sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Fábio Konder Comparato: Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão . ADO 10
Meus caros:
Informo que a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, proposta pelo PSOL em relação a vários artigos da Constituição sobre comunicação social, protocolada no Supremo Tribunal Federal como ADO 10, teve seu processamento retomado. A Ministra Ellen Gracie, relatora do feito, abriu vista para manifestação da Procuradoria-Geral da República, do Congresso Nacional e da Advocacia-Geral da União.
Reitero a necessidade de se pressinar o futuro governo federal (*), bem como o Congresso Nacional, para que eles reajam positivamente. É da maior importância que o projeto de lei preparado pelo Min. Frankin Martins sobre os meios de comunicação social, ou outro de teor semelhante, seja adotado pela presidente Dilma Roussef.
Gostaria de frisar que a campanha dos grandes veículos de comunicação social contra a regulamentação do setor é, na verdade, um movimento contrário à Constituição. Se os donos de jornais, rádios e TVs não querem essa regulamentação, então devem pedir a revogação dos artigos 220 e 221 da Constituição, bem como do dispositivo constitucional que assegura o direito de resposta através dos meios de comunicação social, todos eles carentes de regulamentação, vale dizer, sem aplicação prática.
Abraço,
Fábio Konder Comparato
Recebido e publicado no Conversa Afiada
Escola Livre de Jornalismo e outros assuntos
Jornalismo para quem precisa
Leandro Fortes
Blog do Leandro Forte: Brasília, eu vi
"Aí vai uma reflexão e uma proposta para um curso democrático e popular para estudantes de jornalismo e jornalistas, conforme eu havia começado a discutir aqui, no Facebook, alguns dias atrás. No link do meu blog, o "Brasília, eu vi", há mais informações e elementos para a gente discutir. Preciso achar um lugar legal para as aulas e contar com a ajuda de outros repórteres interessados em participar do projeto.
Por isso, é preciso estabelecer também um contraponto à ideologia da mídia hegemônica no campo da formação, em complemento aos cursos superiores de jornalismo. Abrir espaço para os milhares de estudantes de comunicação, em todo o Brasil, que não têm chance de participar dos cursinhos de treinees dos jornalões e das grandes emissoras de radiodifusão. Dar a eles, de forma prática e barata, uma oportunidade de aprender jornalismo com bons repórteres, com repórteres de verdade.
Foi nisso que pensei quando idealizei, em 2007, a Escola Livre de Jornalismo, junto com outros dois amigos, ambos ótimos jornalistas, Olímpio Cruz Neto e Gustavo Krieger. Com eles, ajudei a montar bem sucedidos ciclos de palestras e oficinas de jornalismo em Brasília. Em 2009, um ano antes do 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, em São Paulo, a Escola Livre, em parceria com o IESB, já havia conseguido reunir, na capital federal, os principais expoentes desse movimento no país: Luis Nassif (Blog do Nassif), Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada), Rodrigo Vianna (Escrevinhador), Marco Weissheimer (RS Urgente) e Luiz Carlos Azenha (Viomundo). Uma semana de debates ricos, bem humorados, em um auditório permanentemente lotado de estudantes de jornalismo e jornalistas profissionais. Foi nosso único evento gratuito e, claro, o de maior sucesso. Os ciclos e oficinas, embora tenham tido boa audiência, esbarravam sempre no problema do custo para os estudantes: como nos cursinhos de treinee da velha mídia, acabávamos por privilegiar um segmento de jovens já socialmente privilegiados. É dessa frustração e dessa armadilha que proponho fugir agora.
Por isso, expus no Facebook a idéia de ministrar minhas aulas de Técnica Geral de Jornalismo, divididas em módulos, de modo que cada estudante pague um valor baixo por cada aula. Ou seja, os estudantes vão às aulas que quiserem, pagam na entrada e participam de duas horas de aula de jornalismo sobre tópicos práticos e temas relevantes. Minha idéia é convocar outros repórteres de Brasília a participar desse movimento da Escola Livre de Jornalismo, com o compromisso de, em troca da aula de duas horas, receber 70% do valor arrecadado no dia, porque 30% serão sempre destinados à administração e organização do curso."
Leia o texto completo clicando aqui.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Este o nosso destino: amor sem conta para sempre!
