segunda-feira, 19 de novembro de 2012

"La memoria, nos dijeron, es una de las siete guías que el corazón humano tiene para andar sus pasos"...



"Nuestros más antiguos nos enseñaron que la celebración de la memoria es también una celebración del mañana.

Ellos nos dijeron que la memoria no es un voltear la cara y el corazón al pasado, no es um recuerdo estéril que habla risas o lágrimas.
La memoria, nos dijeron, es una de las siete guías que el corazón humano tiene para andar sus pasos.
Las otras seis son la verdad, la vergüenza, la consecuencia, la honestidad, el respeto a uno mismo y al otro, y el amor.
Por eso, dicen, la memoria apunta siempre al mañana y esa paradoja es la que permite que en ese mañana no se repitan las pesadillas, y que las alegrías, que también las hay en el inventario de la memória colectiva, sean nuevas".
 Subcomandante Marcos, Marzo, 2001

Formação de professores: estratégia e tática

Por Celi Zulke Taffarel
LEPEL/FACED/UFBA

O PRESENTE TEXTO É UMA HOMENAGEM ESPECIAL AOS PROFESSORES. O faço interrogando sobre a necessidade da educação para a humanidade, a institucionalização do dia do professor no Brasil, caracterizando o período histórico em que vivemos e, reconhecendo, por um lado, a necessidade vital de professores e, por outro, suas tarefas estratégicas imediatas, mediatas e históricas para que a humanidade enfrente os paradoxos e contradições próprias do modo do capital organizar a vida.

(...) Educação para quê?

Uma constatação. O homem só se torna ser humano se tiver condição de manter a sua vida e os meios que garantem a reprodução de sua vida. Uma explicação. É impossível ao ser humano manter a sua vida se não lhe forem garantidos os meios para tal. Os meios foram sendo desenvolvidos ao longo da história da humanidade. Na relação com o meio ambiente, com os outros seres humanos e consigo mesmo. Assim desenvolveu-se a humanidade, desenvolvendo as forças produtivas, as forças que garantem a vida humana, a saber: o ser humano, sua atividade, o trabalho, o meio ambiente, os meios do trabalho, o conhecimento, a ciência & tecnologia, a cultura. O homem não se torna ser humano fora de suas relações sócio-históricas. Uma compreensão: portanto, deve ser assegurado que cada ser humano tenha possibilidade de “ser humano” e, para tanto, deve ser garantida a possibilidade de se educar, de ser educado, aprender, agir, criar, produzir, acessar, construir, reproduzir, transformar, viver. Isto que era uma prática social utilitária, ao longo do desenvolvimento humano e da sociedade, ao longo da história da humanidade, tornou-se uma política cultural. Das relações cotidianas das pessoas educando-se mutuamente, chegamos à profissionalização do trabalho docente, chegamos ao professor. Na atualidade, mais do que nunca, para materializar a política cultural de educar um povo, tenha ela os rumos que for, são imprescindíveis, estratégicos, vitais, os PROFESSORES.

No Brasil a educação começou, portanto, com os primórdios da vida humana em nosso continente. Era uma práxis social utilitária até a ocupação do continente pelos europeus, nos meados do século XIV – XV - XVI. Passou a ser outra com as colonizações, com o Império, com a emergência da república e com os avanços do Imperialismo, no ínterim dos séculos XVII ao século XXI. São, portanto, sete séculos o que representa pouco tempo considerando o tempo de existência de nosso planeta.
Na passagem do período imperial ao período republicano, gestaram-se no Brasil as leis de cunho liberal, que respondiam ao grau de desenvolvimento das forças produtivas no contexto do capitalismo ascendente e dependente e que exigiam a valorização da educação. Consagrou-se na Lei, pela luta dos trabalhadores, o direito de todos a educação – sem o que o homem não se torna ser humano. Consagrou-se, por isto, o dia do professor no Brasil.

