrevistado



BBC ou Globo: Lá, como cá, o jornalismo é o mesmo

"Não há diferença essencial entre a Rede Globo e a BBC. Os que querem “mídia” podem perder suas últimas ilusões liberalóides conservadoras. Nenhum jornalismo-que-há sempre será melhor que o jornalismo-que-há". Artigo assinado pelo coletivo Vila Vudu, reproduzido a partir do blog Redecastorphoto.

A matéria abaixo esteve no ar. Nunca aconteceria no Brasil, porque a Rede Globo nunca entrevista gente que seja realmente contra a posição da “mídia” e as convicções pessoais dos jornalistas.

Aliás, fazem todos muito bem, porque ouviriam o que não querem ouvir nem querem que ninguém ouça e vivem para impedir que as pessoas digam e, se alguém disser, para impedir que a opinião pública ouça. Mas o horror do jornalismo-que-há, que só existe para impor opiniões feitas, é muito parecido.

Para os que pensem que só a Rede Globo faz o que faz e que algum outro tipo de jornalismo-empresa seja algum dia possível ou pensável, aí vai bom exemplo de que a Rede Globo é, só, a pior do mundo, mas faz um mesmo e idêntico “jornalismo”, feito por jornalistas autistas, fascistas sinceros, absolutamente convictos de que “sabem mais”, só porque são donos da palavra e nunca ouvem o “outro lado”, sobretudo se o outro lado quiser falar DELES e das empresas para as quais trabalham.

O problema do mundo não é a Rede Globo (ou, pelo menos, não é mais a Rede Globo que a BBC). O problema do mundo é que o jornalismo (que é aparelho ideológico criado e mantido para uniformizar as opiniões e constituir mercados homogêneos, seja para o consumo uniforme de sabão em pó e remédio antipeido, seja para o consumo uniforme de ideias sobre ética e democracia e justiça) é o único dono da palavra social. Se se inventar mídia que não seja única dona, feudatária, da palavra social, acaba-se o jornalismo-que-há.

Leia a tradução e  assista ao vídeo via Portal Vermelho clicando aqui.

Trecho:

BBC: Posso interrompê-lo, por favor... O senhor está dizendo que não condena o que houve ontem? Que não está chocado com o que houve em nossa comunidade ontem à noite?

Entrevistado: É claro que não condeno! Por que condenaria? A coisa que mais me preocupa é que havia um jovem chamado Mark Dogan, tinha casa, família, irmãos, irmãs. E a poucos metros de sua casa, um policial rebentou sua cabeça com um tiro. 


terça-feira, 14 de junho de 2011

ONU declara acesso à internet como direito humano


Acesso à rede é direito humano básico, diz ONU

O acesso à internet é um direito humano básico, declarou as Nações Unidas na semana passada. Segundo um extenso relatório, em inglês, desconectar indivíduos da web é uma violação dos direitos humanos e vai contra a lei internacional. “O Relator Especial da ONU salienta a natureza transformadora e única da internet não apenas para permitir que indivíduos exercitem seu direito à liberdade de opinião e expressão, mas também de uma série de outros direitos humanos, e para promover o progresso da sociedade como um todo”, relatou o sumário. Em março, uma entrevista da BBC em 26 países havia apontado que 79% das pessoas acreditam que o acesso à internet é um direito fundamental.

O documento foi divulgado no mesmo dia em que uma empresa de monitoramento revelou que 2/3 do acesso à internet na Síria foi bloqueado, sem aviso. “A recente onda de protestos em países do Oriente Médio e África do Norte mostrou o papel-chave que a internet pode desempenhar em mobilizar a população para pedir por justiça, igualdade e mais respeito aos direitos humanos. Sendo assim, facilitar o acesso à internet para todos os indivíduos, com a menor restrição ao conteúdo online possível, deve ser prioridade”, ressaltou o relatório.

Muitos ditadores e líderes no Oriente Médio reconhecem o poder da rede e tentam cortar seu acesso. Na maioria dos casos, no entanto, os cidadãos encontram uma maneira de furar o bloqueio. No Egito, por exemplo, centenas de indivíduos usaram modens e linhas de telefone antigos para conseguirem acesso por meio de uma rede global.

Bons exemplos

Alguns países já derem um passo à frente no reconhecimento da importância do acesso à rede. A Estônia aprovou, em 2000, uma lei que declara o acesso à internet um direito humano básico. Em 2009, a França fez o mesmo. Legisladores na Costa Rica tomaram uma iniciativa semelhante no ano passado. Já a Finlândia determinou, em 2009, que toda conexão à internet deve ter uma velocidade de, no mínimo, um megabyte por segundo. Informações de Nicholas Jackson [The Atlantic, 3/6/11].

Por Larriza Thurler (edição)
07/06/2011 na edição 645

Reproduzido do Observatório da Imprensa


Acesse o relatório clicando aqui.

Leia também "Liberdade na Internet está sob ameaça dos governos" clicando aqui.

sábado, 29 de janeiro de 2011

 

"Confrontada com a necessidade de fazer cortes drásticos em seu orçamento, o governo britânico reduziu em 20% os custos da BBC (British Broadcasting Corporation). A emissora, por sua vez, anunciou o fechamento de parte de seu serviço mundial, assim como a extinção de 200 sites do serviço online. As demissões, ao longo dos próximos três anos, podem chegar a 650, de um total de 2.400 funcionários no Serviço Mundial da BBC.

Os cortes ilustram a gravidade da crise econômica no Reino Unido. Refletem também a tentação, sempre presente no último século de reduzir a presença midiática da emissora fora do país, conforme afirmou ao Opera Mundi Laurindo Leal Filho, professor do Departamento de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da USP (Universidade de São Paulo). Autor dos livros BBC, a Melhor TV do Mundo e Vozes de Londres, dedicados ao serviço brasileiro da emissora, Leal Filho explicou que, para Londres, levar para o mundo os valores e a cultura britânica não é mais uma prioridade.

A filosofia de ser presente no mundo inteiro mudou frente às dificuldades?


Ao longo da história da BBC, duas correntes estiveram sempre presentes nas discussões sobre seu papel no mundo. Uma que entendia que o serviço mundial só justificava sua existência se falasse para localidades onde as liberdades democráticas estavam suprimidas e, quando restabelecidas, não haveria mais motivo para a emissora continuar. A outra, por sua vez, defendia a permanência do serviço em qualquer circunstância, como forma de levar ao mundo as formas de vida, os valores e a cultura britânica, além de prestar um serviço informativo o mais imparcial e independente possível. Esta segunda corrente vinha tendo sucesso, mas parece que, agora, começa a perder alguma força. Não toda, é verdade, tanto é que o Serviço Brasileiro permanece intacto.

O senhor acredita que o Reino Unido está perdendo um instrumento de “soft power” (utilização da estrutura do país para influenciar indiretamente o comportamento ou interesses de outras nações)?

Acredito que sim. Esses serviços funcionavam para mostrar, simbolicamente, o poder britânico para o mundo. Mesmo sofrendo forte concorrência de outras mídias, suponho que eles ainda tivessem um público fiel, que os acompanhava no rádio ou que, como acontece com o Brasil, na internet. É bom lembrar que o Serviço Mundial surgiu, no início do século passado, como Serviço Imperial. Era o centro do império falando para as colônias e para o mundo. Hoje, a situação é diferente e o serviço mundial – além das pressões econômicas internas – luta para se adaptar de um lado às novas tecnologias e de outro, ao papel atual que o Reino Unido desempenha no mundo".


Leia o texto completo com entrevista a Lalo Leal, por Lamia Oulalou da Redação do Opera Mundi, clicando aqui.