Que pode uma criatura senão,
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Comunicación y derechos del niño
Eva Fontdevila y Emanuel Gall*, desde Abrojos Colectivo de Educación Popular (Tucumán), y Silvia Bacher (Las Otras Voces) aportan experiencias de trabajo en comunicación orientadas a desarrollar las capacidades de niños, niñas y adolescentes y a fortalecer sus derechos. El papel de las organizaciones sociales y la responsabilidad del Estado.
Que los niños sean sujetos implica, entre otras cosas, que la infancia no se considera desde las carencias, una etapa vital que supone algo que no se tiene, o un pasaje incompleto hacia la adultez, sino como una etapa legítima y muy importante de la vida. Por otro lado, para los adultos implica reconocer y hacerse cargo de la existencia social de múltiples maneras de ejercer discriminación respecto de los niños y niñas.
*Coordinadores de Abrojos Colectivo de Educación Popular (Tucumán).
Leia o texto acima completo clicando aqui.
Votação na página de Abrojos:
¿Creés que la infancia es respetada en los medios de comunicación?
¿Si o no?
Em defesa de um modelo regulatório
Controle da Imprensa pelo Conselho de Comunicação Social: Posição favorável
"Sou favorável ao Conselho de Comunicação Social (CCS) porque o constituinte determinou ao Congresso Nacional (CN) sua instituição (art. 224 CF) e, como constitucionalista que trabalha em prol da força normativa da Constituição, não me cabe questionar a Política da comunicação social predeterminada pelo constituinte, mas sim render-me a ela. Por outro lado, esse mesmo constituinte consagrou, no inciso IX do art. 5º, como direito fundamental (individual), a liberdade de comunicação.
Depreendo da interpretação sistemática que o art. 224 prevê limite à liberdade de comunicação social que, por sua vez, ao ser mais bem definido pelo legislador ordinário - pois o CN o instituirá "na forma da lei" (art. 224 in fine CF) - deverá continuar respeitando as liberdades individuais de comunicação social, porque a legislação ordinária está vinculada à vontade negativa (art. 5º) e positiva (art. 224) do constituinte.
O art. 224 fecha o capítulo da comunicação social (art. 220 a 223). Isso implica reconhecer que o CCS, como "órgão auxiliar", teria a missão de gerar projetos de lei da competência privativa do CN (art. 48, XII) compatíveis com a ordem da comunicação social idealizada pelo constituinte. É o que já se depreende da simples leitura dos dispositivos constitucionais em pauta".
domingo, 26 de dezembro de 2010
Media education, education and media
Media education, education and media
Pier Luigi Capucci
"The current mediascape requires a deep inquiry on the use of the media (of the “old” and “new” media) in many fields and in particular in the educational realm. Tools like computers, consoles, smartphones, extended TV, MP3 readers, photo and videocameras are of common use today and give rise to many applications which can change the way we get in touch each other, communicate, learn and teach. In our culture the remote and mediated communication has become increasingly relevant. In order to have an idea of the extent of this process, which occurred in less than 200 years, we could compare today’s many opportunities – synchronous communications like cellular and old plain telephony, IP based communications like Skype and chats, and asynchronous communications like email, fora, blogs, social networks and so on... – which can be very inexpensive, with the communications technologies which were available by mid of the XIX Century. Before the mass diffusion of photography (which Baudelaire considered as a bane) only a small number of people was able to create pictures. Today everybody can easily create images through many devices, like cameras, computers, smartphones, webcams... And photography has become that “brothel without walls” as defined by McLuhan. Today people can create videos in an easy and economic way, a common task that only twenty years ago was very difficult and expensive, and, more, they can share online their videos with millions people. Ten years ago the audiovisual remote synchronous communication was complex and expensive and only the television organizations could manage it. Today a videoconference can be made with cheap and personal tools which everybody can manage, just like PCs, smartphones and wired or wireless connections. And many other examples could be done”.
Leia mais e veja os vídeos na página pessoal de Pier Luigi Capucci clicando aqui.
International conference in Milan, “New Media Art Education & Research 3: Always Already New”, organized by the Planetary Collegium’s M-Node (Milan Node) PhD and the NABA degree course in Media Design & New Media Art, in collaboration with NoemaLab and Mediateca Santa Teresa.
All the videos of the conference are on YouTube.
"Eu quero revolucionar o mundo com as minhas invenções"
"Eu quero revolucionar o mundo com as minhas invenções"
Eduardo na chamada do Programa 01 da TV Piá Chamada . 0:50
O TV Piá é um programa infantil que vai ao ar todo domingo às 14h30 na TV Brasil.
