"O blog do jornalista Daniel Castro, abrigado pelo portal R7, publicou em 13/01/2010 uma entrevista com Silvio de Abreu, autor da telenovela Passione, que afirma que "a crítica de TV no Brasil é despreparada". Silvio de Abreu tem toda a razão.
A falta de crítica especializada em TV no Brasil decorre de um preconceito que, infelizmente, ainda persiste: "Televisão não é coisa para intelectual; intelectual de verdade deve se dedicar a temas mais nobres, como a literatura, ou a questões mais prementes, como as sociais." A mídia, nesse sentido, é deixada de lado porque é considerada um "luxo dos pobres", uma "fuga da realidade", segundo a ideia do senso comum, que, por sua vez, é uma corruptela de teorias da metade do século passado.
Seguindo esse raciocínio, para ser crítico de TV no Brasil basta ser jornalista e gostar dessa coisa (tida como) "menor" que é a TV. As coisas pioram muito quando se misturam a chamada crítica de TV com os resumos de telenovela e fofocas no mesmo espaço. Em outras palavras, a pífia e suposta crítica de televisão perde ainda mais em credibilidade. Não que não deva haver espaço para fofoca sobre artistas e resumos de novela. Todos esses são produtos da mídia e sobre a mídia e, portanto, se justificam. Minha questão é que, ao se promover tal mistura, até mesmo por questões do mercado (pois, na prática, uma coluna que publique furos sobre os próximos acontecimentos da novela ou sobre a intimidade dos artistas vai ser muito mais lida/acessada), a crítica perde em força e em importância. Passa a ser apenas a opinião daquele ou daquela jornalista".
Conrado Mendes . Observatório da Imprensa
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