quinta-feira, 22 de março de 2012

Infância Livre de Consumismo: por que a propaganda é prejudicial às crianças...


Por que propaganda é prejudicial às crianças?

A publicidade infantil é danosa às crianças quando as pressiona a desejar cada vez mais bens de consumo, associando-os a um discurso enganoso, de alegria, felicidade e status social. Além de trazer sofrimento às crianças que não podem obter esses bens devido à falta de recursos financeiros, essa pressão não pode ser devidamente elaborada pelos pequenos, cujo senso crítico ainda está em desenvolvimento.

O marqueteiro, que estudou vários anos, em geral fez curso superior, é um especialista em psicologia infantil, estuda os hábitos, conhece profundamente os desejos e aspirações de seu público alvo. Todo esse conhecimento tem como propósito derrubar as barreiras, filtros e principalmente a consciência crítica que define critérios para a compra de produtos.

O que importa ao marqueteiro é obter o resultado esperado pelo anunciante: vender mais para mais gente. Do outro lado está a criança, geralmente solitária, indefesa, porque ainda não aprendeu as manhas do mundo adulto e acredita no que lhe é dito e mostrado. A disputa é covarde.

Além de tudo isso, estamos diante de um novo fato: pela primeira vez na história humana, se questiona a forma como estamos consumindo o planeta Terra. As crianças de hoje serão responsáveis pelo planeta de amanhã. Mas ao invés de serem educados para se tornar cidadãos conscientes, eles estão sendo formados consumidores desde a mais tenra idade.

O excesso de propagandas e o conteúdo manipulatório delas dificulta uma educação cidadã e sustentável, a qual todos desejamos.

Como funciona no Brasil atualmente?

No Brasil, o próprio mercado publicitário regulamenta toda a publicidade mercadológica através do Conar, que estabelece as normas e julga os casos enviados por entidades representativas ou cidadãos comuns. Abusos também podem ser encaminhados ao Procon e ao Ministério Público a depender da natureza do problema.

Como é no resto do mundo?

Existem diversas políticas diferentes no mundo quando o assunto é publicidade e infância. Vamos falar aqui sobre a abordagem de outros países. Acompanhe e participe dos debates.

Por que não estamos satisfeitos com a autorregulamentação em vigor atualmente no Brasil?

Quando alguém denuncia uma publicidade abusiva, o Conar avalia se a queixa é pertinente para só então sugerir mudanças ou tirá-la do ar. Isso pode levar algum tempo. Até lá, o comercial continua sendo transmitido. O Conar até hoje deu parecer sobre 7500 anúncios. Num universo de centenas de milhares de comerciais, muita coisa acaba passando despercebida e atinge nossos filhos. Além disso, os anunciantes patrocinam programas de baixo nível ou canais infantis com intervalos comerciais acima do permitido.

Como queremos que seja no Brasil?

Depois de analisarmos todas as opções teremos mais clareza sobre o que queremos da regulamentação brasileira. Acompanhe a postagem sobre o Brasil ideal.

Para garantirmos a proteção das crianças brasileiras contra o consumismo e a publicidade predatória:

a) Queremos mais espaços de diálogo direto de pais e familiares com os governos e as agências reguladoras de publicidade infantil no que diz respeito à elaboração das regras regulatórias;

b) Queremos regras mais claras que evitem a entrada da publicidade em espaços que são das crianças, por excelência, como escolas e consultórios de pediatria;

c) Queremos que os governos brasileiros participem ativamente dos debates internacionais acerca do tema e tragam para nossa experiência o que for relevante; e

d) Queremos o fomento a mais pesquisas na área da educação e mídias que incluam também os pais como atores fundamentais nessa relação.


O que é autorregulamentação?

Autorregulamentação é um mecanismo de autodisciplina por meio do qual um setor da sociedade, através de seus representantes, concorda em estabelecer um conjunto de regras a fim de garantir a qualidade, segurança e responsabilidade no que diz respeito a seus serviços e produtos. No caso da Publicidade, os publicitários e os veículos de comunicação, representados por suas associações, são os responsáveis por legislar e aplicar a lei em toda a publicidade brasileira. Eles se autorregulam e, claro, diante dos interesses envolvidos, a eficácia dessa regulamentação deixa muito a desejar em termos de fiscalização, cumprimento e penalização das possíveis infracões.


Sobre a Campanha Infância Livre de Consumismo

Somos um coletivo de pais, mães e cidadãos inconformados com o tipo de comunicação publicitária dirigida às nossas crianças. Junte-se a nossa causa, acompanhe e contribua para o debate em prol de uma infância livre de consumismo.

Descrição

O que é esse movimento?

Este movimento nasceu da indignação dos participantes do Grupo de Discussão Consumismo e Publicidade Infantil depois do lançamento da Campanha Somos Todos Responsáveis da ABAP.

Essa campanha mostrou-se parcial, na medida em que defende a autorregulamentação e o "bom senso" dos anunciantes como únicos controladores da publicidade infantil.

Assim, do contrário que se espera, a campanha da ABAP responsabiliza unicamente os pais quanto à proteção das crianças diante dos estímulos abusivos das propagandas ao consumismo.

Em contrapartida, defendemos que, para cumprir nossa responsabilidade de educar nossos filhos para a cidadania e a sustentabilidade, precisamos do apoio efetivo do Estado e da responsabilização efetiva das empresas privadas, dos veículos de comunicação e das agências de publicidade.

Diante do excesso de propagandas e do conteúdo manipulatório que se apresenta diariamente na mídia direcionada às crianças, nós pais e mães não aceitamos assumir esta responsabilidade sozinhos.

O que defendemos?

A campanha Somos Todos Responsáveis argumenta que a parte dos publicitários e anunciantes está sendo feita com consciência e responsabilidade. Portanto, se o consumismo infantil tem sido motivo de alarme, a culpa é dos pais que não controlam direito o que seus filhos assistem ou como eles compram.

Os publicitários também defendem que as coisas permaneçam como estão e tentam evitar novas regras para o setor. Somos pais e mães conscientes e presentes e não aceitamos que atribuam a nós a responsabilidade pela forte influência da publicidade na formação de nossas crianças.

Este espaço abre um canal de diálogo verdadeiro com toda a sociedade na tentativa de encontrarmos um novo formato, diferente do atual, e incompatível com o modelo de autorregulamentação vigente.

Como posso participar?

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