Abaixo, Programa completo que foi ao ar em 09 mai 2010
Leia mais sobre esse Programa 1 no Blog da TV Piá clicando aqui.
sábado, 25 de dezembro de 2010
Regulação não é censura: A velha mídia confunde o público e foge do debate sobre a questão
"Jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão descobriram um novo assunto: a volta da censura no Brasil. Não passa um dia sem que um deles alerte contra esse perigo. Veem em cada esquina monstros prontos a atacar. Realmente eles não existem. São fantasmas criados com objetivos muito precisos. Trata-se de uma atitude preventiva dessa mídia acostumada a dizer o que pensa sem dar à sociedade direitos iguais de resposta. E muito menos de admitir a necessidade de regulação do mercado editorial e do espaço público ocupado pelas emissoras de rádio e de televisão. Temerosos com a possibilidade de terem de se submeter a leis democráticas, tentam confundir o público chamando qualquer regulação de censura. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Censura é um instrumento usado por ditaduras para impedir, antecipadamente, a divulgação de fatos, nomes ou ideias.
A regulação dos meios de comunicação existe em todas as grandes democracias do mundo. E estabelece regras para permitir que mais pessoas ou grupos sociais possam se expressar pela mídia. As regras são necessárias para conter, de alguma forma, a lógica da acumulação capitalista, que é implacável. Qualquer atividade comercial sem regulação tende a se tornar monopolista. O dono da mercearia da esquina sonha em abrir outro estabelecimento num bairro próximo ou adquirir a loja do vizinho. E, a longo prazo, montar uma rede de supermercados capaz de dominar o comércio varejista de todo o país. Se não houver controle do Estado e se o empresário tiver sucesso, em pouco tempo ele poderá ser o único no mercado, estabelecendo a seu critério os preços aos fornecedores e clientes".
Lalo Leal
Leia o texto completo clicando aqui.
Educação: paradoxo nativo
"Durante a década de 90, o governo nos dizia ser impossível financiar um novo ciclo de expansão das universidades públicas, o que levou à política equivocada de estimular a proliferação de faculdades e universidades privadas de qualidade, muitas vezes, catastrófica. O Brasil sofreu e ainda sofre muito devido a tal equívoco. Mas vimos nos últimos anos como tal tendência poderia ser invertida. Graças a uma política acertada, o Brasil deve ter se tornado um dos únicos lugares do mundo onde, em vez de fecharmos universidades e departamentos (e lembraria que isso ocorre atualmente em países como o Reino Unido), construíram-se novos campi. Esse robusto ciclo de crescimento da universidade pública produzirá, no médio prazo, um impacto importante na qualidade de nosso ensino e pesquisa.
Defender e desenvolver novas universidades é algo que aparece como um imperativo. Talvez essa experiência sirva de exemplo. Ela nos mostra que, a partir do momento em que um governo coloca questões educacionais como prioridade real, soluções podem sempre ser encontradas".
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Feliz Sempre sendo Natal...
O Pintinho que franciscava: um pequeno canto de Natal
Era uma vez uma cidade bem pequenina
num lugar muito distante.
E, num galinheiro bem escondido entre aquelas poucas casas,
nasceu uma ninhada de pintinhos naquela manhã calorenta.
Mas, restava um ovo para quebrar e
só pela tardezinha ele se abriu,
e aquele pintinho nasceu para o mundo.
Era mirradinho e pequeno.
Leia a estorinha completa clicando aqui.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
2010, um ano muito revelador: jornalismo e poder
"Considerando-se outras inovações nas tecnologias de comunicação e de informação, é de se questionar se o modelo tradicional da imprensa ainda tem validade.
Em muitos lugares do mundo, e em especial no Brasil, o ano de 2010 escancara evidências de que a mídia tradicional faz escolhas que nem sempre contemplam os interesses da maioria.
Em muitos lugares do mundo, e em especial no Brasil, o ano de 2010 escancara evidências de que a mídia tradicional faz escolhas que nem sempre contemplam os interesses da maioria.
O trabalho de seleção e divulgação ordenada de notícias revelou-se claramente parte dos jogos de poder, e a imprensa não pode mais escapar de certos questionamentos, principalmente levando-se em conta que o seu valor sempre esteve vinculado a uma suposta missão de informar a cidadania para a defesa dos princípios democráticos.
Mas quanto e como a imprensa contemporânea contribui para o aprimoramento da democracia?
Sempre vale a pena rever os arquivos: em uma edição de domingo, 23 de março de 2003, o Estado de S.Paulo publicou artigo de Orville Schell, do New York Times, no qual ele afirmava que "o problema enfrentado por muitas empresas de comunicação não é continuar no ramo, mas continuar no jornalismo". Segundo o autor, "a imprensa vem perdendo a capacidade de manter a democracia suficientemente informada para tomar decisões inteligentes".
No caso do Brasil, já faz décadas que a imprensa tradicional vem fazendo esse esforço para abandonar o jornalismo em troca de poder, em detrimento da democracia".
Leia o texto completo de Luciano Martins no Observatório da Imprensa clicando aqui.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Sobre o que a sociedade vê/ouve na "grande" mídia e na política...
(...) Lula registrou as realizações do governo em cartório, enfatizando na documentação sobretudo as conquistas sociais. Como interpretar o gesto do expoente que se despede da Presidência com 83% (DataFolha, dez/2010) de aprovação na opinião pública? Aprovam o gestor mas não conhecem os feitos da gestão, conquanto 80% (idem) declarem aprovação à mesma ? Por que a necessidade de um certificado cartorial ao final do segundo mandato?
O objetivo foi acautelar-se contra uma modalidade de significação, explorada pela grande mídia, para perpetuar uma marca negativa no governo. Como Lula alertou em uma ocasião, se um estudante daqui a duas décadas fizer uma pesquisa nos noticiários atuais chegará à conclusão de que este é o pior governo da história do Brasil. E o mais corrupto.
(...) O que os consumidores dos noticiários recebem à guisa de análise e, no caso, balanço do governo, é um “discurso infantilizante”. A dificuldade está em que não se pode fazer a contra-informação com um discurso igualmente simplista e emocional. “É preciso desenvolver uma ecologia da informação para descontaminá-la das mentiras que podem ser fatualmente demonstradas”, propõe o editor do Le Monde Diplomatique, Ignacio Ramonet. Esse é o sentido da ida de Lula até um cartório, a fim de oficializar os volumes que relatam avanços em todas as áreas administrativas: demonstrar com fatos que a engrenagem mistificadora da mídia, afora não divulgar com objetividade e não contextualizar as ações governamentais, escondeu ao longo dos anos a sua repercussão emancipadora na vida social, política, econômica e cultural do Brasil. Ah se meu fusca falasse!
(...) Urge uma mobilização da sociedade civil (o verdadeiro campo de batalhas da luta de classes) para fazer uma revisão do marco regulatório da organização e exploração dos serviços de telecomunicações e radiodifusão, e coibir a propriedade cruzada dos meios de comunicação.
(...) O passo inicial foi dado com o “Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias”, proposto pela SECOM. A estrada é longa. Para percorrê-la, não basta a vontade política do governo. A própria opinião pública tem de tomar para si essa bandeira, manifestar-se a respeito nos grêmios estudantis, associações comunitárias, assembleias sindicais, etc, para que se converta em uma aspiração geral".
Leia o texto completo de Luiz Marques, "Dilma e a sociedade civil" na Carta Maior clicando aqui.
Natal: ver com os olhos do coração
É o que mais nos falta hoje: a capacidade de resgatar a imaginação criadora para projetar melhores mundos e ver com o coração. Se isso existisse, não haveria tanta violência, nem crianças abandonadas nem o sofrimento da Mãe Terra devastada.
Leonardo Boff
Somos obrigados a viver num mundo onde a mercadoria é o objeto mais explícito do desejo de crianças e de adultos. A mercadoria tem que ter brilho e magia, senão ninguém a compra. Ela fala mais para os olhos cobiçosos do que para o coração amoroso. É dentro desta dinâmica que se inscreve a figura do Papai Noel. Ele é a elaboração comercial de São Nicolau – Santa Claus - cuja festa se celebra no dia 6 de dezembro. Era bispo, nascido no ano 281 na atual Turquia. Herdou da família importante fortuna. Na época de Natal saia vestido de bispo, todo vermelho, usava um bastão e um saco com os presentes para as crianças. Entregava-os com um bilhetinho dizendo que vinham do Menino Jesus.
Leia o texto completo Na Carta maior clicando aqui.
Formação de opinião: revisitando o poder da mídia
Parece não haver dúvida de que a mídia tradicional não tem mais hoje o poder de "formação de opinião" que teve no passado em relação à imensa maioria da população brasileira. E por que não?
