quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sobre o que a sociedade vê/ouve na "grande" mídia e na política...


(...) Lula registrou as realizações do governo em cartório, enfatizando na documentação sobretudo as conquistas sociais. Como interpretar o gesto do expoente que se despede da Presidência com 83% (DataFolha, dez/2010) de aprovação na opinião pública? Aprovam o gestor mas não conhecem os feitos da gestão, conquanto 80% (idem) declarem aprovação à mesma ? Por que a necessidade de um certificado cartorial ao final do segundo mandato?

O objetivo foi acautelar-se contra uma modalidade de significação, explorada pela grande mídia, para perpetuar uma marca negativa no governo. Como Lula alertou em uma ocasião, se um estudante daqui a duas décadas fizer uma pesquisa nos noticiários atuais chegará à conclusão de que este é o pior governo da história do Brasil. E o mais corrupto.

(...) O que os consumidores dos noticiários recebem à guisa de análise e, no caso, balanço do governo, é um “discurso infantilizante”. A dificuldade está em que não se pode fazer a contra-informação com um discurso igualmente simplista e emocional. “É preciso desenvolver uma ecologia da informação para descontaminá-la das mentiras que podem ser fatualmente demonstradas”, propõe o editor do Le Monde Diplomatique, Ignacio Ramonet. Esse é o sentido da ida de Lula até um cartório, a fim de oficializar os volumes que relatam avanços em todas as áreas administrativas: demonstrar com fatos que a engrenagem mistificadora da mídia, afora não divulgar com objetividade e não contextualizar as ações governamentais, escondeu ao longo dos anos a sua repercussão emancipadora na vida social, política, econômica e cultural do Brasil. Ah se meu fusca falasse!

(...) Urge uma mobilização da sociedade civil (o verdadeiro campo de batalhas da luta de classes) para fazer uma revisão do marco regulatório da organização e exploração dos serviços de telecomunicações e radiodifusão, e coibir a propriedade cruzada dos meios de comunicação.

(...) O passo inicial foi dado com o “Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias”, proposto pela SECOM. A estrada é longa. Para percorrê-la, não basta a vontade política do governo. A própria opinião pública tem de tomar para si essa bandeira, manifestar-se a respeito nos grêmios estudantis, associações comunitárias, assembleias sindicais, etc, para que se converta em uma aspiração geral". 

Leia o texto completo de Luiz Marques, "Dilma e a sociedade civil" na Carta Maior clicando aqui.

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