"O medo, no mundo urbano, especialmente nas grandes cidades, paira como um espectro paralisante, e é superdimensionado minuto a minuto pela mídia, especialmente pela televisão e pelo rádio, que fazem do crime seu assunto exclusivo.
Se acreditarmos em tudo que se diz na televisão, especialmente na televisão aberta, e em alguns programas de rádio, a vida em comunidade nas grandes cidades está definitivamente condenada. E estaremos sendo convidados, aqueles que podem, a nos agruparmos em condomínios fechados de variada natureza. Adeus vizinhança, cordialidades cotidianas, bom dia, como vai, o pão da padaria. Cada um cuide de si. Nesse sentido, quem sabe, a construção cotidiana do medo cumpra uma função.
O medo é funcional à ideia de uma nova e assustadora cidade. Que surge quase que como antítese mesmo à ideia de cidade, de convivência, de fraternidade, de solidariedade, do fortalecimento dos laços de vizinhança. A nova e assustadora cidade é gerida quase que exclusivamente pelo capital, pelo mundo privado".
Leia o texto completo de Emiliano José na Carta Capital clicando aqui.
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