Um texto clássico dos estudos da comunicação, escrito por dois fundadores deste campo, ainda na metade do século passado, afirmava que para os meios de comunicação exercerem influência efetiva sobre os seus públicos é necessário que se cumpram pelo menos uma das seguintes três condições, válidas até hoje: monopolização; canalização ao invés de mudança de valores básicos, e contato pessoal suplementar. Com relação à monopolização afirmam:
"Esta situação se concretiza quando não se manifesta qualquer oposição crítica na esfera dos meios de comunicação no que concerne à difusão de valores, políticas ou imagens públicas. Vale dizer que a monopolização desses meios ocorre na falta de uma contrapropaganda. Neste sentido restrito, essa monopolização pode ser encontrada em diversas circunstâncias. É claro, trata-se de uma característica da estrutura política de uma sociedade autoritária, onde o acesso a esses meios encontra-se totalmente bloqueado aos que se opõem à ideologia oficial" [cf. Paul Lazarsfeld* e Robert K. Merton, "Comunicação de massa, gosto popular e ação social organizada" in G. Cohn, org. Comunicação e Indústria Cultural; CEN; 1ª. ed., 1971; pp. 230-253].
Leia o texto completo de Venício Lima na Carta Maior clicando aqui.
* Foto: Paul Lazarsfeld
Voz do Brasil e regulamentação da mídia
Na contra-mão dos esforços para a regulamentação, nota-se um incoerente silêncio do movimento de democracia na mídia em relação a uma iniciativa da ABERT e dos magnatas da mídia para flexibilizar a transmissão do mais antigo programa do rádio brasileiro ainda no ar, a Voz do Brasil. O programa surge de um esforço de regulação do estado sobre o campo informativo, na Era Vargas, levando informações relevantes para um público estimado em cerca de 80 milhões de ouvintes que, sem a VB, não possui praticamente outra via para ter acesso a informações sobre a atividade dos poderes públicos.
Leia o artigo de Beto Almeida na Carta Maior clicando aqui.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Juventude e democratização da comunicação
"A realização da I Conferência de Comunicação foi não só um marco no debate sobre as comunicações no país, mas serviu também como um importante espaço para que os movimentos que defendem a democratização fizessem o exercício da síntese, da construção do consenso. Isso demonstrou coesão, organização e força na Conferência. Há desafios ainda, evidente, mas a experiência e o fruto da organização proporcionada representam grande avanço na luta pela democratização da comunicação.
As eleições presidenciais, dessa vez de modo mais forte, deixaram mais nítida para a sociedade a necessidade do debate da democratização das comunicações, antes feito apenas nos movimentos e sociedade civil organizada.
A juventude jogou papel importante nas duas oportunidades, tanto na Conferência quanto na sua participação durante a campanha.
Para nós jovens, há um tempo, fazer e intervir na política tem se constituído cada vez mais pelas novas mídias. Na conferência de comunicação isso ficou evidente. Conseguimos levar pautas de modo organizado, seja na realização de conferências livres, seja na representação de entidades como a UNE, para além de um debate de como a mídia interfere na construção de nossos valores, mas também reivindicamos nossa participação, conteúdo produzido nos meios de comunicação e a necessidade de políticas públicas direcionadas a juventude nesta área.
(...) A juventude tem apresentado propostas indicando que os meios de comunicação – seja TV, rádio e/ou novas mídias – são importantes recursos em nosso aprendizado e formação e que, portanto é preciso regulá-los e comprometê-los nesta função social garantindo a representação da diversidade juvenil. Para nós isso amplia a liberdade de expressão e a pluralidade nos meios de comunicação e aprofunda a democracia".
Leia o texto completo do artigo de Juliana Borges, diretora de comunicação da UEE-SP, publicado no blog de José Dirceu clicando aqui.
Agência reguladora dos EUA quebra tabu e aprova regras de neutralidade da rede
O órgão regulador de comunicações dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (21/12) as suas primeiras regras de operação da internet, garantindo o livre acesso, sem restrições, a qualquer conteúdo legal para usuários domésticos. É a primeira regulação sobre o acesso online no país, quebrando um tabu quanto à não-interferência estatal na comunicação digital.
Segundo o jornal norte-americano The Washington Post, três democratas membros da FCC fizeram maioria de votos a favor da regulamentação da chamada "neutralidade da rede", introduzida mais de um ano atrás pelo presidente da FCC, Julius Genachowski. Dois republicanos votaram contra, demonstrando apoio ao provedores de internet, que alegam que a regulação dificultaria a capacidade de criar novos planos de negócios que expandam seus papéis sobre a economia da internet.
