Infância livre do
Consumismo: Pelo fim nas tvs fechadas, restrição nos canais abertos e regulamentação
em todo país da propaganda infantil!
Somos
mães, pais, tios, tias, padrinhos, madrinhas, amigos, amigas de crianças e
queremos o fim das propagandas que incentivam o consumo nas emissoras que
veiculam programação infantil. Você que é contra esse abuso confirma presença
no evento e amanhã dia 12/10/2012 e nos dias sequentes mande mensagem para as
páginas das emissoras que mais veiculam propaganda sugestionando o consumismo
em nossas crianças.
Somos
a favor também que seja votada uma lei que regulamente a propaganda infantil em
todo o país.
Emissoras
que mais veiculam conteúdo constante de propaganda durante a programação
infantil:
Por que propaganda é
prejudicial às crianças?
A
publicidade dirigida ao público infantil é danosa porque pressiona as crianças
a desejarem cada vez mais bens de consumo, associando-os a um discurso enganoso
de alegria, felicidade e status social. Esses bens de consumo podem ser
alimentícios, de vestuário, brinquedos ou até mesmo itens para adultos
anunciados para as crianças, que tornam-se promotores de tais produtos,
indicando-os aos pais. Além de trazer sofrimento às crianças que não podem
adquirir esses bens devido à falta de recursos financeiros, essa pressão causa
estresse familiar e não pode ser devidamente elaborada pelos pequenos, cujo
senso crítico ainda está em desenvolvimento.
Publicidade
dirigida a crianças é incompatível com o ideal de uma sociedade que preza o
bem-estar de seus cidadãos. E não é à toa que em países como a Suécia ela é
proibida. O marqueteiro, que estudou vários anos e em geral fez curso superior,
é um especialista em psicologia infantil, estuda os hábitos, conhecendo
profundamente os desejos e aspirações de seu público-alvo. Todo esse
conhecimento tem como propósito derrubar as barreiras, filtros e principalmente
a consciência crítica que define critérios para a compra de produtos. O que
importa ao marqueteiro é obter o resultado esperado pelo anunciante: vender
mais para mais gente. Para eles, o mercado infantil também representa a busca
pela fidelização da marca pelas crianças desde a infância. Do outro lado, está
a criança, geralmente solitária, indefesa e vulnerável, pois ainda não aprendeu
as manhas do mundo adulto e acredita no que lhe é dito e mostrado. A disputa é
covarde.
No
Brasil, a televisão ainda tem um papel muito importante no cotidiano das famílias:
além de servir como “babá eletrônica” para crianças de todas as classes
sociais, nos lares menos favorecidos, ainda numerosos no país, há somente um
cômodo ou dois, não deixando a possibilidade de “tirar os filhos da sala”,
ainda que os pais estejam por perto. Assim, não podemos responsabilizar somente
pais e mães que trabalham dentro ou fora de casa pelo conteúdo a que seus
filhos assistem diariamente nem pelo efeito disso em seus comportamentos.
Além
disso, estamos diante de um novo fato: pela primeira vez na história humana, se
questiona a forma como estamos consumindo o planeta Terra. As crianças de hoje
serão responsáveis pelo planeta de amanhã. Mas, ao invés de serem educadas para
se tornarem cidadãs conscientes, elas estão sendo transformadas em consumidoras
desde a mais tenra idade.
O
excesso de propagandas e o conteúdo manipulatório delas incentiva o consumismo
e dificulta a educação cidadã e sustentável que todos desejamos.
Como funciona no Brasil
atualmente?
No
Brasil, o próprio mercado publicitário regulamenta toda a publicidade
mercadológica por meio do Conar, que estabelece as normas e julga os casos
encaminhados por entidades representativas ou cidadãos comuns. Abusos também
podem ser encaminhados ao Procon e ao Ministério Público, a depender da
natureza do problema.
Como é no resto do
mundo?
Existem
diversas políticas diferentes no mundo quando o assunto é publicidade e
infância. Vamos falar aqui sobre a abordagem de outros países. Acompanhe e
participe dos debates.
Por que não estamos
satisfeitos com a autorregulamentação em vigor atualmente no Brasil?
Quando
alguém denuncia uma publicidade abusiva, o Conar avalia se a queixa é
pertinente para só então sugerir mudanças ou tirá-la do ar. Quando a denúncia
vai para análise, o que não é frequente, o processo pode levar algum tempo:
geralmente meses se passam até que uma decisão seja tomada. Até lá, o comercial
continua sendo transmitido. O Conar até hoje deu parecer sobre 7.500 anúncios.
Em um universo de centenas de milhares de comerciais, muita coisa acaba
passando despercebida e atinge nossos filhos. Além disso, os anunciantes
patrocinam programas de baixo nível ou canais infantis com intervalos
comerciais acima do permitido.
Como queremos que seja
no Brasil?
Para
garantirmos a proteção das crianças brasileiras contra o consumismo e a
publicidade predatória:
a)
queremos mais espaços de diálogo direto entre os pais/familiares e os governos
e as agências reguladoras da publicidade infantil no que diz respeito à
elaboração dos marcos regulatórios;
b)
queremos regras mais claras que evitem a entrada da publicidade em espaços que
são das crianças por excelência, como escolas e consultórios de pediatria;
c)
queremos que os governos brasileiros participem ativamente dos debates
internacionais acerca do tema e tragam para nossa experiência o que for
relevante; e
d)
queremos o fomento a mais pesquisas na área da educação e mídias que incluam
também os pais como atores fundamentais nessa relação.
O que é
autorregulamentação?
Autorregulamentação
é um mecanismo de autodisciplina por meio do qual um setor da sociedade,
através de seus representantes, concorda em estabelecer um conjunto de regras a
fim de garantir qualidade, segurança e responsabilidade no que diz respeito a
seus serviços e produtos. No caso da publicidade, os publicitários e os
veículos de comunicação, representados por suas associações, atualmente ditam
as regras às quais o setor deve se submeter, sendo também responsáveis pela
fiscalização do seu cumprimento. Eles se autorregulam e, claro, diante dos
interesses financeiros envolvidos, a eficácia dessa regulamentação deixa muito
a desejar em termos de fiscalização, cumprimento e penalização das possíveis
infrações.
Fonte:
Infância
livre de Consumismo
Foto: Eterno Retorno
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