Excesso de violência nas TVs abertas pode causar problemas às crianças
Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
08 dez 2011
Brasília – O excesso de violência exibido na programação das TVs abertas pode causar efeitos duradouros nas crianças, diz o diretor adjunto do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça, Davi Pires.
“Algumas crianças podem sentir medo. Dependendo da faixa etária, podem ter pesadelos, problemas no sono, irritação durante o dia e até comportamentos violentos”, ressaltou Pires, ao participar de audiência pública sobre o assunto na Câmara. Ele destacou, porém, que o problema mais grave é achar que a violência é algo banal.
Davi Pires considera a classificação indicativa é importante para que pais e educadores protejam as crianças de cenas violentas exibidas na televisão. Ele lembrou que o critério para classificação de um programa por idade é a incidência de cenas de sexo, de uso de drogas e cenas violentas. “Programas jornalísticos, noticiosos, esportivos, eleitorais e publicidade não passam pela classificação”, explicou.
A classificação indicativa também foi defendida pela representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) na Coordenação Executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Roseli Goffmann.
“As TVs no Brasil são controladas por poucas famílias. São concessões públicas. É mais do que razoável que obedeçam a normas e regras passíveis de punição”, disse. “A classificação indicativa é a única forma de regular as TVs”, completou.
A representante da Associação Brasileira de Radiodifusores, Heloísa Helena de Macedo, por sua vez, alertou que não cabe ao Estado definir a programação. Heloísa Helena defende que a classificação seja apenas indicativa, para que os pais em casa possam escolher o que vai ser assistido.
"Todo e qualquer controle deve ser combatido. Cabe aos pais educar os filhos. É um dever dos pais que não deve ser tomado pelo Estado ou agente”, destacou.
Edição: Nádia Franco
Reproduzido de Agência Brasil
Comentários de Filosomídia:
A não classificação indicativa de telejornais e programas noticiosos, em especial, continua um mistério em pleno século XXI a ser des-velado. Se queremos proteger as crianças das cenas de violência que passam em programas que são "ficção" (novelas, filmes, séries) e passam pela classificação, por que não protegê-las dos programas que são ou falam da violência na "vida real" (telejornais, programas noticiosos).
Se as crianças sentem "medo" em frente ao que se passa nos telejornais, os pais estariam dialogando com elas sobre isso? E, os professores nas escolas também o fazem?
Qual (anti)ética move esse mundo dos meios de comunicação desmandando a torto e a direito, demandando informações criando pautas que aterrorizam não só as crianças, mas adultos também? O que há por detrás dessa não classificação?
Teorias da conspiração à parte, não é por demais estranho que no próprio Superior Tribunal Federal (STF) essa discussão sobre a classificação indicativa seja considerada in-constitucional, com ministros dando depoimento e votos contra o ECA, afirmando que a classificação indicativa de programas vai contra a "liberdade de expressão"? Liberdade? Expressão? De quem, das grandes empresas de comunicação que monopolizam a informação, que fazem questão de que a violência seja mostrada com requintes na grade de programação, inclusive dos telejornais?
Qual o verdadeiro interesse por detrás da não classificação indicativa, em especial de telejornais, quando sabemos dos "esforços" das grandes empresas pela não regulação dos meios de comunicação?
Leia mais sobre a classificação indicativa aqui no blog Filosomídia, clicando aqui.
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