(...) A ordem mundial vigente: a ditadura do capital

Hoje o capitalismo, modo hegemônico de produção da vida, suscita um dilema crítico para a humanidade: ou sua voracidade ilimitada arrasa a natureza e a civilização; ou esta acaba definitivamente com ele para que se possa chegar a uma nova sociedade verdadeiramente humana.

Os dados demonstram: nunca foram tão agudas as diferenças nos níveis de vida que separam as nações. Se em 1820 o PIB per capita dos países ricos era três vezes maior do que o dos pobres, hoje, inicio do século XXI é setenta e quatro vezes maior, segundo estudos de Martin DICKSON, divulgados Financial Times de 22/09/2000 com o titulo  “Global inequality”.

O número de pessoas na miséria, atualmente, ultrapassa o total da população da Terra quando se iniciava o século XX. Essa população continuará crescendo, quase toda no Terceiro Mundo, a um ritmo de um México por ano, ou seja 98,1 milhões, apesar de, em continentes inteiros, a esperança de vida ir diminuindo e em muitos países o total de habitantes se reduzir em milhões e milhões, como por exemplo, em países Africanos. Oito países da África ocidental conseguiram reduzir consideravelmente a incidência da fome entre 1980 e 1996 mas o panorama é muito distinto na África central, oriental e meridional, onde a porcentagem e os números de pessoas desnutridas aumentaram. O Burundi sofreu o maior aumento, e a porcentagem da população afetada pela desnutrição passou de 38 para 63 por cento entre 1980 e 1996. Da mesma forma, outros 13 países da África central, oriental e meridional registraram elevados aumentos nos índices de desnutrição. A África subsaariana, corresponde à região do continente Africano ao sul do deserto do Saara, ou seja, aos países que não fazem parte do Norte da África. O continente Africano tem hoje cerca de 620 milhões de habitantes, dos quais 500 milhões vivem na África subsaariana. De forma geral, a população da África subsaariana apresenta os piores indicadores sócio-econômicos do mundo.

Nunca a ciência & tecnologia evoluiu tanto, mas nunca foram tantos os que passam fome e sofrem de desnutrição, ou morrem de doenças plenamente evitáveis, embora seja possível aumentar colheitas, multiplicar alimentos e desenvolver novas vacinas, medicamentos e equipamentos médicos.

Nunca a ciência & a tecnologia evoluí tanto, mas nunca a humanidade sofreu tanto os impactos das catástrofes da natureza – terremotos, maremotos, furacões, e outras manifestações da natureza  – apesar de existirem meios possíveis tanto de prever, como de prevenir, quanto de enfrentar as adversidades. Não é de hoje que o homem enfrenta o que é próprio do planeta terra, no entanto, a tecnologia para a defesa das populações serve somente para poucos. Os exemplos das catástrofes aumentam dia-a-dia.

(... )A tarefa dos professores é simultaneamente a tarefa de uma transformação social ampla, desalienadora, emancipadora, construída no dia-a-dia do trabalho pedagógico. Ele pode e deve ser articulado adequadamente e redefinido constantemente no seu interrelacionamento dialético com as condições em mudança e as necessidades da transformação social emancipadora progressiva.  Isto exige que as tarefas imediatas e os seusenquadramentos estratégicos globais, ou suas relações e nexos com o mais geral, não podem ser separados, e opostos, uns aos outros. O êxito estratégico de superação do capitalismo e a construção do socialismo são impensáveis sem a realização das tarefas imediatas.

Como ressalta István Mészáros, que nasceu em Budapeste em 1930 e represente um dos mais renomados pensadores marxistas da atualidade, em sua obra “Educação para Além do Capital”,  “devemos atuar na sociedade tendo como parâmetro o ser humano, o que exige a superação da lógica desumanizadora do capital, que tem no individualismo, no lucro e na competição os seus fundamentos”

Reproduzido em parte. Leia o texto completo em FACED/UFBA
Acesso em 18 nov 2012

Nenhum comentário: