"Nuestros más antiguos nos enseñaron que la celebración de la memoria es también una celebración del mañana.
Ellos nos dijeron que la memoria no es un voltear la cara y el corazón al pasado, no es um recuerdo estéril que habla risas o lágrimas.
La memoria, nos dijeron, es una de las siete guías que el corazón humano tiene para andar sus pasos.
Las otras seis son la verdad, la vergüenza, la consecuencia, la honestidad, el respeto a uno mismo y al otro, y el amor.
Por eso, dicen, la memoria apunta siempre al mañana y esa paradoja es la que permite que en ese mañana no se repitan las pesadillas, y que las alegrías, que también las hay en el inventario de la memória colectiva, sean nuevas".
Subcomandante Marcos, Marzo, 2001
Formação
de professores: estratégia e tática
Por Celi Zulke
Taffarel
LEPEL/FACED/UFBA
O PRESENTE TEXTO É UMA
HOMENAGEM ESPECIAL AOS PROFESSORES. O faço interrogando sobre a necessidade da
educação para a humanidade, a institucionalização do dia do professor no
Brasil, caracterizando o período histórico em que vivemos e, reconhecendo, por um
lado, a necessidade vital de professores e, por outro, suas tarefas
estratégicas imediatas, mediatas e históricas para que a humanidade
enfrente os paradoxos e contradições próprias do modo do capital organizar a
vida.
(...)
Educação para quê?
Uma constatação. O homem
só se torna ser humano se tiver condição de manter a sua vida e os meios que
garantem a reprodução de sua vida. Uma explicação. É impossível ao ser humano
manter a sua vida se não lhe forem garantidos os meios para tal. Os meios foram
sendo desenvolvidos ao longo da história da humanidade. Na relação com o meio
ambiente, com os outros seres humanos e consigo mesmo. Assim desenvolveu-se a
humanidade, desenvolvendo as forças produtivas, as forças que garantem a vida
humana, a saber: o ser humano, sua atividade, o trabalho, o meio ambiente, os
meios do trabalho, o conhecimento, a ciência & tecnologia, a cultura. O
homem não se torna ser humano fora de suas relações sócio-históricas. Uma
compreensão: portanto, deve ser assegurado que cada ser humano tenha
possibilidade de “ser humano” e, para tanto, deve ser garantida a possibilidade
de se educar, de ser educado, aprender, agir, criar, produzir, acessar,
construir, reproduzir, transformar, viver. Isto que era uma prática social
utilitária, ao longo do desenvolvimento humano e da sociedade, ao longo da
história da humanidade, tornou-se uma política cultural. Das relações
cotidianas das pessoas educando-se mutuamente, chegamos à profissionalização do
trabalho docente, chegamos ao professor. Na atualidade, mais do que nunca, para
materializar a política cultural de educar um povo, tenha ela os rumos que for,
são imprescindíveis, estratégicos, vitais, os PROFESSORES.
No Brasil a educação
começou, portanto, com os primórdios da vida humana em nosso continente. Era
uma práxis social utilitária até a ocupação do continente pelos europeus, nos
meados do século XIV – XV - XVI. Passou a ser outra com as colonizações, com o
Império, com a emergência da república e com os avanços do Imperialismo, no
ínterim dos séculos XVII ao século XXI. São, portanto, sete séculos o que
representa pouco tempo considerando o tempo de existência de nosso planeta.
Na passagem do período
imperial ao período republicano, gestaram-se no Brasil as leis de cunho
liberal, que respondiam ao grau de desenvolvimento das forças produtivas no
contexto do capitalismo ascendente e dependente e que exigiam a valorização da
educação. Consagrou-se na Lei, pela luta dos trabalhadores, o direito de todos
a educação – sem o que o homem não se torna ser humano. Consagrou-se, por isto,
o dia do professor no Brasil.
(...)
