A "caixa" que mudou o mundo
"A televisão veio modificar o rumo da história mundial. A suas influências desde o momento do seu aparecimento foram fulcrais para os paradigmas sociais que hoje presenciamos. A sua novidade no mundo permitiu cambiar formas de estar e pensar, acreditando-se que uma imagem vale mais que mil palavras (Provérbio Chinês). Ela controla e monopoliza as grandes questões mundiais, ou pelo menos, leva-nos a crer que o consegue fazer. Os grandes debates; as noticias mais importantes; os grandes acontecimentos; as maiores confirmações; entre tantos outros assunto grandiosos, têm presença permanente nos ecrãs de todo o mundo. O espetáculo associado ao mais vil do cenários permite à televisão um estatuto extra-humano, dando-lhe um caractér absoluto.
A televisão e todo o seu conteúdo é visto cada vez mais como uma verdade inerente, até porque todos, do mais instruído ao mais humilde, tomam em conta o que é dito na “caixinha mágica”, e agem como tal.
O aparelho televisivo apoderou-se de um papel fundamental na rotina do Homem. Está presente de forma constante na vida individual de cada um, transformando-se ela própria num motor impulsionador de uma socialização menos ampla. Os Homens reúnem-se em frente ao pequeno ecrã e divagam sobre os mais diversos assuntos consoante a grelha televisiva lhes vai propondo. No entanto o comando remoto atribui-lhes a sensação de que controlam aquilo que vêm, estado, por outro lado, limitados aquilo que a capacidade televisiva pode oferecer.
As frenéticas mensagens comunicacionais que chegam ao homem tentam alojarse, mas o cérebro humano ainda não conseguiu adaptar-se a este ritmo tão elevado de estímulos. A mensagem mal construída é rejeitada à inconscientemente pelo individuo, no entanto, existem mensagem que inconscientemente são recebidas e memorizadas de forma simples. As campanhas de comunicação enviesam as concepções da realidade dos indivíduos, tal facto é provado nos massacres nazi e soviético que abalaram o século passado. Não foi necessário muito mais que a comunicação, que a propaganda, para levar o mundo inteiro a assistir passivamente à morte de milhões de pessoas. O indivíduo está hoje mais atento, no entanto a sua capacidade para distinguir as inúmeras mensagens que recebe é diminuta e pode-lhe levar a cair em enviesamentos do real.
Diga-se aquilo que se quiser, a verdade é que todos odiamos a televisão, tal qual Orson Welles, no entanto agimos como se de amendoins se trata-se, não conseguindo parar de os comer."
Ágata Marinho e David A. F.-M. Dias
2008
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