Cumpre-me abordar o tema liberdade de expressão. A primeira pergunta que se faz, nesse assunto, é: a liberdade que se quer é para todos? Claro que sim. A segunda pergunta é sobre se essa liberdade tem limites. Aí, dirão: liberdade não tem limites. Eu digo que tem. O limite da liberdade de cada um é o direito do outro.
No momento em que você usa a sua liberdade para tolher a do outro, você não está exercendo liberdade de expressão, mas, sim, de opressão. Você está pedindo liberdade para si para tirar a liberdade de alguém mais.
Particularmente, prezo muito a liberdade de expressão e fiz muito por ela, no meu entender. Não para mim, mas para todos aqueles que se vêem excluídos do debate público por não terem acesso a meios de comunicação de massas financiados, em boa parte, com o dinheiro de todos nós.
Sem liberdade na internet, não teria conseguido mover medidas judiciais contra os grandes impérios de comunicação. E, na verdade, a liberdade, no meu caso, não terá que ser só na internet, mas também no Judiciário, pois do meu ativismo político podem advir represálias judiciais ao fim de ações que empreendi não por conta de interesses pessoais contrariados, mas pelos interesses coletivos na comunicação e na liberdade de expressão.
Como organizar atos públicos para desafiar impérios de comunicação se não fosse a internet livre? Poderia eu defender leis que lá adiante poderão se voltar contra mim, por conta de tudo o que fiz através da internet?
E vocês sabem quanta briga comprei com os grandes, não sabem? Só compro briga com os tubarões, pessoal. Não vou ficar polemizando com cidadãos que são tão prejudicados quanto eu pela imprensa golpista, que quer nos tolher as liberdades.
Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania
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