A ordem mundial vigente: a ditadura do capital
Hoje o capitalismo, modo
hegemônico de produção da vida, suscita um dilema crítico para a humanidade: ou
sua voracidade ilimitada arrasa a natureza e a civilização; ou esta acaba
definitivamente com ele para que se possa chegar a uma nova sociedade
verdadeiramente humana.
Os dados demonstram:
nunca foram tão agudas as diferenças nos níveis de vida que separam as nações.
Se em 1820 o PIB per capita dos países ricos era três vezes maior do que o dos
pobres, hoje, inicio do século XXI é setenta e quatro vezes maior, segundo
estudos de Martin DICKSON, divulgados Financial Times de 22/09/2000 com o
titulo “Global inequality”.
O número de pessoas na
miséria, atualmente, ultrapassa o total da população da Terra quando se
iniciava o século XX. Essa população continuará crescendo, quase toda no
Terceiro Mundo, a um ritmo de um México por ano, ou seja 98,1 milhões, apesar
de, em continentes inteiros, a esperança de vida ir diminuindo e em muitos
países o total de habitantes se reduzir em milhões e milhões, como por exemplo,
em países Africanos. Oito países da África ocidental conseguiram reduzir
consideravelmente a incidência da fome entre 1980 e 1996 mas o panorama é muito
distinto na África central, oriental e meridional, onde a porcentagem e os
números de pessoas desnutridas aumentaram. O Burundi sofreu o maior aumento, e
a porcentagem da população afetada pela desnutrição passou de 38 para 63 por
cento entre 1980 e 1996. Da mesma forma, outros 13 países da África central,
oriental e meridional registraram elevados aumentos nos índices de desnutrição. A África
subsaariana, corresponde à região do continente Africano ao sul do deserto do
Saara, ou seja, aos países que não fazem parte do Norte da África. O
continente Africano tem hoje cerca de 620 milhões de habitantes, dos quais 500
milhões vivem na África subsaariana. De forma geral, a população da África
subsaariana apresenta os piores indicadores sócio-econômicos do mundo.
Nunca a ciência &
tecnologia evoluiu tanto, mas nunca foram tantos os que passam fome e sofrem de
desnutrição, ou morrem de doenças plenamente evitáveis, embora seja possível
aumentar colheitas, multiplicar alimentos e desenvolver novas vacinas,
medicamentos e equipamentos médicos.
Nunca a ciência & a
tecnologia evoluí tanto, mas nunca a humanidade sofreu tanto os impactos das
catástrofes da natureza – terremotos, maremotos, furacões, e outras
manifestações da natureza – apesar de existirem meios possíveis
tanto de prever, como de prevenir, quanto de enfrentar as adversidades. Não é
de hoje que o homem enfrenta o que é próprio do planeta terra, no entanto, a
tecnologia para a defesa das populações serve somente para poucos. Os exemplos das
catástrofes aumentam dia-a-dia.
(... )A tarefa dos
professores é simultaneamente a tarefa de uma transformação social ampla,
desalienadora, emancipadora, construída no dia-a-dia do trabalho pedagógico.
Ele pode e deve ser articulado adequadamente e redefinido constantemente no seu
interrelacionamento dialético com as condições em mudança e as necessidades da
transformação social emancipadora progressiva. Isto exige que as
tarefas imediatas e os seusenquadramentos estratégicos globais,
ou suas relações e nexos com o mais geral, não podem ser separados, e opostos,
uns aos outros. O êxito estratégico de superação do capitalismo e a construção
do socialismo são impensáveis sem a realização das tarefas imediatas.
Como ressalta István
Mészáros, que nasceu em Budapeste em 1930 e represente um dos mais renomados
pensadores marxistas da atualidade, em sua obra “Educação para Além do
Capital”, “devemos atuar na sociedade tendo como parâmetro o ser
humano, o que exige a superação da lógica desumanizadora do capital, que tem no
individualismo, no lucro e na competição os seus fundamentos”
Reproduzido
em parte. Leia o texto completo em FACED/UFBA
Acesso
em 18 nov 2012