As regras provocaram um intenso debate e lobby quanto à questão de ser necessária uma legislação específica, e podem ser questionadas na Justiça. Parlamentares republicanos já anunciaram que vão entrar com projetos de lei para derrubar a regulação.
Opera Mundi
21 dez 2010
Leia também sobre a Lei que regula meios de comunicação na Venezuela agora se estente a internet clicando aqui.
Imprensa: Balanço 2010
Como recuperar a credibilidade
Por Washington Araújo
Observatório da Imprensa
21/12/2010
Mais alguns dias e adeus 2010. Tempo de pensar (e repensar) sobre tudo o que foi notícia e não merecia e também sobre tudo o que não foi notícia, e merecia. Momento especialmente propício para refletirmos se realmente o Brasil tem a imprensa que merece. Sim, porque é mais fácil mudar o curso do rio São Francisco do que ver nossa velha imprensa deixar de lado os velhos cacoetes que tanto lhe entortaram a escrita através dos anos. É mais fácil redesenhar a pirâmide da mobilidade social no Brasil do que ver ser resgatada de forma inconteste a credibilidade de parte considerável de nossos meios de comunicação.
Mas é também momento de passar em revista as muitas idas e vindas de uma imprensa quase sempre errática ao longo do ano. Imprensa que não precisou se esforçar muito para nos deixar estupefatos com o pouco caso com que princípios básicos do bom jornalismo foram relegados a segundos e terceiros planos: objetividade jornalística, relevância das pautas, importância e raridade de temas, investigação responsável antes da publicação de denúncias, respeito ao chamado "outro lado" e por aí afora.
Tempo de confirmar se ao longo dos últimos doze meses o Brasil teve a imprensa que merecia. Período de altos e baixos e onde os baixos predominaram quase que ininterruptamente. A seguir, o resultado da faina laboriosa de meus dois neurônios de estimação para me contar como foi 2010.
Leia o texto completo clicando aqui.
Ignacio Ramonet en CIESPAL: "No hay que confundir comunicación con información"
"No hay que confundir comunicación con información"
Con un auditorio lleno se realizó la conferencia magistral del periodista y director de Le Monde Diplomatique, Ignacio Ramonet. CIESPAL acogió a 547 personas, entre profesionales, docentes, estudiantes y ciudananía que se dieron cita para escuchar la posición de este pensador español y su recomendación de crear un quinto poder que observe el trabajo de los grupos mediáticos en todo el planeta.
Ignacio Ramonet hizo un repaso de sus tesis antiglobalizadoras a lo largo de la historia de la humanidad y concluyó que el la nueva forma del capitalismo liberal se fundamenta en la tenencia de la información como materia prima, lo que ha hecho que los medios se conviertan en empresas convergentes que integran información, publicidad, entretenimiento y cultura popular, lo que antes de la revolución digital estaba disgregada.
Con la revolución digital, los emporios mediáticos llevan ciudadanos a los anunciantes y no al revés, como ocurría antes, por ello, también, dijo el semiólogo y analista geopolítico, las democracias ya no están en manos del poder político, legítimamente establecido, sino en las de los grupos mediáticos que diversifican su mercado con las finanzas, la banca y el comercio. Por esta razón, dijo, los ciudadanos deben organizarse y crear un “Quinto poder” que vigile y supervise lo que hacen los grupos mediáticos, que ahora ya no informan sino que comunican por todos los medios, es decir, mezclan el periodismo con las relaciones públicas y corporativas.
Leia mais clicando aqui.
CIESPAl 50 años: porque la comunicación es un derecho
Ecuador: Formación y capacitación de los nuevos comunicadores y comunicadoras indigenas
Proyecto de Radios Comunitarios
Fue realizado del 13 al 17 de diciembre, en las instalaciones de CIESPAL, con la presencia de 31 representantes de las nacionalidades indígenas, como parte del proceso de formación y capacitación de los nuevos comunicadores y comunicadoras, en el marco del proyecto de radios comunitarias que impulsa el Ministerio de Coordinación Política y la Secretaría de Pueblos y Movimientos Sociales.
Los temas de este proceso de formación estaban relacionados con la identificación participativa de condiciones y necesidades de producción radial de cada nacionalidad, de acuerdo con una visión intercultural de respeto y pertinencia en la construcción de contenidos, conceptos de radio comunitaria, acceso a tecnologías y equipos, el valor de la oralidad, herramientas para contar, producción, edición, gestión y programación, entre otros.
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